O Grande Assalto
Avenida Santo Amaro. Às 13 h.
Um homem mal vestido para em frente a uma concessionária de automóveis fechada e nota as bolas promocionais amarradas à porta.
Um policial desce da viatura, olha para todos os lados e observa um suspeito parado em frente a uma concessionária. O suspeito está mal vestido e descalço.
Uma senhora sentada no banco do ônibus que pára na avenida para pegar passageiros comenta com a moça sentada ao seu lado que tem um mendigo todo sujo parado em frente a uma loja de automóveis.
Um senhor passa por um homem todo sujo. segura a carteira e começa a andar apressado. Logo que nota a viatura estacionada mais à frente, se sente seguro, amenizando os passos.
Um jovem tenta desviar de trás do ônibus parado, os policias que ele vê logo à frente lhe trazem desconforto, pais seu carro está repleto de drogas que serão comercializadas na faculdade onde estuda.
O homem malvestido resolve agir, dá três passos à frente, levanta as mãos e agarra duas bolas promocionais; faz a conta rapidamente e se sente realizado, quando pensa que ao vender as bolas comprará algo para beber.
Uma moça alertada pela senhora ao seu lado no ônibus, chama a atenção de vários passageiros para o homem que, segundo ela, é um mendigo, e diz alto que ele acabou de roubar algo na concessionária.
Um jovem com o carro cheio de drogas para vender na sua faculdade nota o homem correndo com duas bolas e dá ré no carro ao ver os policiais vindo em sua direção.
Um policial alcança o homem mal vestido e bate com o cabo do revólver em sua cabeça várias vezes; o homem tido como mendigo pelos passageiros de um ônibus em frente cai e as bolas rolam pelo asfalto.
Um motorista que dirige na mesma linha há oito anos tenta ficar com o ônibus parado para ver os policiais darem chutes e socos em um homem malvestido que está caído na calçada, mas o trânsito está livre e ele avança passando por cima e estourando duas bolas promocionais.
5 comentários:
Oi Ferrez, desculpa usar este espaço aqui para entrar em contato com vc, meu nome é Mario, nascido e criado em Bangú RJ, sempre leio a sua coluna na Caros Amigos.
Hoje faço faculdade de cinema e tento organizar eventos para criar oportunidades, já que não posso ficar esperando as coisas caírem do céu.
Estou organizando um evento para os dias 10 e 11 de dezembro, basicamente trata-se de curtas universitários que estão estreiando. Haverá uma mesa de debate sobre esses filmes, com a idéia de estar indicando caminhos para esses futuros profissionais. Acho muito importante a sua visão e a do Paulo Lins, pois no meio universitário vejo que muitas vezes a temática é Burguesa e acharia importantíssimo que vocês dessem a opinião de vocês sobre isso.
Infelizmente a produção é pequena e não temos condições para bancar passagem e hospedagem sua aqui no Rio, quanto ao Paulo Lins, tentei achar o contato, mas não obtive sucesso. Será que você poderia me ajudar com isso?
Vou deixar todos os contatos possíveis para não ter erro.
2224-6783 (Casa)
3970-7070 (Trab)
9336-1895
Um grande abraço e muito obrigado.
obs.: Parabéns pelos textos, gosto muito das colunas na Caros, infelizmente ainda não consegui comprar os livros, mas vai rolar.
Valeu!
salve salve mano ferraz,meu vugo e´Babum moro no santo eduardo quero te dar meus parabens por lancar o 1da sul para represcentar nossa Quebrada, mando tambem um salve pra RAPA dos PREDIOS,e todos aqueles que usam a marca 1dasul.Estamos todos contentes por poder levar o 1dasul pra leste,oeste,norte pois temos horgulho de nossa zona sul,um abraso de um filho da sul,que tem um grande respeito porquem defende nossa zona sul.
Parabéns pelo conto, vou usá-lo em uma aula de ensino médio, tentar caracterizar contos. Achei que houvesse alguma relevância o título à direita e a divisão em blocos que estava no livro.
Obrigado, abraços.
Parabéns pelo conto, vou usá-lo em uma aula de ensino médio. Achei que houvesse alguma relevância o título à direita e a divisão em blocos, como está no livro.
Obrigado, abraço.
Olá! Ferréz, soube de você recentemente em uma aula na Universidade de Brasília. Eu e meu parceiro vamos fazer uma apresentação em Literatura Contemporânea sobre você e o Arnaldo Antunes.
Eu não sabia dessa movimentação de literatura marginal, apesar de que eu já escrevia uns textos no mesmo sentido.
Conhecer sobre você expandiu muito a minha mente! Valeu demais!
Um salve de Ceilândia, periferia de Brasília. Resistência sempre!
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