Amigos, segue as cartas enviadas para o Kassab, eu escrevi uma e o Suplicy outra, agradeço a todos pela força que deram para a comunidade Olga Benário, mas nossas esperanças foram por terra quando fui levar hoje uma perua com madeira para ajudar nos barracos, e eles me disseram que amanhã a prefeitura vai tirar os moradores e dar um ticket de R$ 600,00 para cada um pagar 2 meses de aluguel, as pessoas que organizam o lugar, no desespero que se encontram aceitaram, e portanto temos que torcer para que essas famílias não estejam sendo enganadas.
agradeço mais uma vez a força de todos, mas a partir de amanhã não será mais nescessário as doações, pois não existirá mais a favela.
uma pena...
Carta enviada para Kassab.
Senhor prefeito.
Venho por meio desta expor a situação referente ao ocorrido na segunda-feira, dia 24 de agosto, a PM cumpriu reintegração de posse de um terreno da Viação Campo Limpo, ocupado há dois anos. O terreno não estava murado, era frequentemente usado para desova de carros roubados, uso de drogas e estava ocioso há mais de 20 anos.
Nas favelas, sempre tem boatos sobre os despejos, portanto os moradores não acreditavam que iriam sair, ainda mais que durante a campanha politica, muitos candidatos foram a região e prometeram dar o terreno se tivessem o voto da população, prova disso foi um asfalto “falso” que foi feito em frente a favela, com cimento.
No dia da reintegração, na sua maioria, os moradores não revidaram, pois foram acordados as 5:00 horas da manhã e tiveram 30 minutos para retirar seus pertences, findado esses minutos, a PM juntamente com a Tropa de Choque e um trator começaram a remover os barracos.
Eu estava pessoalmente no local pela manhã e vi vários moradores que perderam, eletrodomésticos, móveis, roupas e inclusive os documentos, já que uma minoria se desesperou e ateou fogo em suas casas, assim o fogo se propagou e prejudicou mais ainda aquela população.
Enquanto um bombeiro me levava para longe do fogo, pois estava ajudando uma senhora a tentar tirar seu armário do barraco já em chamas, eu escutei um outro bombeiro dizendo que a água estava acabando.
Mesmo alertada da falta de alternativas das familias, a justiça negou garantir a inserção das famílias em programas habitacionais antes do despejo e expediu o mandato para cumprimento da reintegração de posse.
Cerca de 2 mil pessoas ficaram desalojadas e estão acampadas na calçada em frente ao terreno, como não podem ficar na rua, ocupam essa calçada que não tem mais que um metro de largura.
Os barracos foram novamente montados, dessa vez com restos de madeira dos antigos barracos, também tem um chuveiro improvisado para as crianças tomarem banho, a comida é feita na igreja e levada para eles, que estão vivendo de doações e tem um privada dentro de uma caxia d´água onde todos usam como banheiro.
A constante fumaça que ainda sai dos barracos escaldados, e a poeira do local fazem as crianças passarem mal durante toda a noite, inclusive os recén nascidos que também estão nos barracos, caso até que sensibilizou o pais como a criança que foi sequestrada por uma voluntária que tirou proveito da situação.
Pessoas passam e dão o que podem, voluntários tentam conter o caos que é ver nove famílias num barraco de 2 metros quadrados, a situação é tão precária que muitas pessoas nem barracos tem, e ficam dormindo nos escombros.
A emprensa noticiou que esses moradores não querem ir para albergues, é verdade pois albergue é uma coisa provisória, que não se pode levar móveis, nem pertecenses, além de que tem horário limite para permanecer.
Não vou estender essa carta, pois sou romancista e tendo a crescer o assunto, mas nesse caso o pedido é um só, que essas famílias sejam alojadas num lugar seguro, com água, comida e o mínimo de decência que todo morador de uma grande cidade como São Paulo merece.
O Senador Eduardo Suplicy foi comigo ao local e pode constatar a urgência de se resolver essa situação, fica aqui o meu apelo e o da comunidade Olga Benário para o Senhor.
Venho por meio desta expor a situação referente ao ocorrido na segunda-feira, dia 24 de agosto, a PM cumpriu reintegração de posse de um terreno da Viação Campo Limpo, ocupado há dois anos. O terreno não estava murado, era frequentemente usado para desova de carros roubados, uso de drogas e estava ocioso há mais de 20 anos.
Nas favelas, sempre tem boatos sobre os despejos, portanto os moradores não acreditavam que iriam sair, ainda mais que durante a campanha politica, muitos candidatos foram a região e prometeram dar o terreno se tivessem o voto da população, prova disso foi um asfalto “falso” que foi feito em frente a favela, com cimento.
No dia da reintegração, na sua maioria, os moradores não revidaram, pois foram acordados as 5:00 horas da manhã e tiveram 30 minutos para retirar seus pertences, findado esses minutos, a PM juntamente com a Tropa de Choque e um trator começaram a remover os barracos.
Eu estava pessoalmente no local pela manhã e vi vários moradores que perderam, eletrodomésticos, móveis, roupas e inclusive os documentos, já que uma minoria se desesperou e ateou fogo em suas casas, assim o fogo se propagou e prejudicou mais ainda aquela população.
Enquanto um bombeiro me levava para longe do fogo, pois estava ajudando uma senhora a tentar tirar seu armário do barraco já em chamas, eu escutei um outro bombeiro dizendo que a água estava acabando.
Mesmo alertada da falta de alternativas das familias, a justiça negou garantir a inserção das famílias em programas habitacionais antes do despejo e expediu o mandato para cumprimento da reintegração de posse.
Cerca de 2 mil pessoas ficaram desalojadas e estão acampadas na calçada em frente ao terreno, como não podem ficar na rua, ocupam essa calçada que não tem mais que um metro de largura.
Os barracos foram novamente montados, dessa vez com restos de madeira dos antigos barracos, também tem um chuveiro improvisado para as crianças tomarem banho, a comida é feita na igreja e levada para eles, que estão vivendo de doações e tem um privada dentro de uma caxia d´água onde todos usam como banheiro.
A constante fumaça que ainda sai dos barracos escaldados, e a poeira do local fazem as crianças passarem mal durante toda a noite, inclusive os recén nascidos que também estão nos barracos, caso até que sensibilizou o pais como a criança que foi sequestrada por uma voluntária que tirou proveito da situação.
Pessoas passam e dão o que podem, voluntários tentam conter o caos que é ver nove famílias num barraco de 2 metros quadrados, a situação é tão precária que muitas pessoas nem barracos tem, e ficam dormindo nos escombros.
A emprensa noticiou que esses moradores não querem ir para albergues, é verdade pois albergue é uma coisa provisória, que não se pode levar móveis, nem pertecenses, além de que tem horário limite para permanecer.
Não vou estender essa carta, pois sou romancista e tendo a crescer o assunto, mas nesse caso o pedido é um só, que essas famílias sejam alojadas num lugar seguro, com água, comida e o mínimo de decência que todo morador de uma grande cidade como São Paulo merece.
O Senador Eduardo Suplicy foi comigo ao local e pode constatar a urgência de se resolver essa situação, fica aqui o meu apelo e o da comunidade Olga Benário para o Senhor.
Ferréz – Escritor e morador da região
Carta do Senador Suplicy
Sua Excelência o Senhor
Gilberto Kassab:
Prefeito do Município de São Paulo
Prezado Prefeito Gilberto Kassab:
No último sábado, 29 de agosto, visitei o que ficou da favela instalada no terreno da Viação Campo Limpo, destruída por parte da tropa de choque da PM na semana passada, tendo em vista a decisão judicial concedendo reintegração de posse do terreno à Viação Campo Limpo. Fui a convite dos moradores e do escritor Ferrez, morador da região. Tive a oportunidade de conversar com aquelas dezenas de famílias que se encontram na calçada junto à area onde estavam instaladas. Ao longo de aproximadamente um quilômetro, as famílias construíram barracos precários, um colado ao outro, com as madeiras e tapumes que restaram do que antes era a favela. Em alguns dos barracos estão mais de duas famílias, sem qualquer condição de higiene e abastecimento de água.
Capão Redondo é também o bairro onde moram Mano Brown e os componentes da Banda Rap "Os Racionais MCs" que acompanham com interesse o desenvolvimento desses episódios. No próximo dia 6 de setembro acontece, na Avenida Albert Sabin, o "Festival do Godoy", que já se tornou uma tradição cultural importante na cidade de São Paulo. Constitui-se um dos principais festivais de Rap e Hip Hop do Brasil.
Encaminho-lhe, anexa, a carta do próprio Ferréz na qual ele faz uma síntese do ocorrido e conclama as autoridades governamentais a darem a atenção devida para resolver a situação daquelas pessoas, inclusive muitas crianças, as quais estão agora vivendo da solidariedade e do auxílio de moradores vizinhos e das igrejas de diversas denominações da região. Muitas das crianças, pelo que pude testemunhar, estão com dificuldade de frequentar a escola.
Gostaria de sugerir que, com a equipe das Secretarias Municipais de Habitação e de Assistência e Desenvolvimento Social, possa Vossa Excelência realizar uma visita ao local para que as providências, de caráter humanitário e de solução habitacional, possam ser encaminhadas com a maior urgência. Conversei no sábado com a Sra. Elisabete França, Superintendente da Secretaria da Habitação, que me relatou da reunião que teve com os representantes daquela removida favela. Algumas providências já estão sendo encaminhadas. Avalio, entretanto, que será importante a presença de Vossa Excelência naquela localidade, dada a gravidade do que aconteceu.
Sugiro que, quando de sua visita, possa convidar o escritor Ferréz, que acompanha de perto o que se passa com a população do Capão Redondo. Lá ele é um dos responsáveis por inúmeras iniciativas, como a instalação de duas bibliotecas para as quais pessoas em geral doam livros, e que se tornaram centros de ensino e de atividades culturais.
Ferréz (Reginaldo Ferreira da Silva) é também autor dos livros "Capão Pecado", Editora Objetiva, 2005; "Manual Prático do Ódio", Editora Objetiva, 2003; "Ninguém é Inocente em São Paulo", Editora Objetiva, 2006; "Amanhecer Esmeralda", Editora Objetiva, 2005; "Literatura Marginal: Talentos da Escrita Periférica", Editora Agir, 2005 e "Inimigos não Mandam Flôres", Editora Pixel Media, 2006. Os telefones do Ferréz são: (11) 5825.7031; 7890-6364.
Considero importante que as ações da Prefeitura Municipal possam ser bem apoiadas pela Secretaria de Habitação do Governo do Estado de São Paulo, bem como pelo Ministério das Cidades do Governo Federal. Conversei hoje o ministro Márcio Fortes sobre o problema. Ele me informou de sua disposição em dar o apoio necessário e para visitar aquela área em breve.
Disponho-me a apoiar essas ações no que for possível.
Respeitosamente,
Senador Eduardo Matarazzo Suplicy
5 comentários:
Capão e Heliópolis juntos na FOLHA.
tem milícia querendo se instalar no Helipa!!!!
È uma pena Ferrez, pois creio que isso não passe de uma estratégia, já que os moradores iram cada um procurar sua moradia, sendo assim a comunidade separada, e diminuindo a força da fala do coletivo... é muito mais fácil enganar uma família de cada vez... queria muito acreditar que não é isso ,mas a muito não creio em "papai noel".
Mas estamos juntos... leio diariamente seu blog, vc tem meus contatos, o que precisar to ai, seja pra essa comunidade ou pro que for.
Patrícia Leal
Po infelizmente mesmo! Quando nosso povo vai parar de aceitar esmolas e lutar pelo que é deles??? E daqui a 3 meses, o que farão? espero que estejam bem! Férrez valeu a resistência mano e não desanima. Abraço.
Eduardo Suplicy sempre tem boas intenções, mas acabam travando não sei em qual processo.
Concordo com a Patricia, diminuir a força da comunidade é de total interesse dos que estão no poder, e esse é um modo.
Nos avise o que podemos fazer para ajudar.
BOA NOITE SENHOR FERREZ ...
BOM SOU A VICTORIA ALUNA DO E.E VICTORIO FORNASARO, DA 6 SERIE D.
NOS DA ESCOLA GOSTARIAMOS QUE O SENHOR VIZITASSE A NOSSA ESCOLA .
OU PELO MENOS A BIBLIOTECA !
ESPERAMOS POR SUA RESPOSTA OU VIZITA
MUITO OBRIGADA POR LER ESSE RECADO .
BJUS TÉ MAIS
victoria-s-g@hotmail.com
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