29 e 30 de agosto de 2009.
Comunidade Olga Benário - lutando para ter um lugar para dormir.
Nessa sexta-feira o Choque colou de novo no acampamento improvisado, vários moradores ficaram apavorados, mas segundo o comandante foi só apoio para a prefeitura cadastrar os moradores.
Mais a noite nas negociações se falou em dar dois meses de aluguel, para ter tempo de resolver a precária situação, todos se acalmaram um pouco depois que o Suplicy falou no celular com um membro do governo que garantiu que o Choque não iria tirar as famílias de lá, já que elas não tem pra onde ir por enquanto.
Suplicy chegou ao acampamento, em 40 minutos depois que eu liguei para ele, veio dirigindo um Dublô e passou de barraco e barraco ouvindo todos os moradores do Olga, a primeira frase que ouviu de uma moradora, que tem um barraco de um metro e meio quadrado. - Você tem idéia de quanto esse povo te ama?
Outros só queriam abraçar o senador, e outros ainda foram pegar água no único bico de água no fundo da favela para fazer um café.
Cercados pelos moradores, o senador deu a idéia para que eu escreva uma carta com tudo que está ocorrendo para entregar ao Kassab, ele mesmo levará a carta na segunda-feira na casa do prefeito, escrevi a carta durante a madrugada de ontem, e depois que for entregue ao prefeito eu publico aqui.
Morador mostra sua casa feita de beliche para o senador. uma vergonha, em plena cidade de São Paulo e seus edifício monumentais, muitos vazios por falta de pagamento de impostos, e morador mostra o banheiro para mais de 200 famílias feito numa caixa d´água.
o chuveiro comunitário improvisado, vejas ao fundo os prédios vazios....
O sol não tem preconceito.
Natale mandou reforço.
Estou otimista, tem muita gente boa ajudando, sem palavras Marcos Moraes, que somou muito para que essas famílias aguentassem até agora, também ao Edson Natale e os amigos do Itaú que fizeram uma perua branca parecer um disco voador na quebrada, também ao Wilson do Negredo, Renato Vital, Eduardo e toda família F.C., Fábio (que não cobrou nem a gazoza) Maurício, Davi, André (A286) e todos anônimos que até agora fizeram eu ter mais fé na humanidade.
Remédios sendo comprados na farmácia, já que o posto de saúde do engenho está negando ajuda aos moradores (que vergonha heim?)
Blog é pra isso mesmo, pra mudar alguma coisa, portanto estaremos sem a agenda e sem outros posts até que os moradores estejam alojados adquadamente.
Ferréz
28 de agosto de 2009
O dia que fizemos a diferença.
Hoje foi uma correria novamente, o Eduardo colou aqui de manhã pra gente ir ao hipermercado comprar umas coisas, ele carregou muita coisa, pois minhas costas ainda tão zuadas, colou também o Fabio e a Fátima pra ajudar, depois levamos tudo para a favela, junto com o Cebola, a Elaine, e as duas filhas do Eduardo.
Eu não ia escrever sobre o que estamos passando, mas chegou uma moradora da favela e disse se eu não escrever ninguém ia lembrar deles, de toda forma é uma das coisas que posso fazer pra chegar mais coisas para as pessoas, e também mostrar que as coisas que outras pessoas doaram chegou onde tinha que chegar, esse blog tá ajudando muito, então não vou me omitir, vou suar o veículo para isso, para ninguém esquecer que agente unido pode mudar muita coisa.
Foi uma treta comprar tudo que pediram, e quando fomos distribuir é que vimos que ainda falta muita coisa.
Quando chegamos na cozinha principal, com todas aquelas coisas (duas s 10 lotadas) a mulher não aguentou, começou a chorar, e agente também foi no embalo, lágrima pra tudo que é lado.
Colou uma viatura da policia, um dos policiais me chamou e falou.
- Eles usaram agente pra tirar o pessoal e agora deixam nessa situação.
Foi foda ouvir isso, concordei e vi que o policial tava incomodado com o que tinha feito dias atrás.
Colou também o Sérgio Vaz, deu uma força na hora da distribuição, e também pois minha moral mais pra cima, não tenho sorrido muito nesses dias, motivos tem muitos.
O cara das lonas e dos pontaletes ficou de mandar o caminhão, mas ficamos até anoitecer e não chegou, vou pra lá amanhã antes da palestra e agilizar isso.
Colou um carro de reportagem da rede Globo, o Eduardo isqueirou e eu fui junto, barramos, falamos pra voltar, vieram entrevistar a mãe do menino sequestrado, cambada de urubú, dar uma força nem pensar, só o crime interessa.
Pedimos pra sair, segundo o Eduardo esse foi nosso melhor trabalho junto, mandar vazar o carro da emissora oportunista.
Logo atrtás tava chegando uma perua com alimentos, o Natale mandou umas coisas do pessoal do itaú, agente agredece ai a força deles, foi muito útil os alimentos.
Conseguimos remédios, estamos com problemas no posto de saúde, eles não querem atender o pessoal da favela improvisada, os moradores dizem que eles falam da coisa de carterinha, mas tem uma médica que vai intermediar pra coisa começar a acontecer, tem muita criança com problema de tosse por causa da fumaça.
Agora é questão de tempo pra o pessoal poder se acertar, todo mundo que passa na favela vê as condições, nota que ninguém ali tá fingindo, ficaram sem o teto por causa da desapropriação.
A favela agora tem nome, Olga Benária, uma mina que fez história.
Colou uns grafiteiros do bairro, os meninos do Conexão Favela, fizeram várias frases e desenhos de protestos, e ainda marcaram a cosinha e o ambulatório.
Hoje uma moradora assim que entregamos algumas coisas, veio me dar um café quente, lição de humildade total.
Bom, amanhã é corre de novo, tá faltando algumas coisas, como fraldas e roupas pra crianças, mais um dia de corre.
A quem somou hoje, a comunidade Olga agradece.
Ferréz
Eu não ia escrever sobre o que estamos passando, mas chegou uma moradora da favela e disse se eu não escrever ninguém ia lembrar deles, de toda forma é uma das coisas que posso fazer pra chegar mais coisas para as pessoas, e também mostrar que as coisas que outras pessoas doaram chegou onde tinha que chegar, esse blog tá ajudando muito, então não vou me omitir, vou suar o veículo para isso, para ninguém esquecer que agente unido pode mudar muita coisa.
Foi uma treta comprar tudo que pediram, e quando fomos distribuir é que vimos que ainda falta muita coisa.
Quando chegamos na cozinha principal, com todas aquelas coisas (duas s 10 lotadas) a mulher não aguentou, começou a chorar, e agente também foi no embalo, lágrima pra tudo que é lado.
Colou uma viatura da policia, um dos policiais me chamou e falou.
- Eles usaram agente pra tirar o pessoal e agora deixam nessa situação.
Foi foda ouvir isso, concordei e vi que o policial tava incomodado com o que tinha feito dias atrás.
Colou também o Sérgio Vaz, deu uma força na hora da distribuição, e também pois minha moral mais pra cima, não tenho sorrido muito nesses dias, motivos tem muitos.
O cara das lonas e dos pontaletes ficou de mandar o caminhão, mas ficamos até anoitecer e não chegou, vou pra lá amanhã antes da palestra e agilizar isso.
Colou um carro de reportagem da rede Globo, o Eduardo isqueirou e eu fui junto, barramos, falamos pra voltar, vieram entrevistar a mãe do menino sequestrado, cambada de urubú, dar uma força nem pensar, só o crime interessa.
Pedimos pra sair, segundo o Eduardo esse foi nosso melhor trabalho junto, mandar vazar o carro da emissora oportunista.
Logo atrtás tava chegando uma perua com alimentos, o Natale mandou umas coisas do pessoal do itaú, agente agredece ai a força deles, foi muito útil os alimentos.
Conseguimos remédios, estamos com problemas no posto de saúde, eles não querem atender o pessoal da favela improvisada, os moradores dizem que eles falam da coisa de carterinha, mas tem uma médica que vai intermediar pra coisa começar a acontecer, tem muita criança com problema de tosse por causa da fumaça.
Agora é questão de tempo pra o pessoal poder se acertar, todo mundo que passa na favela vê as condições, nota que ninguém ali tá fingindo, ficaram sem o teto por causa da desapropriação.
A favela agora tem nome, Olga Benária, uma mina que fez história.
Colou uns grafiteiros do bairro, os meninos do Conexão Favela, fizeram várias frases e desenhos de protestos, e ainda marcaram a cosinha e o ambulatório.
Hoje uma moradora assim que entregamos algumas coisas, veio me dar um café quente, lição de humildade total.
Bom, amanhã é corre de novo, tá faltando algumas coisas, como fraldas e roupas pra crianças, mais um dia de corre.
A quem somou hoje, a comunidade Olga agradece.
Ferréz
Sérgio Vaz/Eduardo F.C./motorista do Itaú cultural. todo mundo junto pela melhoria.