Blog do escritor Ferréz

1DASUL e SELO POVO 2010

Em 2010 vamos fazer o que fizemos durante todo 2009, trabalhar muito, organizar e aprimorar tanto a 1DASUL como o Selo Povo.
Ampliaremos o destino da maior marca da periferia.
Continuaremos olhando a qualidade, e valorizando os profissionais que fazem parte desse acontecimento chamado 1dasul.
Atentos a cada vez fazer um serviço de excelência.
Vamos continuar cercados de boa gente, como o Eduardo (Facção Central).
Como o Rapper G.O.G.
Como o escritor Lourenço Mutarelli
O Grupo Recepção
E a Tia Dag (Casa do Zezinho e Interferência) E também o Moysés (A286) e Dum Dum (Facção Central)vamos multiplicar nossos produtos, para que todos vejam e possam escolher uma marca que representa um bairro inteiro.
Vamos continuar inovando, mostrando que somos sem limites, pela periferia.
Nova loja 1DASUL no centro de Sampa (Galeria 24 de Maio) especializada em livros e artigos de periferia.
As parcerias continuam como Galpão de Imagem que representa a Sul nos adesivos, e com o Carlão representando a Casa Grande nos moletons. A periferia fazendo sua própria roupa e história.
Vamos deixar lembranças até na péle.
vamos continuar com muito empenho para evoluir sempre.
2010 vai ter mais trabalho ainda, para continuar alimentando o sonho.
concretizaremos parcerias, que com certeza tem tudo para aumentar.

faremos o Selo Povo chegar mais longe, com muito mais distribuição e novos autores. Cernov e Cidinha vão chegar para definir o novo rumo da Literatura Marginal em 2010.
Tudo está sendo preparado para lançarmos um livro histórico de Lima Barreto, e depois de tantos anos ele chegará onde sempre desejou, na mão do povo.
Vamos continuar valorizando a mão de obra da quebrada e provando que temos como construir uma empresa digna, justa e com muita humanidade, que é o mais importante.
O que é 1DASUL?

A 1dasul foi fundada em 1º de Abril de 1999 e tem como idéia ser uma marca voltada para a periferia, sendo desenvolvida por talentos urbanos, criando assim uma identidade autêntica com essas partes da cidade.
O nome vem da idéia de todos sermos 1, na mesma luta, no mesmo ideal, por isso somos todos 1 pela dignidade das periferias.
A marca com o tempo se tornou uma resposta do Capão Redondo e outras áreas para toda violência que nele é creditada, fazendo os moradores terem orgulho de onde moram e lutarem para um lugar melhor, com menos violência e mais esperança.
Nós, brasileiros descendentes de escravos e índios nunca tivemos um símbolo sobre nossa linhagem, o logotipo da 1DASUL em forma de fênix e com o número 1 em destaque é uma forma de termos nosso próprio brasão, e ele tem esse sentido de juntar a periferia.
O logotipo da 1DASUL tem como idéia ser um brasão do nosso povo.
O brasão tem sentido de unidade e traz a idéia de um povo que se une para lutar pela preservação da sua cultura.
A marca é socialmente justa, e desde janeiro de 2009 a empresa foi dividida também para os funcionários.
Outra atitude da marca é ter mais de 90% dos produtos produzidos em periferia.
Um exemplo são os bonés, bordados a mão e pagos ao fornecedor acima do mercado.
A marca 1DASUL patrocina quermesses, festas comunitárias, shows de Hip-Hop, além de oficinas e palestras literárias, também ajuda a manter projetos sociais na Zona Sul de São Paulo.
Por isso, quando por a 1DASUL no corpo saiba que você está também usando uma idéia de mudança, você está somando para a auto-estima do nosso povo.

Para a periferia sempre o melhor.
1DASUL a primeira marca exclusivamente feita dentro de um bairro.

Saudações.
Ferréz

O que é Selo Povo

Selo feito para livros de bolso, livros esses escritos por e para mãos operárias, rebeldes, marginais, periféricas.
Que possa alcançar o público despossuído de recurso que geralmente vê o livro como um item raro e elitista.
Um vinho guardado e nunca degustado, enquanto queremos que todos bebam pelo menos sua tubaína diária.
Um selo em um livro de bolso, para ser posto na sexta básica, para ser lido na rua, no horário de almoço, nas prisões, nos acampamentos, nas zonas, nos bares, barracos e barrancos desse imenso país periferia.
Esse selo garante um livro de fácil leitura e que será lido, relido, emprestado, e gasto, andando de mão em mão até que volte para onde veio, a vida.
Ao preço de 1 cerveja e meia, e mais barato que um prato feito, a desculpa para não ler acabou.
Bem vindo ao Selo Povo, feito pra você e pra todo mundo.

Ferréz







Seu presente de natal, um dossiê da NIke.

Salve
Todos sabem que a anos, eu falo de marcas como Nike e Adidas, não só pela propaganda agressiva, fazendo jovens do terceiro mundo se matarem a anos tanto no emprego como no revólver por um amaldiçoado par de tênis, mas também pelo modo que esses produtos são feitos, produzidos com mão de obra escrava.
Bom, de presente de natal vou por um pequeno dossiê sobre a Nike, pra você ler e decidir por sua própria conta se adquire esses produtos ou não, vou por alguns detalhes sobre a empresa e depois uma entrevista do próprio dono da Nike, que num trecho marcante fala "Não seria bom conectar Nike com probreza".
Quando você adquire um produto, você contribui para o que ele simboliza, para a idéia que ele prega, lembre-se também, que toda grande empresa americana alimenta o fundo de segurança nacional, que na verdade é um fundo de guerra para os Estados Unidos tramarem seus genocídios por petróleo. Hoje a nação americana alimenta centenas de guerras com esse dinheiro.
Voltando diretamente a Nike em entrevista ao Michael Moore, nada mais apropriado do que o priprietário para falar, mas antes vamos a alguns detalhes.
A Nike tem custo mínimo na produção de seus produtos o que permite um excessivo gasto em marketing e pesquisa de mercado, são nesses anúncios que estão embutidos o valor da marca.
A fórmula do sucesso da Nike e muito simples produzir acessórias de qualidade a baixo custo.
Explorando milhões de pessoas miseráveis nos países onde a situação econômica é mais critica, onde podem fazer seus operários trabalharem 12 horas por dia ganhando menos de 30 centavos por dia.
A Nike tem fabricas ao redor do mundo, especialmente em países de terceiro mundo, onde as leis sejam escassa e onde os direitos humanos não são respeitados.

Esse aí é o dono da Nike, Phil Knight.

A Nike não fabrica nada nos Estados Unidos, portanto o cara pensa que tá pagando de gringo, mas tá usando produto feito em porão no Afeganistão, esse tipo de coisa não tem nada a ver com o Hip-Hop que me mostraram.
A fabrica da indonésia emprega trabalhadores menores de idade, crianças de 12,13 anos trabalham turnos de 12 horas em condições tão horríveis que seria difícil achar algo parecido em nosso pais. (você vai conferir isso na entrevist a baixo)
Justificativas poderiam ser apresentadas se a companhia fosse uma pequena empresa local, ( e mesmo assim, não é porque estamos num lugar omisso, que temos que ser omissos também, uma das bandeiras do Hip-Hop é bater de frente com a desigualdade, ou não é?) mas estamos falando de uma dos maiores impérios do mundo.
A custa de mães solteiras que em um pais pobres e islâmico, não conseguem encontrar um trabalho digno para alimentar seus filhos sendo assim devem se submeter a uma vida de semi-escravidão.
Quando ativistas a favor dos direitos humanos começaram a investigar os estabelecimentos da Nike em indonésia, não podiam acreditar em que seus olhos viam, alem da vida de semi-escravidão de seus operários, ainda são forcados a trabalhar com produtos químicos altamente tóxicos e sem nenhuma proteção.
Nike tem fabricas nos países mais miseráveis do mundo, onde lhes garante mão-de-obra barata e sem ter que cumprir nenhum dos deveres de um empregador de uma pais de primeiro mundo.
Bolas de Futebol da Nike são feitas em pequenos quartos sem janelas, por velhos jovens e crianças sentados no chão de cimento em pequenas aldeias do Afeganistão.
Tênis da Nike vem de suas putrificas fabricas no Vietnã, Indonésia Camboja e China.
O que você pode fazer para combater essa injustiça? explodir uma fábrica deles? bom, aí é com você, eu diria que já ajuda não comprar nada que a NIKE produza, mas a consciência é sua.
Acompanhe agora a entrevista feita por Michael Moore e veja como esse novo amigo do nosso movimento pode ser generoso quando o assunto é ser humano.

Michael Moore Entrevista Phil Knight, o dono da Nike

O Cineasta e Ativista Norte Americano Michael Moore, produziu um documentário chamado "The Big One" (O Grande) esta documentário foi altamente aclamado Nos EUA e ainda não foi lançado no Brasil ( e nem será e claro).
Nesse documentário Michael faz uma investigação sobre as atrocidades que a Nike Inc. vem fazendo na Ásia, nesse filme o "todo poderoso" da Nike Sr.Phil Knight, foi obrigado por pressão do publico a dar uma entrevista a Michael, leia aqui como foi e o que fez a Nike perder milhões de dólares ano passado, veja porque.
Michael Moore: Da ultima vez que eu falei com você eu lhe pedi duas coisas, primeira que você construa uma fabrica aqui nos EUA com condições dignas, e segundo lugar para aumentar a idade das crianças que estão trabalhando nas fabricas da Nike na Ásia, defensores do direitos Humanos comprovaram que existe crianças de menos de 12 anos trabalhando em condições horríveis em período integral. quando eu te disse isso da ultima vez você me disse que as crianças não tinha 12 anos e sim 14, dai eu perguntei se você não sentia nenhum remorso pelas crianças semi-escravas lá, e você me disse que " NUNCA TINHA PENSADO NISSO. nunca pensou? ué? e agora parou para pensar nas pobres crianças?
Phil Knight: Sim eu pensei a respeito, sim. Michael Moore:E o que você vai fazer a respeito? Phil Knight: Bem, eu penso que.. eu penso... eu não queria dizer estúpido, mais vou ter que dizer que e uma coisa muito estúpida, porque essencialmente e estúpido.
Michael Moore: Han, o que e estupido?! Phil Knight:E estúpida a idéia de aumentar a faixa etária das fabricas da indonésia de 14 para 18.


Eu acho estúpido alguém sentado aqui em Nova York dizer o que e justo ou não para crianças da Indonésia ou no Vietnã. Sabe porque? porque e responsabilidade das Nações Unidas, eles determinam que naqueles países a idade mínima e de 14 anos, se você quer ser extremista então porque não aumentam a faixa etária para 25 anos? dai teremos um monte de formados em PHD, precisamos de gente para fazer os sapatos, e eles lá sabem que e necessário trabalhar desde de criança pois só assim conseguem sobreviver.
OK digamos que a pessoa deve haver ao menos 18 anos para trabalhar na fabrica antes disso ele tem que ir a escola normalmente como uma garoto Americano, não e assim simples, e diferente lá!
Michael Moore: Más um garoto e um garoto (ou garota já que a maioria são meninas nessas fabricas). Um adolescente, de 14 anos ainda esta em desenvolvimento, ele não deveria trabalhar 12 horas por dia, 6 dias por semana numa fabrica de sapato.
Phil Knight: Bem...bem... fala isso para as Nações Unidas!
Michael Moore:Não, eu falo isso para você! pois você e muito mais poderoso do que eles nesse caso pois você comanda um monte de fabricas lá e você PODE tomar essa decisão quando quiser! Agora mesmo você poderia mudar isso enquanto estamos sentados aqui em Nova York.
Phil Knight: Mas ele tem que trabalhar para comer. Quero dizer basicamente quando foi o que aconteceu Vamos aumentar os estandartes como as nações unidas fizeram lá no Paquistão * Porem eles disseram que as famílias ficariam depravadas de muitas coisas economicamente falando. Então e obvio que tem que ter um balanço e dentro das leis determinadas pelas nações unidas a faixa etária que uma criança pode trabalhar e 14 anos.
* (Nike decidiu usar os estandartes das Nações Unidas no Paquistão depois do escândalo de crianças de 8 anos fazendo bolas de futebol da Nike em porões de casas naquele pais)
Michael Moore: Mas você acha isso certo?
Phil Knight: Eu penso de sim, eu acredito que sim! Michael Moore: Você tem filhos?
Phil Knight: Sim, tenho.
Michael Moore: Você gostaria de ver o seu filho trabalhando 12 horas por dia 6 dias por semana, as vezes 7, aos 14 anos de idade, com supervisores chingando e maltrando ele?
Phil Knight:A..a.. mais...mais... Michael Moore:Em uma fábrica que usa produtos quimicos perigosos toxico repirando cola o dia todo?
Phil Knight: Você quer que eles usem.. você quer que eles usem os mesmos estandartes e condições que nos temos aqui nos EUA você esta afirmando que eles estão errados e não deveriam fazer isso.
Michael Moore: Sim nos fazemos isso todo o tempo. Nos aqui nos EUA nunca concordamos com o Apartaid na África do Sul eu acredito que era errado. Você não achava errado?
Phil Knight: Claro, claro! Michael Moore:Claro e por isso, nos achávamos errado pessoas serem tratadas como animais simplesmente por causa da cor por isso nos queríamos impor os estandartes Americanos lá.
Phil Knight: Certo, mais temos.. temos que entender que estamos falando de um pais de terceiro mundo aqui nos dos Estados Unidos não tínhamos quer ter 18 anos para trabalhar em fabricas 200 anos atras.. Você sabe que nos primeiros anos do nosso pais jovens trabalhavam muito duro.. A Nações Unidas disse que o Mínimo aceitável será 14 anos então essa será nossa faixa etária em nossas fabricas.
Michael Moore: E essa a idade mínima para trabalhar nas fabricas da Nike?
Phil Knight: Sim nos materemos essa faiza etária. _
Michael Moore: Mas você é o chefão, você pode impedir que crianças sofram, você pode fazer a diferença...
Phil Knight: Sim, eu sou o chefe basicamente falando...
Michael Moore: Por favor Phil, diga-me ao menos que nenhum adolescente com menos de 16 vai trabalhar nas fabricas em tempo integral, por favor 16, igual as fabricas de sapato do primeiro mundo, afinal você e Phil Knight..
Phil Knight: Bem, quem sabe algum dia isso torna possível, temos muitos pedidos temos que aumentar a produção, você não vai ver isso acontecer nos próximos 6 meses..
Michael Moore: Mas você promete?
Phil Knight:Não, não, nos queremos boas condições de trabalho em todos esses países. Nos tentamos fazer o melhor possível
Michael Moore:Então, você promete que num futuro bem próximo não terá adolescentes com menos de 16 anos trabalhando em sua fabricas de calcados esportivos?
Phil Knight: Sim eu prometo isso na fabrica da Indonésia...
Michael Moore:Nos não podemos obrigar as fabricas contratadas a fazer isso poderíamos somente em nossas fabricas próprias!
Phil Knight: Nos não podemos obrigar as fabricas contratadas a fazer isso poderíamos somente em nossas fabricas próprias!
Michael Moore: Mas tudo que você controla você vai fazer isso?
Phil Knight: Na Indonésia, lá na Indonésia, nos iremos mudar a idade para 16.
Michael Moore: Quando nos encontramos na ultima vez voce disse que poderiamos ir na sua fabrica com voce.
Phil Knight: Sim, estive muito desapontado que você não veio.
Michael Moore: Bem por que o seu pessoal disse que não poderíamos filmar e nem fotografar nada! sou um cineasta, e isso que faço se não posso fazer meu trabalho nem levar a minha equipe o que vou fazer lá? se chocar com as criancinhas trabalhando?
Phil Knight:Oh não, nos pensamos basicamente em uma viagem educacional, para você ver as melhorias que fizemos lá. Obviamente tem muita pobreza na Indonésia e eu queria evitar de haver a minha imagem com a pobreza como de pano de fundo essas fotos seriam usadas contra mim não pegaria bem, não seria bom conectar Nike com pobreza...
Michael Moore: Você deveria ter vindo mesmo que sem as câmeras...
Phil Knight: Você deveria ter vindo mesmo que sem as câmeras.
Michael Moore:Você deveria ter me deixado levar as cameras porque não? Quando você começou com a trabalhar com a Nike? 28, 29 anos.
Phil Knight: 24 anos atras.
Michael Moore: 24 anos atras... Você fez Tênis de corrida aqui? em algum tempo?
Phil Knight: Não nos nunca fizemos um tênis da Nike nos Estado Unidos, nos éramos 100% importadores.
Michael Moore:Então nunca teve um Nike realmente Americano né?
Phil Knight: Teve sim, nos tivemos. em 1974, nos éramos fazendo calcados no Japão, dai ficou muito caro para nos Taiwan (Formosa) e Coréia do sul eram mercados muito obscuros e não desenvolvidos, então nos trouxemos 15% da nossa produção. entre 1975 e 1982.
Michael Moore: e dai, o que se passou?
Phil Knight: Bem as coisas não iam bem e nos estávamos prestes a entrar em uma recessão. As fabricas eram em Maine, e o estado passou lei rigorosas que obrigava empresas a pagarem altas indenizações a acidentes ocorridos nos locais de trabalho. Nos éramos obrigados a pagar indenizações a todos os trabalhadores que tivessem se ferido no local de trabalho. Um trabalhador entrou com uma ação na justiça contra nos ele dizia que contraiu Síndrome do Túnel do Carpo e o juiz nos obrigou a pagar 200 mil dólares a ele. Foi um absurdo centenas e centenas de pessoas jurando que se feriram no trabalho somente para receberem indenizações. Por esta razão fomos obrigados a fechar aquela fabrica e nos custou 10 milhões de dólares para fecha-la! Michael Moore: Sim mas o trabalhador que entrou na justiça ele realmente contraiu Síndrome do Túnel do Carpo não e mesmo?
Phil Knight: Sim e verdade, mais e muito difícil provar. Eu acho que e muito difícil saber.
Michael Moore:Uh huh. Mais e um problema serio né?.
Phil Knight: Sim, claro, Síndrome do Túnel do Carpo e problema serio, sem sombra de duvidas. Michael Moore:E você acha que os trabalhadores daquela fabrica estavam fingindo? todos eles?! Phil Knight: Sim, estou quase certo disso.
Michael Moore: E claro que sempre terá uma meia dúzia de gente ma intencionada, mas você acha justo os que estão sofrendo pagarem por eles?
Phil Knight: Claro que sim o preço dos tênis ficam muito caros se tivermos que pagar compensação.
Michael Moore:Caramba, que dizer que e assim? e na Ásia você não precisa pagar nada nem mesmo se morrerem né? tá bem..

Zona Super pega fogo.

Salve
nessa semana tá sendo tanta coisa, que nem uma agenda todinha da periferia daria para por tudo, tem sido uma verdadeira maratona acompanhar os eventos.

O grafiteiro Japão que veio de Salto para o evento do Capão.
Lembro que agente fazia um evento por ano como o 100 % Favela,a 1dasul fazia a comemoração da páscoa e depois só tinha as quermesses, organizadas pelo Maurício ou pela rapaziada do Cohab.
Agora é outra coisa, todo mundo se mexendo e a perifa só tem a ganhar.
Do encontro de Naves do Capão a distribução de livros da Cooperifa, muita coisa rolou.
Aniverário dos Veteranos do Vera Cruz, time de várzea clássico da quebrada, colou tanta gente que teve que matar mais um boi, 8 churrasqueira funcionando juntas, o final de ano de muita gente foi nessa festa, sem treta e com muitos abraços.
Nessa festa, vários talentos locais, desde pagode até sertanejo e forró, o rap encerrou a festa.Até o Ronaldo Fenômeno (Corinthians) enviou uma camisa para o Mau, com o nome dele, vixe minha nossa!Também rolou a primeira confraternização da 1dasul, Logo abaixo, Jó e Julio César no encontro da marca que é feita para a periferia. O evento recebeu muitos amigos da marca, Davi gerente da loja no centro.
Até o Eduardo da empresa Lonas Base chegou na mesa, muitas risadas pra festejar mais uma vitória.
Vanessa da loja 2, Elaine do escritório e Cebola gerente da loja 1.
No mesmo domingo rolou o encontro de naves da 1dasul, a DGD colou em peso e a favela viu fários carros loucos, montados com muito suór e trabalho dos mesmos moradores.
A banca em frente a loja no Capão Redondo.

O Baixo foi grafitado pelo talento de Japão.
Professor Pablo, colou no evento também, para fortificar a participação do verdadeiro Hip-Hop.

E o Domingo continuou chapa quente, com a distribuição de livros da Cooperifa, foi um dia inesquecível, eu curti tanto que até cheguei atrasado no festa do Capão.

Moradores receberam livros de casa em casa.

Fino (que acabou de lançar um cd chapado) e eu abraçados pela literatura.
muita festa, muitos sorrios, a revolução em prática.

Fuzzil, com sua caixa de livros, e tem mídia que pensa que estão cheias de balas, esse Fuzzil ai só dispara poesias.
As mesas forradas, as pessoas na espera para espalhar a litera-rua.

Sérgio Vaz agitando tudo, coordenando o que seria um dos melhores dias que os olhos de todos nós ja vimos, parabens cooperifa, parabéns a todos que deram esse domingo pela evolução da quebrada.
O Cronista tava lá no meio, embrulhando para presente.

E pra sumariar de fato tudo, o Alexandre JJ entrou em estúdio nessa semana para realizar o projeto RECAL.
Bossa nova? porra, os caras tão ficando enjoados, segura que RECAL vem aí.DJ Dri fez os arranjos e teclado.

E num para por ai, o Interferência projeto criado por mim e pela tia Dag, fez um grande passeio para o sítio, com as crinças da Ong, foi um dia maravilhoso, com muito hot-dog, piscina e grandes sorrisos, não vou postar as fotos, pois espõe as crianças, o importante é ter feito, quem não se diverte em conjunto, não sabe o que é se divertir, vamos que vamos, felicidade é fazer o bem, shopping center e cartão de crédito não vem com comprovante de felicidade.
Ferréz

Novo espaço na Êxodus.

Salve, a Biblioteca Êxodus, abre um novo espaço, dessa vez só para crianças, é uma brinquedoteca toda novinha para os pequenos, se puder colá lá.
a Sul não para. Rua Adoasto de Godoy, no Jardim Ypê, só subir em frente ao metrô Capão Redondo, na Avenida Sabim.

O que vai rolar na quebra.

Vários eventos terminam 2009 com chave de ouro, desde a distribuição de livros na Cooperifa, dimingão dia 20, do lançamento dos cadernos negros 32, o encontro de naves 1dasul, também no dia 20 na frente da loja no Capão Rendondo, e até o baile saudosista no dia 19 no Galpão, onde a nata dos Djs da sul comandam a festa.
Abaixo mais detalhes dos eventos desse dezembro firmeza.
Povo lindo, povo inteligente,

domingo dia 20, a Cooperifa entregar livros de presente pra comunidade como forma de incentivo à leitura, que é um dos pilares do movimento, o outro, é cidadania través da literatura. São mais de 1000, e todo tipo de literatura, poesia, romance, prosa (nada didático) com destaque para os livros infantis, que já são mais de 500 lindos e maravilhosos, de todas as cores e para todos os tamanhos. Nossas crianças vão pirar na batatinha.
A maioria dos livros são novos, doados pelos nossos parceiros do Centro Cultural da Espanha, Global Editora, Cortez Editora e amigos que frequentam o sarau.
A entrega vai ser simples, no domingo, às 11hs da manhã, em frente ao bar do Zé Batidão (Rua Bartolomeu dos Santos, 797 Jd. Guarujá zona sul de Sampa, a gente (poetas e amigos da Cooperifa, palhaços, batuque) vai sair numa caminhada pelos bairros (Jd. Guarujá, Parque Santo Antônio e Chácara Santana) apertando a campainha, ou batendo palmas de casa em casa chamando as pessoas e as crianças para buscarem o livro de presente. Simplesmente.
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É a força da comunidade construindo um mundo melhor através da literatura. Venha assisitr o milagre da poesia.
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É tudo nosso!
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Sérgio Vaz
Vira-lata da literatura
Cadernos 32
O Quilombhoje Literatura convida para o lançamento do livro CADERNOS NEGROS VOLUME 32 – CONTOS DIA 17 DE DEZEMBRO DE 2009 (quinta) – a partir das 19h30 No auditório da Uninove, campus Vergueiro Rua Vergueiro, 235 – metrô São Joaquim – entrada franca ________________________________________ MINI-SEMINÁRIO LITERATURA AFRO E EDUCAÇÃO: CAMINHOS POSSÍVEIS ________________________________________ Participação PROF. BAS’ILELE MALOMALO (Nasceu na República Demo­crática do Congo. É professor da Unicastelo – São Paulo) ________________________________________ PROFa CRISTIAN SALES (Pesquisadora da UNEB – Salvador) CRISTIANE SOBRAL (Escritora, atriz e professora – Brasília) ________________________________________ Intervenções EDUARDO SILVA – Ator (Castelo Rá-Tim-Bum) • LIA JONES – Cantora e atriz • MARCO XAVIER – Ator (Turma do Gueto). CÉLIA NASCIMENTO (Atriz). Direção: Helton Fesan – Escritor DANÇA AFRO Dançarinos do grupo Umojá Apresentação: MC Levy e MC Thyko de Souza ________________________________________ Autores do livro: Ademiro Alves (Sacolinha) • Cristiane Sobral • Cuti • Débora Almeida • Dirce Pereira do Prado • Elizandra Souza • Fátima Trinchão • Fausto Antônio • Hélio Penna • Jônatas Conceição • José Luanga Mel Adún • Michel Yakini • Paulo Gonçalves • Serafina Machado • Sergio Ballouk • Sidney de Paula Oliveira • Valdomiro Martins
Encontro de Naves 1dasul, organizado por Davi e DGD, o encontro é realizado todo útlimo domingo do Mês, nesse dia 20 de dezembro é o último do ano, na frente da loja 1dasul, a partir das 12 horas, vários carros, conversas e brindes.
fone 5870-7409

A mili.

Salve rapa da Litera-rua.
Estamos a milhão nesse fim de ano, a nova loja que abrimos no centro de Sampa City, na galeria do Rock, 24 de maio tá firmeza agora, Ufa! depois de tanta corrida. O legal é que além das roupas da 1dasul, está vendendo muito livro, de vários autores, tivemos que repor vários títulos.outra novidade é o lançamento do Manual Prático do ódio em Pocketbook no México, firmamos contrato com a editora Avra, e a Editorial Sur+, que vão fazer barulho com o livro por lá.
Aqui, o Cronista está se esgotando tão rápido que a gráfica vai ter que girar de novo, e um espanto até pra mim que fiz o livro, estou super orgulhoso, podemos falar com todas as letras que o Selo Povo, Já deu certo!
Pra fechar com chave de ouro, escrevi um texto especialmente para o Esperanto, que vai sair em dezenas de países. confere o conto ai e depois um techo traduzido.

O país das calças beges

O sol é pá e tchum, parece que vai queimar minha retina.
Faz tempo que não faço aquele ato pau no gato.
Dei o saco com a camisa, escova de dente, par de chinelos e o velho short pra um parceiro que sempre teve menos que isso.
Na rua é tanta pagação e na prisão a gente aprende em primeiro lugar a humildade.
Tem que dividir pra dormir, pra usar o banheiro, pra comer, pra saber sair na hora certa e ficar na hora que também estiver no pá.
Não vou querer nenhuma lembrança desse passado recente, agora tenho à minha frente mais futuro, pelo menos assim espero, acho que já saí definitivamente da prisão e tô longe do cemitério.
Tenho liberdade para ir aonde quiser, agora finalmente a tenho.
Tô com o pensamento na milisquência da sequência do ato antiviolência, num vou mais seguir para matar.
Na primeira noite fui humilhado, dormi no boi, mas o cara que fez a brincadeira, nunca mais vai fazer com ninguém, tirar sarro da cara de ladrão não tem perdão.
Entrei por causa de um assalto e me formei em homicídio, isso que é faculdade.
Vários buchichos durante o dia, várias mulas durante a noite, neguinho perde a linha rapidinho na brincadeira de cadeia, aí é só lamento, a gente cobre na manta e dá um pau geral, pra aprender a entender as risada do parceiro.
Agora é outra fita, outra vida. Daqui pra frente é só progresso.
Não tenho o dinheiro da condução e resolvo pedir uma carona.
Talvez pelo rosto desgastado pelo tempo de cela, talvez pelas roupas velhas, encardidas, o motorista não se comove e me chama de vagabundo.
Vagabundo não, eu tô no pá de correr pelo certo, mas também num vou aguentar tiração de ninguém, muito menos de Zé Povinho que puxa saco de dono de empresa, faz seguinte, enfia esse buzão no seu rabo, vou na caminhada pra num dar uma de louco logo agora.
Foi um julgamento quase tão rápido como todos são, um juiz que ria da minha cara, ria como se soubesse como é o mundão lá fora, longe de ajuda de pai, longe de facilidade pra estudar.
Num guento mais andar, pego o próximo buzão, deixo passar mais uns três pontos e então peço para passar por baixo.
O cobrador emenda um palavrão.
Eu, um ex-157, abaixo a cabeça e fico com a vergonha e com a liberdade.
Tudo está mudado, as coisas mudaram muito, não conheço as ruas, não conheço as lojas, nem os novos modelos de carros, os panos e as cores dos bagulhos também tão a milhão, e até o jeito das pessoas mudou, ninguém nem olha mais na bolinha do olho do outro.
As músicas... o que é mais estranho são as músicas, bagulho louco.
Estou pálido, branquelo mesmo de tanto não ver o sol, tiro a camisa para pegar um pouco, muitos que passam pela calçada me olham, talvez seja a pele quase verde, talvez as tatuagens adquiridas com os anos de ósseo, talvez a cara de monstro que não dá pra esconder.
Tenho que vê-la, tenho que chegar em casa e ver minha pequena, faz tanto tempo que parou de me visitar, talvez tenha ficado doente, talvez voltado a estudar, sei que foi difícil de uns anos pra cá.
Mas tô ligado que ela me ama, coração de vagabundo bate na sola do pé, e dá pra sentir uando o bagulho é de verdade.
Telefone não atende mais, talvez tenham cortado, sei que ela batalha muito para manter a casa, eu sei tudo isso, mas tenho um nó na garganta, uma saudade doída, e tô a fim de perdoar ela, ficar visitando cadeeiro é barra, os pé de urso examina, humilha os familiá.
Chego em casa, finalmente, parece que foi ontem que saí daqui, pouco mudou na favela, até os barraco num melhorou nada, a porta do meu barraco me dá uma vontade de nunca mais sair dele, aquela saudade do café com leite, pão esquentado no final da tarde, jogo da seleção, uma cerva com os parceiro, e o no quintalzinho dos fundos um churrasco pra galera, comemorar minha saída, minha liberdade.
Na viela alguns abraços, saudades, demonstrações de surpresa, ninguém imaginava que eu ia voltar. Que um dia eu iria voltar para lá, confesso que percebi que teve gente que até se espantou, tipo me esqueceu, falou que tava surpreso, mas na verdade tava com vergonha de nem se lembrar de mim, tudo bem, todo mundo tá no seu corre, ninguém deve ter tempo de lembrar assim de correria.
Gente que pensou que morri, gente que pensou que fugi e saí por aí nesse mundão.
Dentro de alguns dias serei um incômodo, serei um a mais, um cara que serra cigarro, que pede um copo de pinga, que vai na casa do parceiro que está melhor e pede uma pistola pra fazer um trampo.
Dentro de alguns dias eu vou ser a porta fechada na cara, a campanhia não atendida, a conversa não continuada, o sussurro — tá vendo esse aí? É um bosta, um nada.
Bato no barraco, não tenho chave, não tenho como entrar, bato e bato com mais força, uma vizinha sai e pergunta o que estou procurando.
Digo que minha esposa, a vizinha abaixa a cabeça e fala baixinho que ninguém mora mais ali, que o barraco tá pra vender.
Não acredito e quero ouvir toda a história, ela não sabe explicar, diz que a mulher saiu com um menino e com um taxista, eu tô com um nó na garganta, tô respirando alto, suando, ela diz que a mulher estava há algum tempo namorando, que ela um dia chegou, pegou as poucas coisas, deixou a venda do barraco sobre sua responsabilidade e se foi junto com um homem.
Num deixou telefone, nem nada?
Nada! Liga de vez em quando pra ver se vendi o barraco, deixou só um número da conta pra depositar o dinheiro do barraco, me prometeu uma parte se eu vendesse.
Abaixo a cabeça, ela agora pesa uma tonelada. Minha casa caiu, meu mundo acabou. O que vou fazer nessa longa estranha caminhada.
Ando pelas vielas, pelas ruas principais, e não acho nenhuma alfaiataria, foi o que aprendi na cadeia, ser um alfaiate, logo eu, né? Que nunca me consertei na vida.
Eu sou um homem livre, mas sem dinheiro no bolso isso não importa muito eu sei.
O apresentador berra que somos animais, não sabem que, em muitas cadeias desse país, os animais como eu doam um dia de sua comida por semana pras pessoas que precisam, os famíliá vai lá buscar. Quem desses aí que vive falando doa um dia da semana de comida pra alguém
Eu vejo que esses apresenta-a-dor de merda todos pedem pra prender as crianças, antes de eu ir pra cadeia, quando uma criança colava a gente ria, falava com ela, agora, quando vem chegando uma criança, parece que ela vai pedir algo, agora eu vejo as pessoas com medo, segurando a bolsa, eu não sou mais vilão, eu não causo mais pavor do que um menino de doze.
Eu tô ficando chapado, tô com fome, mas reflito. As crianças não sorriem mais na rua, eu prevejo mais gente portando pistola, colete, carro blindado, cada um correndo pelo seu.
Vejo um cara empurrando, um cara sozinho, ninguém ajuda, ninguém cola, eu num tô entendendo nada.
Tudo mudou, tudo tá mudado, as coisas envelheceram, perderam a beleza, as pessoas ficaram frias, olhos para baixo, cabeças para o chão, um dia eu ouvi alguém dizer um bom dia para um jornaleiro, quase chorei.
Eu tô com fome, tento ligar de novo, o telefone não atende, vou dar um rolé no Centro, acabei de encontrar um parceiro, ele disse que não tem como somar comigo, disse que tá cheio de gente dando multa, na minha época ajudar os outros não era multa, aqui na quebrada eu não arrumo nada, não posso mexer em nada, se não vou ser cobrado, tem lei por aqui agora, é o que me disseram.
Eu tô livre, eu tenho minha liberdade, vou chegar no centro, talvez eu a perca.
Eu fiquei preso, pode crê, talvez eu volte para lá, porque aqui fora num tem ninguém solto mesmo.

Confere ai um pequeno trecho em Esperanto.


La suno estas pah! kaj tĉun!, ŝajnas, ke miaj retinoj brulis.
Antaŭ ne longe, ke mi ne faris tiun agon "bastono en la katon".
Mi donis la sakon kun la ĉemizo, dentbroso, paro da pantoflo kaj la maljunan ŝorton al partnero, kiun ĉiam havis malpli ol tiun.
En la strato, estis nur envio, sed en la prizono oni lernas unue la humilecon.
Oni kunprofitas por la dormo, por uzi la banĉambro, por manĝi, por scii la bona horo, kiun havis la pah!

Ferréz é Escritor e está preso em regime semi-aberto na periferia de São Paulo há 33 anos.

Loja 1DASUL Galeria 24 de maio, loja 40. (mesmo local onde antes era a Porte Ilegal)