Blog do escritor Ferréz

EnsaiAço faz super noite do Rap nacional


O EnsaiAço desse mês foi fenomenal, não parava mais de chagar grupos de rap, vários manos de mili ano, do ex mano do Rap Sansation a Edgar Vida Loka, dos grupos de dança Lords of Crump ao Capão Breaks.
O mano Ti fez duas músicas para mostrar que o rap do jardim Rosana ainda tá de pé.
O Casarão MC´s, NSN, R.D.G, Negredo, Mano Ti, e a Martinha chegou para fazer uma palinha, cantando os versos sobre a quebrada.
um idiota ai nesses dias, deu uma entrevista dizendo que o rap acabou em 2008, engraçado que esqueceram de avisar agente, a quebrada tá lançando mais dois 3 discos esse mês, e ainda um DVD, a cultura está a toda prova.
A noite terminou um pouquinho antes, pois precisávamos ir para a Fundão montar o Som, já que a quermesse tá rolando nesse mês por lá, é isso...periferia de corre em corre faz seu espaço.



Mais fotos e novidades sobre o EnsaiAço no blog www.ensaiaco.blogspot.com

Nessa Sexta-Feira dia 30 - EnsaiAço


Salve
Nessa Sexta dia 30 rola o EnsaiAço, vários grupos já confirmaram presença no maior espaço dedicado ao rap todos os meses, o EnsaiAço - livre ensaio na Zona Sul de São Paulo.

Eu indico a Livraria Suburbano Convicto

Salve
Esse post é para indicar a livraria Suburbano Convicto, ela foi feita pelo parceiro Alessandro Buzo e por sua esposa Marilda Borges, quando fui fazer o lançamento do livro lá fiquei maravilhado com a quantidade de livros bons, sai de lá com três, dois clássicos da literatura e uma biografia do Mandela.
O Dificíl foi ver tanto livro bom e levar só alguns, mas como a fila tá alta aqui em casa eu não posso abusar.
quem quiser conhecer um espaço bacana, ver muita literatura de primeira só ir lá, o endereço está logo abaixo.

Livraria Suburbano Convicto
Rua 13 de Maio, 70 - 2o andar
Bixiga São Paulo SP CEP: 01327-000
(11) 2569-9151

Ferréz e Selo Povo em Lumiar - Nova Friburgo







Salve,
acabamos de voltar da primeira Feira do livro de Lumiar, passamos por muitos lugares chapados entre eles o colégio Marchon no qual fiz uma palestra e participei da feira, lá encontrei escritores como o Alvaro Ottoni, que me presenteou com o livro Contos e Causos, outra pessoa maravilhosa foi o autor Heber Cunha, que lançou o livro O Rei da Rua, e na própria feira também comprei um exemplar do Silvio Poeta, camado Brasil Campeão.
Tem tanta coisa aqui pra ler, que estou organizando os horários, uma coletânia de textos dos alunosdo C.E. Carlos Maria Marchon, chamada Palavrimagem, organizada pelo Prof. Pablo V. de Oliveira, que foi quem nos fez o convite e nos arrumou uma pousada maravilhosa, a Pousada do Vale.
Também fizemos uma sessão de autógrafos na Eco Arte, uma super livraria que fica em Nova Friburgo - RJ.
Lá também virou mais um ponto de distribuição do Selo Povo, já tendo o Cronista de um tempo ruim e o dvd Literatura e Resistência.

Homenagem a Ferréz e Mano Brown



Salve, respeito não se compra nem se impõe, agradeço a homenagem da favela Godoy, da Avenida Sabin, e de todos os membros da cúpula Negredo, projeto Periferia Ativa, Mano Gel, Ylsão, MC Tó, Dj Alê.
Nós somos um montão, periferia sem limites.
Valeu
Ferréz

EnsaiAço Convida a todos.


Salve, o EnsaiAço, vai rolar nesse dia 30 de julho, o convite está logo acima, chame os grupos que você conhece, ou Dj´s, MC´s, produtores, avise que o Rap Nacional agora tem espaço próprio.
uma iniciativa Estúdio 1DASUL, apresentação Ylsão, Martinha (Vila fundão)e Maurício DTS.
o blog já tá no ar. www.ensaiaco.blogspot.com

1DASUL - novo site no ar



o novo site da 1DASUL já está no ar, tem várias notícias da marca no blog 1dasul, videos na TV e muito mais, clica lá www.1dasul.com.br

Roberto Piva faleceu nesse sábado.

Salve, infelizmente perdemos o poeta Roberto Piva, que faleceu nesse sábado, deixo aqui um texto de João Silvério Trevisan sobre Roberto e sua obra, uma grande perda para a literatura brasileira, mas fica sua grande obra,
a uns tempos atrás fui a sua casa e fui muito bem recebido, acabamos trocando idéia até tarde, vou guardar na lembrança esse grande homem e escritor.

A arte de transgredir (uma introdução a Roberto Piva)

João Silvério Trevisan

1.

A história pessoal do poeta Roberto Piva começa e gira em torno da cidade de São Paulo. Ele cresceu e formou-se entre a capital e as antigas fazendas do pai, no interior do Estado de São Paulo. Seus primeiros poemas foram publicados em 1961, quando tinha 23 anos. Nessa mesma época, integrou a famosa Antologia dos Novíssimos, de Massao Ohno, na qual se lançaram vários poetas brasileiros iniciantes, que depois desenvolveram uma obra poética de importância. Piva formou-se em sociologia. Sobreviveu em grande parte como professor de estudos sociais e história. Em suas aulas aos adolescentes do segundo grau, costumava trabalhar as matérias a partir de poemas que os fazia ler e interpretar. Foi um professor de muito sucesso, com rara vocação como pedagogo. Nos anos de 1970, tornou-se produtor de shows de rock. Piva mora em São Paulo, cidade que lhe parece apocalíptica, exemplo do que não deve ser feito contra o meio ambiente, mas que forneceu todo o pano de fundo para sua obra poética. Tem medo de avião.

Por isso, raramente se distanciou demais da capital, de onde foge sempre que pode, de ônibus ou carro, sobretudo para o litoral sul do estado de São Paulo, refugiando-se em casa de amigos na Ilha Comprida ou em pensões baratas de Iguape. É lá que realiza seus rituais xamânicos e entra em contato com seu animal xamânico, o gavião.


2.

A genealogia poética de Roberto Piva apresenta raízes e inclui influências muito raras na literatura brasileira, formando uma mistura-fina que é única por sua erudição, mas também por sua transgressão. Começa com Dante Alighieri. Ainda na década de 60, por três anos Piva aprofundou-se nos estudos da Divina Comédia, orientado por Eduardo Bizzarri, adido cultural do Consulado da Itália em São Paulo. Esse contato com Dante foi como seu imprinting poético-filosófico: marcou para sempre sua visão de mundo, sua política e sua poesia.

Ao conhecer os poetas metafísicos ingleses, sobretudo William Blake, Piva começou a aprofundar sua experiência mais direta com o sagrado e a vida interior.

A entrada em cena de Hölderlin e dos poetas expressionistas alemães Gottfried Benn e Georg Trakl temperaram essa experiência com uma ponta de pessimismo, que deixou de ser circunstancial quando, ainda na década de 60, Roberto Piva teve contato com a obra de um filósofo praticamente desconhecido, no Brasil do período: Friedrich Nietzsche.

À experiência juvenil de Piva agregou-se a contundência desse profeta pessimista e decifrador da alma moderna. Mas nem só de espírito, nem só de intelecto fez-se o aprendizado juvenil de Roberto Piva, que cedo descobriu Rimbaud e Lautréamont, recebendo a influência desses dois poetas visionários, que extrapolam os limites da expressão racional e das escolas literárias.

A partir daí iniciou-se em sua vida o cultivo do rimbaudiano “desregramento de todos os sentidos” para se chegar à poesia. Das vanguardas do começo do século 20, Roberto Piva absorveu lições do surrealismo, na vertente francesa de André Breton, Antonin Artaud e René Crevel. É um dos três únicos poetas brasileiros a constar no famoso Dicionário Geral do Surrealismo, publicado na França. A partir de Artaud, Piva incorporou a idéia de que existe um compromisso absoluto entre poesia e vida.

O dito artaudiano “para conhecer minha obra, leia-se minha vida” teve em Piva a contrapartida: “só acredito em poeta experimental que tem vida experimental”. Também é flagrante em sua poesia a influência dos futuristas italianos (com seu culto à fragmentação moderna), acrescida de algumas expressões musicais da contemporaneidade do pós-guerra, através da onipresente marca do jazz e da bossa nova, duas fidelíssimas paixões de Roberto Piva. Mas há mais duas fortes presenças contemporâneas em sua poética. Uma é a beat generation americana, da qual Piva não só absorveu a estilística fragmentada e a temática que aproxima o contemporâneo do arcaico, mas através da qual também sedimentou a orientação basicamente transgressiva dos costumes do seu tempo.

Na década de 70, a transgressão foi reforçada pela descoberta do outsider Pier Paolo Pasolini, protótipo do intelectual-profeta que caminha nas frinchas do paradoxo. Dos poetas brasileiros, essa genealogia poética agregou as figuras de Murilo Mendes - com seu surrealismo intenso, expontâneo e sensorial, ao contrário dos franceses intelectualizados - e Jorge de Lima, sobretudo aquele barroco, visionário e atormentado de “Invenção de Orfeu”. Os elementos finais da construção poética de Roberto Piva evidenciam uma substancial ligação com o aspecto mágico.

Suas constantes caminhadas xamânicas pela represa de Mairiporã e serra da Cantareira, ambas nos arredores de São Paulo, além de Jarinu, no interior do estado, selaram sua ligação sagrada com a natureza.

Essa sacralidade é, para Piva, a única salvação possível ao mundo moderno, que colocou a destruição da natureza como parte do seu projeto consumista. No quadro da recuperação do sagrado e do mágico, enquanto forças da natureza, Piva passou a estudar e praticar o xamanismo. Para aprender o culto ao primitivo e às forças da natureza, foi buscar elementos não apenas em teóricos como Mircea Eliade, mas sobretudo nas culturas indígenas brasileiras e na prática do candomblé. Ele não só cultua seus orixás (Xangô, Yemanjá e Oxum) mas também toca tambor para invocar seu animal xamânico, o gavião.

Paralelamente a essa trajetória em direção ao sagrado, Piva agregou dois elementos ligados à civilização grega. Um: a ingestão de drogas alucinógenas e bebidas libatórias, como formas de atualizar a tradição dionisíaca e a transgressão sagrada do paganismo. Dois: o culto a uma erótica homossexual, resgatando para a modernidade o amor grego, como um componente de transgressão do desejo.