Então...
Ontem, mergulhado na minha Caros Amigos (Abril/2008) fiquei vidrado no artigo do Ferréz... Um daqueles artigos que te dá vontade de sair quebrando tudo, mandando todos à merda, subir num caixote e incitar a revolta urbana.
É um artigo que faz comparações radicais, arranca situações de um contexto e cola em outro, justamente pra chocar e jogar na sua cara que a realidade é multifacetada, que quando você se satisfaz em uma situação tem alguém se fudendo em outra e que não existe felicidade pura, pois a pureza esta no amor ao próximo, e é justamente o próximo a se fuder! Por exemplo: “Então, quando vir o jornal com um P.M. estraçalhando criança na favela, muda de canal e procura algo que fala de ioga e budismo, procura a paz espiritual, enquanto o menino continua tentando entender o que fala a professora, não sabendo que no senado aprovaram projeto para que ele seja preso ainda no berço.”
É claro que a busca do crescimento espiritual não é conflitante com uma postura político-social diante da opressão e estupro cultural nos guetos (hein?), mas são faces da mesma realidade. O grito aqui é contra a hipocrisia, contra a busca pela felicidade idiota.
Se você me der mais umas linhas eu cuspo a ligação entre os dois, mas não é essa a questão. A questão é que o artigo do Ferréz me fez lembrar uma música do Moska, do tempo q era Paulinho também, mas não mais Inimigo do Rei: “Ninguém pode ser feliz/Só os ignorantes/Que não prestam a devida atenção/E não procuram a verdade/Preferem sorrir pra ilusão/De viver uma só realidade”.
O Moska, assim como o Ferréz, não disse que você não pode ser feliz, apenas que esta felicidade que a sociedade prega é limitada. Que a busca pela felicidade tem que ir além dos seus anseios pessoais, tem que ser conjugada no plural, e que o plural tá na merda! É só olhar a sua volta...
Esse papo pode deixar alguns meio seqüelados, mas aí que está... É uma chamada à realidade, dizendo que a atitude que tomaremos diante dela é que fará a diferença... Para alguns é uma atitude espontânea e repentina, para outros um processo lento e gradativo (pra mim é), mas o que importa é que você queira conhecer e entender a realidade que te cerca... A felicidade vai estar na paz de espírito de estar em movimento buscando conjugá-la no plural.
Entre em movimento, a era do “se cada um limpar sua própria merda, já estará fazendo sua parte” acabou! A sociedade chegou num ponto em que só isso já não basta mais...
Quinta-feira, 10 de Abril de 2008Ontem, mergulhado na minha Caros Amigos (Abril/2008) fiquei vidrado no artigo do Ferréz... Um daqueles artigos que te dá vontade de sair quebrando tudo, mandando todos à merda, subir num caixote e incitar a revolta urbana.
É um artigo que faz comparações radicais, arranca situações de um contexto e cola em outro, justamente pra chocar e jogar na sua cara que a realidade é multifacetada, que quando você se satisfaz em uma situação tem alguém se fudendo em outra e que não existe felicidade pura, pois a pureza esta no amor ao próximo, e é justamente o próximo a se fuder! Por exemplo: “Então, quando vir o jornal com um P.M. estraçalhando criança na favela, muda de canal e procura algo que fala de ioga e budismo, procura a paz espiritual, enquanto o menino continua tentando entender o que fala a professora, não sabendo que no senado aprovaram projeto para que ele seja preso ainda no berço.”
É claro que a busca do crescimento espiritual não é conflitante com uma postura político-social diante da opressão e estupro cultural nos guetos (hein?), mas são faces da mesma realidade. O grito aqui é contra a hipocrisia, contra a busca pela felicidade idiota.
Se você me der mais umas linhas eu cuspo a ligação entre os dois, mas não é essa a questão. A questão é que o artigo do Ferréz me fez lembrar uma música do Moska, do tempo q era Paulinho também, mas não mais Inimigo do Rei: “Ninguém pode ser feliz/Só os ignorantes/Que não prestam a devida atenção/E não procuram a verdade/Preferem sorrir pra ilusão/De viver uma só realidade”.
O Moska, assim como o Ferréz, não disse que você não pode ser feliz, apenas que esta felicidade que a sociedade prega é limitada. Que a busca pela felicidade tem que ir além dos seus anseios pessoais, tem que ser conjugada no plural, e que o plural tá na merda! É só olhar a sua volta...
Esse papo pode deixar alguns meio seqüelados, mas aí que está... É uma chamada à realidade, dizendo que a atitude que tomaremos diante dela é que fará a diferença... Para alguns é uma atitude espontânea e repentina, para outros um processo lento e gradativo (pra mim é), mas o que importa é que você queira conhecer e entender a realidade que te cerca... A felicidade vai estar na paz de espírito de estar em movimento buscando conjugá-la no plural.
Entre em movimento, a era do “se cada um limpar sua própria merda, já estará fazendo sua parte” acabou! A sociedade chegou num ponto em que só isso já não basta mais...
Guilherme/www.resistenciacarioca.blogspot.com
6 comentários:
quanto tempo que eu não lia "Caros Amigos"...
Acho que a última foi em 2006, passei na biblioteca de onde estudo (um instituto de filosofia e teologia chamado Mater Ecclesiae) e peguei a revista, confesso que o formato não é tão atraente, (talvez por isso a "Piauí" quase copiou), folheei um pouco, depois voltei as páginas e vi um título intrigante, mais intrigante ainda era o nome do autor Ferréz... Bom, li, reli e gostei! Admito é tão bom algumas vezes ter um "choque" literário, desses que fazem a circulação ficar mais rápida! Bom quero dizer que teu texto foi um verdadeiro desfibrilador cerebral, eu precisava disso, afinal de contas estou no 3° Ano de Teologia, daqui dois anos serei padre e confesso, não quero ser um padre alienado ou show man, nada contra aeróbica, mas não no Altar! Parabéns! texto que pode até dar vazão à rebeldia que tanto é pedida, mas que na verdade permite ver que "o buraco é mais embaixo" e as mazelas mais profundas ainda!!!
compartilho em todas as dimensões! Uma coisa que nunca deixo de dizer para quem quer que seja é o fato de que ninguém deseja abrir mão de nada, e sem isso não haverá mudança. O paradoxo é que aqueles que mais precisam fazer isso (por terem muito) esperam que os que não tem quase nada (ou nada!) é que o façam! Resistir é preciso mesmo. Força na caminhada!
Oi, Ferrez. Dá uma olhada no "O Apartheid da Virada" no meu blog: http://omapadamina.zip.net/
Você foi no Baile Chique, viu como a galera do hip hop foi tratada?
Abraços.
Olá!!!
Eu amei este artigo ... ele diz muito em poucas palavras e com uma sutiliza fantástica...tem um poder de "meter o pau" no poder com uma perspicácia ótima!!!!
Eu sou assinante da Caros e deixei bem claro que não abria mão de ler o Ferréz (numa época aí que ele tava sumido...)
E Guilherme... cara vc escreve muito bem...muito mesmo... investe aí nessa história...
Quando ambos vcs tiverem a fim de conferir umas histórias aqui do Sul... com trabalhos na periferia... confere o blog de uma ONG que participo...
www.redevidadania.blogspot.cm
A gente agiliza por aki...
Abração
Eliana
elianasociologia@hotmail.com
Olá!!!
Eu amei este artigo ... ele diz muito em poucas palavras e com uma sutiliza fantástica...tem um poder de "meter o pau" no poder com uma perspicácia ótima!!!!
Eu sou assinante da Caros e deixei bem claro que não abria mão de ler o Ferréz (numa época aí que ele tava sumido...)
E Guilherme... cara vc escreve muito bem...muito mesmo... investe aí nessa história...
Quando ambos vcs tiverem a fim de conferir umas histórias aqui do Sul... com trabalhos na periferia... confere o blog de uma ONG que participo...
www.redevidadania.blogspot.cm
A gente agiliza por aki...
Abração
Eliana
elianasociologia@hotmail.com
Ótimo texto meu caro!
Já acompanho suas postagens desde as Caros Amigos Literatura Marginal.
Infelizmente não tive a oportunidade de ler os seus livros.
Mas tudo bem...
Lançei a pouco tempo um blog e já digo que estou adicionando o seu link lá ok?
Queria que desse uma conferida nos meus projetos. Quem sabe você não se interessa em colar conosco.
Fica na Paz e Luz na caminhada irmão.
Um abraço!
http://www.nossomundo.net
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