Blog do escritor Ferréz


Salve

Enfim o longa-metragem “Os Inquilinos” foi lançado comercialmente agora no dia 26 de fevereiro (sexta-feira) em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo.

Assistam e avisem seus amigos, lembrando que a permanência do filme em cartaz depende da quantidade de público nos primeiros dias.
valorizem o cinema nacional, Avatar pode esperar um pouco, já faturou $ pra caralho, já alimentou a indústria americana por muitos anos, agora tá na hora de valorizar nossa cultura.

O filme de Sérgio Bianchi é bem foda, tem uma história bem bolada, escrita por um cara da quebrada, o Vagner Ferrer.
Nas seguintes salas de exibição:

SÃO PAULO

Cinemark Cidade Jardim
Cinemark Central Plaza
HSBC Belas Artes
Reserva Cultural
UCI Santana -
Arteplex Frei Caneca


RIO DE JANEIRO

Cinemark Downtown
Ponto Cine

CURITIBA

Unibanco Arteplex - Shopping Cristal


Trailer:

O Barco Viking em desenho animado.

Salve, ontem eu fui para a quebrada do Jardim Comercial, com os amigos ver o desenho baseado no meu conto, depois de tantos meses está pronto "O Barco Viking" baseado no conto do mesmo nome, publicado no livro Ninguém é inocente em em São Paulo.
O desenho já está no youtube no link:
http://www.youtube.com/watch?v=H9tqH_gDJIk
para ver o Making Off da animação, O barco viking e detalhes da produção do desenho só entrar no blog www.obarcoviking.blogspot.com
o projeto e desenvolvimento é da turma talentosa: Henrique dos Santos, Marcelo Pitel, Tigone, Will Mangraf, Ana Torres, Beto Uchoa. Um ótimo trabalho que me deu muito orgulho, com parceria do Projeto Carmin e do VAI.

eu e a Elaine, representados no desenho.
prato de sfihas do Habibs, protesto pela quebra do amor ao consumo, amor pelas pessoas é a chave.
Ferréz

Site da L.M no ar.



Salve, colocamos o site da literatura marginal novamente no ar, ainda estamos pondo conteúdo mas já da para ir dando uma sacada, o site é feito aqui na quebrada.
www.literaturamarginal.com.br
quem quiser por textos e tal só mandar que agente vai abrir uma sessão de novos textos em breve, assim como as biografias dos grandes autores da l.m.
vida longa a cultura de rua.
Ferréz

Bróder é lançado

Capão Redondo nas telonas de cinema

Postado por Cristiane Oliveira em 17 de fevereiro de 2010 ás 15:48
BRODER - FESTIVAL DE BERLIN

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O filme Bróder tem trilha sonora de Emicida, colaboração de Ferréz e recebeu a benção de Mano Brown.

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É nóis em Berlim

Primeiro longa de Jeferson De, criador do Dogma Feijoada, Bróder tem première hoje na Alemanha e projeta Capão Redondo na tela de um dos maiores festivais do mundo

Flavia Guerra

RETA DE CHEGADA - Após quatro anos de trabalho, Jeferson De conseguiu terminar seu primeiro longa quatro dias antes da exibição na Alemanha; filme contou com colaboração de Ferréz e a bênção de Mano Brown

“Todo maloqueiro tem em si motivação para ser Adolf Hitler ou Gandhi”, canta o rapper E.M.I.C.I.D.A. enquanto o que se vê na tela é uma panorâmica do Capão Redondo, um dos bairros mais famosos e, ao mesmo tempo, esquecidos de São Paulo. “Dá para tirar este Hitler e botar um bip no lugar?”, pede Jeferson De. “Por quê?”, rebate o “supervisor” da trilha sonora João Marcelo Bôscoli. “Como o filme vai passar na Alemanha, acho que não vai pegar bem falar em Hitler”, responde De.

O filme em questão é Bróder, que faz sua première mundial hoje no Festival de Berlim. Primeiro longa do diretor, representa o Brasil na Panorama, uma das mais prestigiadas mostras competitivas do festival que termina sábado. Detalhe: o diálogo acima ocorreu há menos de uma semana. “Que estranho saber que meu filme vai ser exibido, que o festival já começou e eu ainda não terminei!”, comentou De ao Estado enquanto “apagava” o Hitler de sua história, em um estúdio da gravadora Trama em São Paulo. “Berlim vai mostrar o preto que voa e o preto que não voa, que usa bilhete único.” Assim De comentou a participação de outro filme do Brasil, Besouro (o “do preto que voa”, de Daniel Tikhomiroff), e do seu Bróder na mesma seção.

É de fato irônica e complementar a escolha dos dois filmes. Besouro conta a história de Besouro Mangangá, o capoeirista que desafiava as leis da gravidade e os senhores de engenho em um Brasil recém liberto da escravidão. “No Brasil de 1897, quase todos os negros ainda sem a plena consciência de sua cidadania” diz a história de Besouro. No Brasil de 2010, não se pode afirmar que essa consciência tenha evoluído muito. O negro de Bróder não voa, continua tendo de se desdobrar para conseguir sair das três “opções profissionais” para se incluir no mercado de trabalho: “Morador da perifa tem o direito de virar jogador de futebol ou bandido. Quem não “opta” por nenhuma dessas rala muito para pagar o aluguel no fim do mês”, sentencia De.

Se o “bróder” da perifa não voa, Jeferson De voou contra o tempo para terminar seu filme. Ele embarcou há dois dias para Berlim e Bróder, o filme, seguiu dois dias antes, no sábado, recém-saído da sala de montagem. De, que anda de ônibus, trabalhou quatro anos para encerrar Bróder com a canção de E.M.I.C.I D.A que vem a calhar: Triunfo.

O Estado acompanhou a última semana de trabalho e conferiu de perto o frio na barriga de um diretor estreante para botar seu filme na lata e na tela de um grande festival internacional. “Cheguei a parar por quase um ano e a pensar que nunca terminaria, mas a seleção para Berlim deu novo fôlego. Esse é um projeto com grande potencial comercial. Há uma imensa galera da perifa e fora dela que tem tudo para gostar.”

Orçado em R$ 3milhões, Bróder é uma produção da Barraco Forte (sua produtora) e da Glaz Enternaiment, e conta ainda com a Columbia e a Globo Filmes. “Queremos lançar tanto em grandes salas quanto nas comunidades.”

Bróder conta a história de três amigos de infância, Macu (a semelhança com Macunaíma não é coincidência), Jaiminho (Jonathan Haagensen) e Pibe (Sílvio Guindane). Jaiminho virou jogador de futebol. Pibe é corretor de imóveis. Macu (Caio Blat) foi seduzido pelo crime e “alugou” sua casa para uma gangue de traficantes que pretende sequestrar uma criança. Tudo vai bem até que a gangue decide sequestrar Jaiminho.

Mais que botar seu filme na fita, De conclui com Bróder um projeto que nasceu há 13 anos, quando criou o Dogma Feijoada (leia quadro). De dogmático, o Dogma não tem muito. A começar pela escolha do herói (ou quase) da história, que é, por si só, uma contradição. Macu é branco. Será? Quando De convidou Caio Blat para viver o personagem, ouviu: “Obrigado, eu sempre quis ser negro.”

Assim sendo, pode-se dizer que Berlim também vai mostrar o filme do branco que é negro. O diretor resolveu dar a um ator branco o papel de seu primeiro longa para, na verdade, questionar o que é ser negro e o que é ser branco em um país em que, como diz a canção, as riquezas são diferentes, mas miséria ainda é miséria em qualquer canto. Não é por acaso que Bróder é o primeiro longa a projetar o mítico Capão na tela. “Nenhum cineasta paulista cumpriu bem a tarefa de retratar a periferia paulistana. Está na hora dos diretores tirarem suas lentes da Vila Madalena e mirarem a perifa”, provoca De. E filmes como Antônia, Os 12 Trabalhos, Contra Todos, Linha de Passe? “Respeito meus colegas, mas nenhum conseguiu traduzir bairros complexos como o Capão.”

Seja como for, o fato é que Bróder traz finalmente um diretor negro à frente de um filme sobre essa fatia ainda tão mal entendida do Brasil. “É um projeto de dentro para fora. Não importa quem é negro ou branco. Importa quem é excluído. É uma história de irmandade, para pegar pela emoção e não um manifesto.”

Caio Blat diz que o mais importante foi conhecer as pessoas no Capão e ter a bênção para representá-las. “Conheci muitas histórias como a do Macu, muitas mães que perderam seus filhos. Mas o clima lá agora é de superação. Os dias de guerra dos anos 90 passaram, e, por incrível que pareça, o que pacificou o bairro não foram programas de governo. O que mais contribuiu foi a organização do crime, a unificação, acabando com as disputas entre gangues.”

Caio sabe do que fala. Para se preparar para viver Macu, mudou-se por conta própria para o Capão. “O Brasil é um país jovem e negro. Espero que se reconheça no filme.” Para diretor e ator, tão aguardada como a sessão em Berlim será a sessão no Capão “para a molecada ver o bairro dela no telão.” É nóis na fita, mano!

Fonte: Site Estadão

O país das calças beges

O céu azul é lindo
Mas no xis te deprime (Detentos do rap)

O sol é pá e tchum, parece que vai queimar minha retina.
Faz tempo que não faço aquele ato pau no gato.
Dei o saco com a camisa, escova de dente, par de chinelos e o velho short pra um parceiro que sempre teve menos que isso.
Na rua é tanta pagação e na prisão agente aprende em primeiro lugar a humildade.
Tem que dividir pra dormir, pra usar o banheiro, pra comer, pra saber sair na hora certa e ficar na hora que também estiver no pá.
Não vou querer nenhuma lembrança desse passado recente, agora tenho á minha frente mais futuro, pelo menos assim espero, acho que já sai definitivamente da prisão e to longe do cemitério.
Tenho liberdade para ir aonde quiser, agora finalmente a tenho.
To com o pensamento na milisquência da sequência do ato antiviolência, num vou mais seguir para matar.
Na primeira noite fui humilhado, dormi no boi, mas o cara que fez a brincadeira, nunca mais vai fazer com ninguém, tirar sarro da cara de ladrão não tem perdão.
Entrei por causa de um assalto e me formei em homicídio, isso que é faculdade.
Vários buchichos durante o dia, várias mulas durante a noite, neguinho perde a linha rapidinho na brincadeira de cadeia, ai é só lamento, agente cobre na manta e dá um pau geral, pra aprender a entender as risada do parceiro.
Agora é outra fita, outra vida. Daqui pra frente é só progresso.
Não tenho o dinheiro da condução e resolvo pedir uma carona.
Talvez pelo rosto desgastado pelo tempo de cela, talvez pelas roupas velhas, encardidas, o motorista não se comove e me chama de vagabundo.
Vagabundo não, eu to no pá de correr pelo certo, mas também num vou aguentar tiração de ninguém, muito menos de Zé povinho que puxa saco de dono de empresa, faz seguinte enfia esse buzão no seu rabo, vou na caminhada pra num dar uma de louco logo agora.
Foi um julgamento quase tão rápido como todos são, um juiz que ria da minha cara, ria como se soubesse como é o mundão lá fora, longe de ajuda de pai, longe de facilidade pra estudar.
Num guento mais andar, pego o próximo buzão, deixo passar mais uns três pontos e então peço para passar por baixo.
O cobrador emenda um palavrão.
Eu, um ex 157 abaixo a cabeça e fico com a vergonha e com a liberdade.
Tudo está mudado, as coisas mudaram muito, não conheço as ruas, não conheço as lojas, nem os novos modelos de carros, os panos e as cores dos bagulhos também tão a milhão, e até o jeito das pessoas mudou, ninguém nem olha mais na bolinha do olho do outro.
As músicas... o que é mais estranho são as música, bagulho louco.
Estou pálido, branquelo mesmo de tanto não ver o sol, tiro a camisa para pegar um pouco, muitos que passam pela calçada me olham, talvez seja a pele quase verde, talvez as tatuagens adquiridas com os anos de ósseo, talvez a cara de monstro que não dá pra esconder.
Tenho que vê-la, tenho que chegar em casa e ver minha pequena, faz tanto tempo que parou de me visitar, talvez tenha ficado doente, talvez voltado a estudar, sei que foi difícil de uns anos pra cá.
Mas to ligado que ela me ama, coração de vagabundo bate na sola do pé, e dá pra sentir a quando o bagulho é de verdade.
Telefone não atende mais, talvez tenham cortado, sei que ela batalha muito para manter a casa, eu sei tudo isso, mas tenho um nó na garganta, uma saudade doída, e to a fim de perdoar ela, ficar visitado cadeeiro é barra, os pé de urso examina, humilha os familiá.
Chego em casa, finalmente, parece que foi ontem que sai daqui, pouco mudou na favela, até os barraco num melhorou nada, a porta do meu barraco me dá uma vontade de nunca mais sair dele, aquela saudade do café com leite, pão esquentado no final da tarde, jogo da seleção, uma cerva com os parceiro, e o no quintalzinho dos fundos um churrasco pra galera, comemorar minha saída, minha liberdade.
Na viela alguns abraços, saudades, demonstrações de surpresa, ninguém imaginava que eu ia voltar. Que um dia eu iria voltar para lá, confesso que percebi que teve gente que até se espantou, tipo me esqueceu, falou que tava surpreso, mas na verdade tava com vergonha de nem se lembrar de mim, tudo bem, todo mundo ta no seu corre, ninguém deve ter tempo de lembrar assim de correria.
Gente que pensou que morri, gente que pensou que fugi e sai por ai nesse mundão.
Dentro de alguns dias serei um incomodo, serei um a mais, um cara que serra cigarro, que pede um copo de pinga, que vai na casa do parceiro que está melhor e pede uma pistola pra fazer um trampo.
Dentro de alguns dias eu vou ser a porta fechada na cara, a campanhia não atendida, a conversa não continuada, o sussurro – ta vendo esse ai? É um bosta, um nada.
Bato no barraco, não tenho chave, não tenho como entrar, bato e bato com mais força, uma vizinha sai e pergunta o que estou procurando.
Digo que minha esposa, a vizinha abaixa a cabeça e fala baixinho que ninguém mora mais ali, que o barraco ta pra vender.
Não acredito e quero ouvir toda a história, ela não sabe explicar, diz que a mulher saiu com um menino e com um taxista, eu to com um nó na garganta, to respirando alto, suando, ela diz que a mulher estava a algum tempo namorando, que ela um dia chegou pegou as poucas coisas, deixou a venda do barraco sobre sua responsabilidade e se foi junto com um homem.
Num deixou telefone, nem nada?
Nada! Liga de vez em quando pra ver se vendi o barraco, deixou só um número da conta pra depositar o dinheiro do barraco, me prometeu uma parte se eu vendesse.
Abaixo a cabeça, ela agora pesa uma tonelada. Minha casa caiu, meu mundo acabou. O que vou fazer nessa longa estranha caminhada.
Ando pelas vielas, pelas ruas principais, e não acho nenhuma alfaiataria, foi o que aprendi na cadeia, ser um alfaiate, logo eu né? Que nunca me consertei na vida.
Eu sou um homem livre, mas sem dinheiro no bolso isso não importa muito eu sei.
O apresentador berra que somos animais, não sabem que em muitas cadeias desse país, os animais como eu doam um dia de sua comida por semana pras pessoas que precisam, os famíliá vai lá buscar, quem desses aí que vive falando doa um dia da semana de comida pra alguém.
Eu vejo que esses apresenta-a-dor de merda todos pedem pra prender as crianças, antes de eu ir pra cadeia, quando uma criança colava agente ria, falava com ela, agora quando vem chegando uma criança, parece que ela vai pedir algo, agora eu vejo as pessoas com medo, segurando a bolsa, eu não sou mais vilão, eu não causo mais pavor do que um menino de 12.
Eu to ficando chapado, to com fome, mas reflito. As crianças não sorriem mais na rua, eu prevejo mais gente portando pistola, colete, carro blindado, cada um correndo pelo seu.
Vejo um cara empurrando um cara sozinho, ninguém ajuda, ninguém cola, eu num to entendendo nada.
Tudo mudou, tudo ta mudado, as coisas envelheceram, perderam a beleza, as pessoas ficaram frias, olhos para baixo, cabeças para o chão, um dia eu ouvi alguém dizer um bom dia para um jornaleiro, quase chorei.
Eu to com fome, tento ligar de novo, o telefone não atende, vou dar um role no centro, acabei de encontrar um parceiro, ele disse que não tem como somar comigo, disse que ta cheio de gente dando multa, na minha época ajudar os outros não era multa, aqui na quebrada eu não arrumo nada, não posso mexer em nada, se não vou ser cobrado, tem lei por aqui agora, é o que me disseram.
Eu to livre, eu tenho minha liberdade, vou chegar no centro, talvez eu a perca.
Eu fiquei preso, pode crê, talvez eu volte para lá, porque aqui fora num tem ninguém solto mesmo.
Ferréz
É datilógrafo e está preso em regime semi aberto na periferia de São Paulo há 33 anos.

MUNDANO detona a 1DASUL





MUNDANO veio a galeria no sábado e detonou a loja, veja o visual chapado que faz o espaço no centro ainda mais precioso, é a favela nêgo!
como diz os muleke daqui: - nóis gosta mesmo é de um vandalismo.
1dasul no centro - rua 24 de maio, 62 loja 40 espaço do Rap na Galeria do Rock.
literatura marginal, livros divergentes, roupas ideológicas, docs, made in capão.

demorou 10 anos, mas vencemos!!!

Crianças brincando com os jogos, oh lugar.
Projeto Periferia Ativa, nova brinquedoteca, o melhor para a comunidade.

Foram 10 anos, constrói, derruba, debate, constrói de novo.
várias dificuldades, mas a Êxodus agora tá a milhão, um ótimo projeto do Periferia Ativa, grupo Negredo, 1dasul, Brown, e um pá de parceiro que somou, Santista, Marcelo e vários da quebra.
agora segura a nova cara da nossa brinquedoteca.
quanto ao Interferência, estamos reformando também, e em breve abriremos com tudo novo.
é nóis.

Caros Amigos


A edição de fevereiro da revista Caros Amigos reúne excelentes reportagens, entrevistas, depoimentos e artigos.

Destacamos na capa o professor e educador Moacir Gadotti, presidente do Instituto Paulo Freire, que analisa, em entrevista exclusiva, vários aspectos da educação formal e popular no Brasil. Para ele, “A educação é o maior entrave do desenvolvimento brasileiro”.

Outros destaques

Entrevistamos professores e intelectuais - Paulo Arantes, Maria Vitória Benevides,Fábio Konder Comparato, Cecília Coimbra - para analisar os ataques da direita contra os Direitos Humanos e o esclarecimento dos crimes praticados pelo Estado de 1964 a 1985.

Ouvimos vários dirigentes políticos José Eduardo Dutra (PT), Ivan Valente (PSOL), Luiza Erundina (PSB), José Maria de Almeida (PSTU), Ivan Pinheiro (PCB), Brizola Neto (PDT) eRenato Rabelo (PCdoB) sobre o que está em jogo nas eleições deste ano, o que pode mudar no cenário político do País e o que deve ser defendido pelas esquerdas.

Entrevistamos economistas e professores universitários de várias correntes – Leda Paulani,Valdir Quadros, Aloízio Mercadante – para tentar desvendar se a crise que explodiu em 2008 e interferiu no cenário nacional ao longo de 2009, vai persistir ou não em 2010.


Debatemos o universo social e cultural da chamada arte de rua, que em 2010 terá, em São Paulo, a 1ª Bienal Internacional.

Acompanhamos a mobilização de artistas e grupos de teatros de São Paulo contra as medidas restritivas ao fomento das atividades culturais.

Percorremos várias favelas do Rio de Janeiro para saber o que os moradores acham das obras do PAC.

Além disso, Caros Amigos mantém amplo e representativo quadro de colaboradores no campo democrático-popular e de esquerda, com suas colunas e artigos sobre os mais variados temas da atualidade, entre os quais Ana Miranda, César Cardoso, Emir Sader, Eduardo Matarazzo Suplicy, Ferréz, Fidel Castro, Frei Betto, Gershon Knispel, Gilberto Felisberto Vasconcellos, Glauco Mattoso, Guilherme Scalzilli, Hamilton Octavio de Souza, João Pedro Stedile, Joel Rufino dos Santos, Arbex Jr., Marcos Bagno, Mc Leonardo, Pedro Alexandre Sanches, Renato Pompeu.

Vale a pena ler.

Poema para um advogado


Salve, pra mim sempre foi assim, como poeta ou escritor, ou para alguns s
ó datilógrafo, eu sempre pensei que não escrevo por lançamento, autógrafo, nem editora, muito menos por divulgação, e sim por necessidade, ou melhor, precisão de ser útil de alguma forma.

E isso é tão verdade, que assuntos urgentes para todos, ao escritor vira segundo plano.

Como se a vontade de ver novamente sua falecida mãe fosse maior que uma estrela, ou dizer bem alto que seria a vontade do destino no trem bala a passageira.

Coisas estranhas como separação, onde o ponto de vista pode ser mais poético do que realístico.

Naquele dia o amor ficou pelo canto e foi marcado o dia que separamos

Podemos falar se situações, posso criar momentos.

Sentado na mureta, eu fico a pensar, quanto custa uma filha do pai separar?

E através de invenção, mostramos o que alguns sentem lá dentro.

E hoje sem dó do meu destino, sou pai sem filho.

A lágrima seca no olha sem visão.

Algumas profissões.

Quero advogar por um mundo com mais paixão.

A justiça está vendada e não cedeu.

Tenho medo de minha filha perguntar quem sou eu.

Planto esperança pra não colher desilusão.

Caminho nesse vale vendo seu rosto em tudo que vejo.

Ascendo o cigarro e solto fumaça pelo tempo.

Ando com amigos que fazem realidades rimadas.

O ano novo cercado de gente não quer dizer nada.

A distancia e grande mas não me muda o foco.

Quero ter você de novo minha filha, e logo.

Dedicado a Hamilton, durante um show do Facção, lá fora sentado numa mureta, fumando, olhando para o céu azul, eu vi tudo isso em seus olhos.