Blog do escritor Ferréz

Turnê Selo Povo

O bonde da literatura tá formado.
A primeira turnê de poesia vai ter início em abril.
O lançamento do primeiro livro da editora Selo Povo, e também as leituras dos textos inéditos das novas autoras do selo, Cernov e Cidinha da Silva.
Eu levarei sempre um convidado do Selo fará a leitura de seus poemas.
Litera-rua fazendo um passeio poético pelas quebradas do mundaréu.
Clique na imagem para ampliar.
Autores(as) Selo Povo
Selo Povo, 8 livros. 8 navalhas.1. Cronista de um tempo ruim (Ferréz)2.Cernov (Amazônia em chamas)3. Lima Barreto (título a decidir)4. Cidinha Silva (título a decidir). www.selopovo.blogspot.com

Textos de Capão Pecado proibido na Bahia.

Salve
Como agente não consegue ficar em paz muito tempo, depois de caçar meus trabalhos em Minas Gerais, agora a bola da vez é a Bahia, o Ministéiro Público já foi acionado e está averiguando a denúncia de trechos do Capão Pecado, meu primeiro livro, que foi usado na escola de lá no livro Linguagem, práticas de leitura e escrita, escrito por Anna Christina Bentes, publicado pela Global e Ação Educativa.
Quero aqui dizer a professora que está sendo vítima de perseguição por usar o livro, que é inclusive indicado pelo MEC, que torço para que os responsáveis pela secretaria de educação não se deixem manipular pela reportagem do jornal Bahia Meia Dia, que fez uma reportagem tendenciosa e preconceituosa sobre o livro, pra quem não sabe o jornal é do Grupo Rede Globo de televisão.
Num pais onde programa como Pânico na TV mostra até o "útero" das mulheres, e onde nosso símbolo de carnaval é uma mulher negra nua rebolando com a vinheta da Globo, até que eu devo estar errado mesmo, por tratar de temas como a Aids e machismo.
leia logo abaixo a matéria feita no blog http://www.literaturaclandestina.blogspot.com/
HIPOCRISIA NA EDUCAÇÃO
“Pais de alunos denunciam uso de livro com conteúdo erótico em escola estadual em Feira de Santana.” Por Elenilson Nascimento
Hoje, 26/03, a direção da Escola Estadual Godofredo Filho, em Feira de Santana, cidade do interior da Bahia, sobre pretexto de ter recebido protesto de pais de alunos, recolheu o livro didático “Linguagem - Práticas de Leitura e Escrita” de Anna Christina Bentes, distribuído numa sala de aula de 8ª série por uma professora, pois no livro continha textos literários onde supostamente relatava, em detalhes, relações sexuais entre dois personagens.
O livro fazia parte de uma atividade proposta por uma professora de português de uma turma de 8ª serie.
Um dos pais dos alunos procurou o Procon de Feira de Santana para reclamar sobre o conteúdo do livro, que considerou inadequado.
O diretor do Procon, Magno Felzemburg, provavelmene um pedagogo e/ou funcionário da educação, entendeu – por obra do Espírito Santo – que a linguagem era imprópria para crianças e adolescentes e decidiu encaminhar o caso ao Ministério Público.
“Como não é uma escola particular e não se trata de uma relação de consumo, estamos recomendando apuração”, afirmou Felzemburg.
Por sua vez, a diretora da escola, Delma Ribeiro, justifica que o livro destinava-se a jovens e adultos que estudam na escola no turno noturno.
“Não sabemos por que a professora usou na 8ª série. Eu pessoalmente digo que não usaria. Mas a professora é responsável e inclusive pediu uma reunião para se justificar com os pais”, declarou a diretora.
Pela internet, verifiquei no site da Rede Bahia, no Jornal do Meio Dia, uma matéria sobre o assunto, onde uma aluna com uma "cara de sacana" diz ter ficado horrorizada com o livro que foi adotado por conta própria pela professora de português.
O problema, segundo alguns alunos que denunciaram o caso, é que o livro usado na atividade relata em um texto, e em detalhes, relações sexuais entre os personagens.
Na edição, dois textos com teor erótico e palavras de cunho sexual chamaram atenção dos estudantes: o romance “Capão Pecado”, de Reginaldo da Silva, o Ferréz, que conta a história de um grupo de adolescentes e a autobiografia de uma mulher que contraiu Aids.
Assunto incompreensível para essa facha etária? A turma com alunos entre 13 e 16 anos ainda não havia recebido os livros oficiais de português entregues pelo Ministério da Educação, por isso o livro didático polêmico com trechos da obra de Ferréz estaria sendo usado temporariamente.
Ferréz, o autor do polêmico(?) texto incluso num livro didático. Mas parece que esse livro “Capão Pecado” do Ferréz está sendo vítima de uma verdadeira caça às bruxas, pois caso parecido já aconteceu também em Minas Gerais, como o próprio autor escreveu no seu blog que, segundo o autor, talvez seja porque “nas nossas escolas ninguém fala palavrão, e palavrão para ele é FOME, Corrupção e Hipocrisia”.
Como também já foi notícia na revista Isto É.
Eu só queria saber onde esse povo vive? Aí, esqueci: Feira de Santana! Pois parece que em Feira as pessoas não têm contato com sexualidade, que essas coisas não são vistas a qualquer hora nos patéticos programas de TVs, nos BBBs imbecis que todo mundo assiste, nas novelas cheias de duplo sentido, nos desenhos animados e, principalmente, na merdinha da “Malhação” com o filho de Fábio Jr. Me poupe! Provavelmente, os alunos que mais ficaram indignados são os que menos deveríamos ser ouvidos, são aqueles que vão para os colégios para ficarem com as suas caras de sacanas perturbando nas aulas.
“Ela chegou aqui na sala, saiu distribuindo os livros. A gente pegou o livro e foi folheando. Quando folheou, a gente viu os textos eróticos e ficamos horrorizados. Todo mundo da sala ficou horrorizado porque eram palavras pornográficas mesmo”, contou uma aluna indignada na TV. Após a denúncia, a turma não quer mais ter aulas com essa professora. Lógico! O diretor da Direc, professor Eutímio Almeida, confirmou que o material é indicado sim para o programa de ensino de jovens e adultos e teria sido usado pela professora por conta própria. Um colegiado formado por professores, pais e alunos da Escola Estadual Godofredo Filho vai decidir se a professora deve ou não ser punida pela falha. Falha?
Mas que falha? A mulher teve a ideia, coisa muito rara entre professores, de trabalhar com um livro e agora querem queimá-la? Só nesse país de bagaça mesmo que acontece essas coisas. O debate que devia girar em torno da desigualdade social que o texto do Ferréz no livro aborda, desembocou no tipo de linguagem usado.
E, contraditoriamente, os alunos do Ensino Médio, via de regra, são os que normalmente denunciam e também os que raramente “contribuem espontaneamente” com a escola. Por outro lado, a maioria dos veículos de comunicação, acreditando estar fazendo seu papel social, abre os microfones aumentando ainda mais o peso de denúncias tão sem sentido. O que todos eles deveriam denunciar são os prolongamentos dos feriados, os conselhos de classe que não servem para nada, as reuniões pedagógicas inúteis e as inúmeras outras razões para aprovação em massa de alunos por professores, especialmente para os terceiros anos do Ensino Médio. Vale ressaltar que esta conta é superficial, se analisarmos cada dia, escola e turma, seguramente os números são ainda mais assustadores.
E porque ninguém denuncia? Nem os estudantes, nem os pais, nem os professores, nem os diretores, nem os jornais, nem o Conselho Tutelar, nem o Ministério Público. Cadê o governo, a sociedade desorganizada e a organizada, ou alguém que se preocupe com nossas crianças e adolescentes? Porque a escola que deveria ensinar e cumprir a lei, exercendo e fazendo exercer a cidadania é a primeira a descumprir sua regra maior, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e a Constituição Federal. Mas eu também quero ter um texto polêmico num livro didático para também ser crucificado por pais, professores e estudantes cada vez mais imbecis! + Agora, assista o vídeo da reportagem no Bahia Meio Dia, TV Bahia, onde a pobre alma da professora é colocada como a que usou livro com histórias eróticas:

G.U.E.R.R.A

datilógrafo
escritor do gueto
plantador de ódio,
injetor do kaos moderno

terrorista literário
de fuzil bic na mão
arma nuclear
a informação

conseguiram do povo
a desunião
50 cents de pistola na mão
Luter king morreu em vão

se for falar o que penso
tem coisa que não compreendo

Pornô mundo
Mundo pornô
Me mostra
A nudez da sua cor

amor pela quebrada
virou frase de para-choque
a ideologia tá em crise
pra quem tá em choque

o povo chora a dor, chora dor
mensageiro da mentira para senador

mas no meu peito zumbi
na mente mariguela
no punho Solano
quebrada favela

são anos de rancor em vão
chega de tiração
Deus perdoa
eu não

o pavio é fácil de acender
no clip tem tudo
que você quer ser

na rua tanta solidão
verdades são mentiras jão

anota 10 a minha nota
pro sistema hipócrita
todo mundo é fantoche,
mas eu vejo as cordas.

Ferréz

Buzo convida

Nesse dia 26 de março, nosso parceiro Alessandro Buzo, convida para os shows de A família, Mano Rogério e G.E.D.E.O.N

Tem sangue na bandeira do Brasil

Tem sangue na bandeira do Brasil

Tem sangue na bandeira do Brasil

Sangue de Zumbi, Lampião e Conselheiro

Sangue do povo que construiu o pais

Mas herdou só o sofrimento

Sangue dos filhos da periferia

Sangue da pátria gentil homicida

Da pm, civil, do deputado, senador

Do presidente servil, mano pelo amor.

Tem dona Maria que lava o sangue da farda

tem gás lacrimogêneo na massa

Tiro, espancamento para o MST

Paulada, choque no povo no DP

A nação que sangra giz da mão do professor

É o tiro que ninguém dá no opressor

Tira onde na Oscar freire, Alphavile, Daslu

O sangue na viela, morreu 13 aqui na sul

Ande por ai, note a desigualdade

Tem sangue nas mãos de quem

Vota na maioridade

Em quem se fecha, lacra, cerca e higieniza

De quem luta pelo seu e vive na hipocrisia

Pais sem rumo, inviável, difícil missão

Tem sangue no oprimido, mas ta limpo

quem promove a opressão.


Ferréz

Selo Povo hoje no Jornal da Tarde

Salve, hoje saiu uma matéria sobre o Selo Povo no jornal da Tarde, fala muito da loja da 1dasul no centro ao qual a repórter chama de "QG da periferia no centro da cidade.
deu destaque pros livros da perifa, e de quebra falou um pouco da minha carreira.
gostei bastante da matéria, que mostra que não viemos para brincar.
segue a matéria abaixo.

‘QG’ da periferia no centro da cidade

Comandada pelo escritor Ferréz, loja 1DASUl, na Galeria do Rock, vira polo da literatura marginal
ANA CAROLINA RODRIGUES, anac.rodrigues@grupoestado.com.br
Na Galeria do Rock, no centro, uma loja destoa da paisagem.
Ela é a primeira a tratar de literatura no prédio e tem uma proposta ímpar.
É lá, na 1DASUL, que o escritor Ferréz recebe gente interessada em conhecer um pouco mais sobre literatura marginal - vertente presente nos mais de 50 títulos à venda e que é representada também pelo Selo Povo, coleção cujos lançamentos são vendidos a R$ 5.
Ferréz prepara a primeira safra do selo - criado por ele em agosto de 2009 -, com oito títulos. Já conta com Cronista de Um Tempo Ruim, do próprio Ferréz. Mas virão por aí a escritora Cátia Cernov, de Rondônia, com Amazônia em Chamas, além de uma seleção de crônicas de Lima Barreto e um volume escrito por Cidinha Silva, ainda sem nome definido. “A ideia é mesclar autores novos e clássicos”.
Aos 34 anos e com muitas ideias na cabeça, Ferréz afirma que dá preferência a obras ligadas à periferia. “É muito mais difícil para os escritores dessas áreas encontrarem alguém para publicar suas histórias.” No entanto, outros quesitos têm peso. “Em primeiro lugar, a qualidade do texto. Não importa o assunto”, declara.
Para avaliar o grande número de trabalhos, Ferréz conta com a ajuda de amigos. E é também com o apoio de fornecedores que tem conseguido vender livros a R$ 5. “Sabíamos que ganharíamos pouco, mas nosso trabalho é para ver as pessoas lendo um livro.
No final, ganhamos muito, formando um público leitor”,conta. Com uma tiragem média de 2 mil exemplares por título, o Selo Povo também tem em seu catálogo DVDs a R$ 9,90. O primeiro, Literatura e Resistência, já está na 1DASUL. Trata-se de um documentário sobre a literatura marginal. Em dois meses, também deve sair 100% Favela - Parte 2.
Paralelamente ao selo, Ferréz prepara seu sexto livro, Deus Foi Almoçar, e trabalha em sua segunda obra infantil. “Vou falar de violência, drogas e álcool, estimulando as crianças a não usar nada disso.” Ele também planeja lançar um CD de hip hop. Mas seu objetivo maior é mesmo promover a leitura. “Se de 40 pessoas que me escutarem, uma começar a ler, já salva o mundo”, diz. “Já fiz muita coisa por meio do livro. Estava na favela, com música alta ao meu redor, e ao mesmo tempo estava viajando por Paris.”

Interferência sai do Manos e Minas

Salve rapa, como alguns sabem eu já apresento o Interferência na TV Cultura, dentro do programa Manos e Minas a 2 anos, nesse tempo tivemos convidados maravilhosos, muitos do movimento rap, outros da mpb, alguns escritores, colecionadores e todo tipo de gente bacana, falando sem meias palavras o que pensa de tudo nesse nosso mundão.
em respeito as pessoas que sempre acreditaram e acompanharam o programa e além de ver na tv, também assistiam a entrevista na íntegra no site www.interferencia.art.br, venho noticiar que não fazemos mais parte do Manos e Minas.
Foi muito bom esses dois anos, ainda mais lidando com os profissionais que tive o privilégio de trabalhar.
Com certeza vão querer saber o motivo, então lá vai, estamos pedindo um aumento no tamanho do programa a algum tempo, e ficamos em média 5 minutos no ar, o motivo é só esse, o tempo que achamos muito pouco para a qualidade dos entrevistados que chegamos a gravar.
Desejo boa sorte ao Buzo, que continua na caminhada e ao novo apresentador Max B.O.
o site continua na ativa, pra quem quer matar a saudade, www.interferencia.art.br
Ao Ricardo Sêco que criou o programa comigo, e a Lia Garcia e Marilia Halla que também acreditaram desde o início um grande abraço e obrigado pela experiência e amizade.
agradecimentos aos parceiros desses dois anos.
Jorge - Barraca do Saldanha, Tia Ray, Priscila Ynoue, Alexandre Bissoli, Rogério Ferreira, Fernando DJ, Marcelo AMP, Gustavo de Magalhães, Ale Carmani, Sussa,Fábio Pinc, Leonardo Germani, Elena Germani, Cauê Ueda, e a Quadra Onze. um abraço especial a todos convidados que passaram pelo programa.
firme e forte. Ferrézesentação: Ferréz





Muro Cinza (Ferréz)


Muro Cinza.

Quando Ellen. G White iniciou sue ministério que daria origem aos Adventistas do Sétimo dia, ela não imaginaria o muro cinza.
São Paulo, Capão Redondo, em 1914 chegava à região um pastor adventista chamado John Lipke e um obreiro de nacionalidade Russo-Alemã chamado John Böehn.
Em abril de 1915 John Böehn fechou negócio com os irmãos Pantaleão e Antônio Theisen, comprando uma fazenda com 300 acres, por 20 contos de réis em uma das colinas do Capão Redondo.
Em 1925 eles importaram dos Estados Unidos algumas cabeças de gado holteinfrisien (gado Holandês) das fazendas Carnation, até 1984 o rebanho de gado holandês permaneceu na fazenda do Instituto Adventista de Ensino tendo participado de várias de competições com dezenas de premiações e recordes nacionais na produção de leite, todo o I.A.E. era cercado por cercas simples, de arame.
Enquanto isso favelas iam se formando em volta da área, barracos iam sendo construídos, terrenos cercados e vendidos a terceiros, em sua maioria, vindo da Bahia, Ceará, Piauí, Minas Gerais e várias outras regiões, além de pessoas que pela valorização dos lugares onde moravam, foram sendo jogadas para o bairro que começava a tomar forma.
A Light and Power Co instalou força e luz no Capão, a pedido do colégio Adventista que até então vinha produzindo sua energia através de dínamo instalado em açudes.
Alguns meses depois, era cometido o primeiro assassinato no bairro Jardim Comercial, por uma discussão de rede elétrica, um morador matou o outro a facadas na frente do recém colocado poste de madeira.
Em 1969 é implantada a primeira faculdade no bairro do Capão, o curso de enfermagem no Instituto Adventista de Ensino.
Alguns anos depois o hospital público Piratininga é conhecido por servir o famoso “chazinho da meia noite”, onde segundo pacientes, o líquido acabava com a chance de recuperação, e causava o óbito.
Shunji Nishimura nascido em Kioto, estudou no colégio adventista , fundador da maior fabricante de máquinas agriculas da América latina, a Jacto, em 1994 o governador de São Paulo conferiu-lhe o título de empresário do ano.
Fabinho, estudou na escola Adventista do Jardim Lilah e anos depois era conhecido como um dos maiores traficantes da região, morreu assassinado na rua onde nasceu.
A alguns metros do mesmo colégio, moradores são detidos pela polícia, eles fizeram um protesto por uma lombada, pois ouve um atropelamento de uma criança, a policial chegou, agrediu e prendeu alguns moradores.
Em 1997 a fundação do colégio Adventista Ellen G. White é a primeira escola secundária particular no Brasil a obter o certificado de qualidade ISSO 9000, enquanto isso uma chacina devasta o cotidiano do jardim Ângela, o sangue no bar dá arrepios a quem passa pelo local.
Em 1983 o I.A.E. teve 80% da área desapropriada pela municipalidade da cidade, hoje essa área chama-se Cohab Adventista.
Moradores de várias favelas foram retirados de seus lugares, perderam seus amigos, vizinhos e história, suas casas foram derrubadas e foram todos transferidos para a Cohab Adventista, ninguém escolheu sua casa, ninguém foi ouvido sobre a futura vizinhança e hoje o bairro que abriga os prédios é chamado de favela vertical, tem um grande problema de criminalidade e uso de drogas.
Falar que os Adventistas e os moradores cresceram com o bairro seria generosidade, afinal o bairro não cresceu, principalmente no que eles são especialistas, que é o ensino.
Se a informação e a cultura são tudo, porque onde tem a maior rede de ensino do mundo é um dos lugares mais violentos? Mais pobre? Mais desorganizado?
O muro cinza foi construído pelo I.A.E, tem mais de 200 metros de comprimento e 3 de altura, divide a rua dos Mutirantes do espaço Adventista.
Dentro do I.A.E. meus livros são lidos, mas hoje eu não posso entrar, só queria um daqueles bancos, com uma sombra para poder ler um pouco. O lugar parece a Europa, tem casas rústicas, ruas pequenas, bancos confortáveis em volta de árvores, parece o paraíso e tudo isso ao lado da minha casa.
Os moradores que não estudam no lugar, para levar seus filhos para brincar no pequeno espaço para crianças, pediam para o segurança, que às vezes deixava, depois cercaram o playgraund e proibiram a entrada.
Continuamos querendo entrar no paraíso e na portaria dizíamos que íamos a biblioteca, hoje essa desculpa não serve, pois eles falam que fecharam a biblioteca, para visitas.
Uma das mais modernas academias de ginástica está lá dentro,mas não para a senhora que tem problema de circulação.
A orquestra completa que eles tem, já pegou verbas, mas nunca se apresentou do outro lado do muro.
No muro cinza tem uma placa triste da prefeitura, nela está escrito que é proibido jogar lixo e entulho, informa o número do decreto para quem não sabe ler, para quem só passa pelo muro cinza.
Cachorro morto, resto de feira, móveis usados demais, todo tipo de lixo beira o muro, como se fosse uma vingança da população, de vez em quando um morador põe fogo em tudo e ficam manchas negras no muro cinza.
Alguém tenta pixar o muro, deixar uma assinatura, homens cinzas chegam e batem no pixador.
Logo após o muro começa a Cohab Adventista, as 3 casa seguintes ao muro também são cinzas, talvez seja uma tendência.
Uma senhora cata latinhas na extensão do muro, pisa num cachorro morto e apodrecido, esbraveja, que não agüenta mais aquela vida, quer ir para o céu logo, mal ela sabe que ele está do outro lado daquele muro cinza.
Ferréz é datilógrafo, vive com esposa e filha num pais chamado periferia.

1DASUL FESTA NA QUEBRADA

A loja da 1DASUL no Capão Redondo, foi totalmente reformada, reinauguramos ela nesse sábado, abaixo vocês podem ver as fotos da mudança, cada detalhe foi pensado para ter tudo a ver como o novo logo da marca - 100 limites pela periferia.Japão veio de Salto para fazer a quebrada ter mais amor pela litera-rua.
Pessoal da Kriespaço, loja do bairro que fez toda a parte de vidros e instalação.
South e eu posando na frente do desenho - Heróis da periferia.
se não fosse a parte visual que ele fez no inicio, não teríamos essa identidade, salve South Gama.
10 anos de batalha, na aba de ninguém.

Fábio, eu e Paco colando o poster da foto de uma festa na Sabim, a idéia é o palco ter as pessoas da quebrada como atração principal.
espaço para livros, docs, e muita literatura marginal.
Fábio passando roupas, tudo quase pronto para inaugurar.
as luzes que serão usadas nos lançamentos de livros e pocket shows que vamos programar para esse ano.
pessoal da Kriespaço, loja da quebrada que vende materiaos, eles fizeram as vitrines.
Paco, do Galpão de imagem, cortando as adesivos que vão ser iluminados para abrigar os livros da perifa.
Montadores da Italínea, toda a mão de obra da loja é da quebrada, e olha como eles trabalham tristes...
Vanessa, gerente da loja 2 - Santo Amaro.
Cada detalhe pensando para fazer a perifa ter a melhor loja no próprio bairro.
Nossa arma é o trabalho.
em breve vamos por as fotos da festa, com participações ilustres, que vieram prestigiar a marca da periferia.
abraços e vida longa a cultura do gueto
Ferréz/família 1dasul

Reinauguração da loja 1DASUL no Capão.

Salve, esse é o convite para nesse sábado, a reinauguração da loja 1DASUL, por ser nossa matriz agente caprichou muito e com certeza você vai curtir o maior espaço já destinado para a nossa cultura.
espaço para livros, palco para lançamentos, docs, dvds, e muita cultura, como sempre 100 limites pela periferia.