Blog do escritor Ferréz

HQ - Tiras 1.000 fita



Os quadrinhos surgiram das tiras dos jornais.
Heróis como Homem-Aranha e Super Homem, tiveram sua popularidade conseguida no dia-a-dia das tiras.
No Brasil temos muitas tiras de humor, mas nenhuma que remonte a algo que tem um pouco da nossa realidade.
Com desenhos de Alexandre de Maio e textos meus, a idéia das tiras é mostrar que Garfield é legal, mas também podiam deixar uma vaga para os talentos nacionais, são centenas de desenhistas, arte finalistas, argumentistas que abrem os jornais todos os dias e não veem seu país. quando se trata de algo que retrata a periferia o espaço é menor ainda.
vejo dezenas de lançamentos das publicações estadunidenses, enquanto os trabalhos nacionais são raríssimos, um bom exemplo é Estórias Gerais, um álbum escrito por Wellington Srbek e desenhado pelo mestro Flávio Colin, lançado pela Conrad, essa HQ mostra o potencial brasileiro.
bom, vamos postando aqui o trampo das tiras, quem sabe agente num junta isso numa edição um dia.
em baixo, a primeira tira, que você também pode acompanhar no jornal Boletim do Kaos.
Alexandre de Maio também desenhou, arte finalizou e pintou o álbum "Os inimigos não mandam flores, lançado pela Pixel.
abraços

Ferréz

1.000 fita.

100% FAVELA vai balançar a Zona Sul


Ben Bang Jhonson
Detentos do Rap
Samanta da águia de Ouro
Periferia Ativa Show
Literatura e Resistência
Samy Brown
Samba da Ponte
Negredo
Revolução P
A286
Mano Ty
RDG
Poesia Gangster
A maior festa da Zona Sul de Sampa
dia 6 de Setembro
á venda no local
Camisas 100% Favela
feitas com material reciclável
a favela dando exemplo de respeito
e valor ao meio ambiente
uma produção: Negredo, Vocal Musical e 1dasul.

Projeto Carmim e o Barco Viking

Salve, o desenho baseado no meu conto "O barco Viking"está indo a milhão, eu estive no projeto Carmim e encontrei os desenhistas e criadores para um bate papo.
Foi show, rolou um papo desde os traços de Kirb até os traços de J.Carlos, sobre desenho e o mundo das H.Q.s confere ai alguns momentos, vai imaginando como o desenho animado vai ficar louco.




os esboços, e toda a turma da arte.










e

eu fui de metrô e valeu a pena ver os detalhes da produção, nunca imaginei ser personagem de um desenho, veja ai os vários Ferréz e os protótipos dos Dinoitinhas.


Claro que levei alguns originais para casa.
agora é só esperar mais alguns meses para ver o resultado.



















Ferréz

Filme Literatura e Resistência na Casa do Zezinho


Dia 20 e 23 de Julho na Casa do Zezinho Parque Santo Antônio, exibição do filme Literatura e Resistência feito pela 1dasul.

O filme que será lançado em DVD em 20 dias conta a história do escritor em seus 11 anos de carreira, assim como a criação da marca 1dasul e do processo de distribuição e criação da Literatura Marginal.

o horário da exibição do dia 20 é as 14 horas, e no dia 23 as 10 da manhã.

após o filme terá uma palestra com Ferréz e convidados.


Sul Real (Ferréz)

Sul real

Dia 31 de junho, 2 horas da madruga, estou voltando de Ilha bela com o Eduardo e o Maurício, no carro do Eduardo.
Fomos levar material para forrar um palco de um evento, onde o Eduardo e sua empresa estão trabalhando, montagem de tendas.
O lugar é muito bonito, mas tem aquela cara nojenta de tudo que é exclusivo. A todo momento ouvimos que tudo é para membros do clube, na verdade é para não deixar que seja para todo mundo, carros pagam quase 30 reais para entrar na ilha, e caminhões 130,00.
Os bares pequenos, os mercadinhos, tudo remonta a um lugar humilde, mas tudo cai por terra quando se chega ao clube de iates.
Bom, a verdade é que levamos o material, tomamos um café preto e voltamos para sampa, mais de 3 horas para chegar, passamos a ponte João dias e todo mundo já tava com uma fome monstra, paramos no Frango frito.
Ninguém previa, mas quando saímos de lá, o carro quebrou imediatamente, tava suave de mais, ver um lugar como Ilha bela e voltar pra sul sem sofrimento.
Empurramos pra calçada mais próxima, que tinha uma construção, não notamos o que era, pois estávamos preocupados com o carro que não funcionou mais, não teve jeito.
Ligamos pro guincho, e eu sentei na calçada para ligar para a Elaine vir me buscar, peguei o telefone e comecei discar, nisso uma viatura começou a circular até que teve coragem de chegar.
O Eduardo e o Maurício estavam dentro do carro, o policial chegou em mim.
- Tudo bem por ai?
Eu falei tudo bem, ele perguntou o que aconteceu, eu disse que o carro havia quebrado, perguntou se era meu, eu falei que era de um amigo que estava lá dentro, nisso uma policial feminina veio e ficou atrás de mim, foi quando olhei para traz e vi que estava em frente a uma agência do Bradesco em reforma.
Ele foi até os dois e mandou sair, eles saíram, ele pediu os documentos e começou a abordagem, eu não acreditei, com o carro quebrado e passando por aquilo, fui neles e falei se era uma abordagem, ele pediu meu documento e me mandou encostar, eu me neguei a encostar, dei o documento e voltei para a calçada, liguei para a Elaine novamente e ela falou que estava a caminho.
Foi quando começou a chegar várias viaturas, eu continue sentado, e quando vi eles já estavam revistando o carro, eu reclamei alto que em vez de ajudar, virou uma abordagem.
O primeiro policial se aproximou e disse que estavam havendo muitos assaltos a banco, e que nós paramos logo ali, eu disse que o carro num escolhe lugar para quebrar, ele falou. - Azar.
Nisso chegou mais 2 viaturas, e logo agente tava no meio de um batalhão inteiro.
A Elaine chegou e esperou ao lado, foi quando parou mais uma viatura, desceu um policial que não se identificou, todos estavam sem identificação e começou a perguntar onde o Eduardo morava, eu sai de perto e fiquei olhando eles revistando com a lanterna o carro, revirando tudo.
Voltei para sentar onde estava. A Elaine disse que não podia demorar, pois havia deixado minha filha sozinha em casa, dormindo.
Eu fui até o Maurício para falar, e ele estava dizendo onde morava para o policial, então ele me perguntou onde morava.
- O que?
- Onde você mora?
- Policial, meu carro quebrou, o que tem a ver onde moro?
- Onde você mora, responde, porra!
Eu me neguei a falar, ele pediu meu documento, eu disse que já estava com o outro policial, ele mandou eu por a mão para traz, eu falei que aquilo parecia brincadeira, foi quando ele levantou a voz e disse que era uma ordem legal, se não botasse a mão para traz ele ia me dar voz de prisão.
Eu perguntei se ele sabia quem eu era (pra quem não sabe, no Brasil essa frase é tudo).
Foi quando outro policial disse que eu era o cara que trabalha pro Serra.
Me indignei e perguntei.
- Pro Serra? Quem disse que trabalho pro Serra?
- pra TV de lá, a TV do Serra, caralho! Falou o outro policial.
- Policial, eu não trabalho pro Serra, eu trabalho na TV Cultura, que é pública. Respondi, tentando ponderar a conversa.
- Pau no seu cu e no do Serra! Gritou o policial que me abordou primeiro.
Foi quando falei que agente tinha trabalhado até àquela hora, que o carro tinha quebrado e que os outros policiais estavam fazendo a abordagem, ele veio pra cima de mim, e mandou por a mão para traz, eu levantei a voz e disse que ele estava de brincadeira, foi quando outro policial ao lado me deu um murro no ombro, e ai perdi a linha.
Gritei que não era assim não, que ele não sabia quem eu era, ele sacou a algema para me prender e o Maurício entrou no meio dizendo que não precisava disso.
Minha mulher começou a querer ficar perto de mim, e eles a cercaram e mandaram ela sair virou um tumulto geral, e quando olhei tinha outro policial com a arma no meu pescoço.
Depois disso todos se afastaram de mim, e ficaram 40 minutos puxando nossos documentos, 40 minutos de enrolação, e eu pensando na minha filha em casa sozinha.
O policial que havia me dado ordem de prisão se aproximou de mim e disse ao entregar meu documento.
- Você ta mais calmo?
- Eu sou calmo.
- Agente ta fazendo o trabalho da gente.
- Você nem me perguntou o que aconteceu com meu carro, sabe por que, porque vocês tão preocupados com o patrimônio, não com a gente.
- Eu perguntei onde você mora porque você num falou logo.
- Eu não acho que isso tem a ver, o carro quebrou, não interessa se moro num barraco ou numa mansão.
- Eu não perguntei isso, perguntei onde você mora, para saber se vocês tão indo pra casa.
- E se eu não estivesse, direito de ir e vir.
- To falando numa boa, se quiser encrespar, agente encrespa.
- Policial, agente num ta falando numa boa, eu não posso nem argumentar.
- Foda-se. Você falou que eu não sabia quem era você, quem é você?
- Eu sou Reginaldo Ferreira da silva.
- E daí?
- Daí que meu carro quebrou, se fosse do outro lado da ponte vocês chegavam e perguntavam se eu precisava de ajuda como é aqui, quase acabei preso.
- To falando numa boa amigo, se quiser eu encrespo, fica na moral.
Então vi que aquilo não dava pra chegar a lugar nenhum e disse. - Tá, pode falar.
- To tentando fazer meu trabalho, aqui é Zona Sul, muito assalto a banco, história bonita eu ouço todo dia.
- Ta, eu tenho que ir, minha filha ta sozinha, e sei que vocês tão preocupados com o patrimônio ai do banco, que agente não interesse, nem me perguntar o que aconteceu você perguntou.
- Vai tomar no seu cu, eu pergunto o que eu quiser você sabia que seu amigo ai tem um 121 (assassinato).
- Tem o que?
Nisso o Maurício colou e falou que o policial não sabia o que estava dizendo, e ele respondeu.
- Mas pode ter, você ta entendendo? Se eu quiser encrespar eu encrespo.
Eu olhei pra minha mulher, pensei na minha filha, e fiquei quieto.
- Ta aqui seu documento, ta aqui a multa.
Você multou agente?
- Multei, carro estacionado na calçada.
- Mas o carro quebrou.
- Não é problema meu, empurrasse até um estacionamento.
O Maurício tentou argumentar que tiramos da rua para não atrapalhar o trânsito.
- Quem tem um Audi pode pagar multa, se vira.
Eu falei que tudo bem, que agente pagava.
Ele virou as costas e disse.
- Claro, você tem dinheiro pra pagar?, sabe quanto eu ganho? e tem mais, você num trabalha pro Serra? Quebra lá com eles.
Eu desisti de falar que trabalhava pra TV Cultura.
As viaturas foram saindo uma a uma, ficamos lá no escuro, com o carro quebrado, esperando o guincho e com uma multa na mão.
Sabe qual foi a ultima frase do policial?
- Vocês deveriam agradecer que agente ta averiguando isso tudo, é para sua segurança.

Esta no forno...

Em Alguns dias, o DVD do Documentário Literatura e resistência estará na rua.
Já o livro Cronista de um tempo ruim, meu primeiro título de crônicas e primeiro lançamento do Selo Povo está entrando na gráfica. Agora ninguém controla nossa história.
e não para por ai.
depois dos lançamentos os próximos são:
Cernov (Amazônia em chamas) o primeiro livro da escritora representando Rondônia e as mulheres na Literatura Marginal do novo século.
Lima Barreto (Rio de Janeiro) traremos um livro para mostrar o cara que começou toda essa mudança na litera-rua.
Cidinha Silva (Minas Gerais) a escritora e militante num livro que promete revolucionar.

em breve.
FZ

Arraial Interferência

Nesse último sábado dia 4 de julho a comunidade do Jardim Comercial fez acontecer a nossa quermesse na travessa Santiago.
as ensanhadoras foram Evanice e Larissa, e o ensaiou foi duro.
Quem era teve orgulho e quem não era virou, e nordestino,agora não é mais ofença é elogio ser chamado assim. foi nesse dia que honramos nossas raízes, fazendo uma quermesse de verdade, regada a carinho e com muita comida típica.
as prendas foram por conta da Dag, êta tia firmeza sô!
e a felicidade decidiu chegar e ficar na viela.
Ano que vem tem mais, e todo sábado continua nossa dose de felicidade no Interferência. Ferréz/Evanice agradecem a todos que sorriram nesse dia.
Ah! essa foto é relíquia, eu trabalhando...

Eu recebi vários e mandei vários com outros nomes também, bilhetes do amor, o bicho pega quando chega um.

ôpa! a biblioteca virou restaurante.
Janela mais linda da Sul.

Óia o noivo chegando....

Sorriso sem preço.

Decorando a quebrada, as crianças dominaram tudo.
elas que fizeram a cena toda.

Quem disse que não dá para mudar?


Comilona. Geovana.

ôpa! olha essa bambú no meu ouvido.
o Guinho que tá ai na foto trouxe todos os bambús, só não disse onde arrumou.


O nosso cartaz, leva uma pra ver.

Todo mundo feliz, que loko.


Eu juro que ainda tô de regime.


Olha o arco como ficou chapado.

Adriana e Gara.

Agradecimentos a Elaine que tirou as fotos comigo, a Loquinha do Marquinhos que ficou na barraca das argolas, a Adriana que ficou na barraca do Palhaço, ao pessoal que montou o Cafofo do amor, a Maria do Régis e sua família que fizeram a barraca do bolo (bom demais), ao Ronaldo que cedeu sua casa pra todo mundo usar, e que também deu o som, a Dag que mandou o som, mas ele não pegava pirata, ao Edu da barraca de pastel, ao churrasqueiro Ceará, bom, as irmãs do Alemão que ensaiaram e montaram tudo com a gente e as crianças que frequentam o Interferência e tumulturam tudo, é nóis.
FZ, Evanice, Dag.

Do outro lado de lá.

A antologia de contistas brasileiros, "Il Brasile per le strade", lançada em março de 2009 pela Editora Azimut. tem entre outros Pedro Maciel, Milton Hatoum, Sérgio Sant'Anna, Dalton Trevisan, Ferréz e mais 12 escritores participam da coletânea.
América Latina Brasil pelas ruas (ou pelas estradas).
Para cada história, um autor e um lugar: a cidade, um lago, uma estrada, um semáforo, o cais de um rio, uma ponte sobre a periferia ou de uma sala que flutua na solidão subterrânea, a marginalidade de uma favela.
Dezenove histórias, entre elas o inédito O.M.N.I (Objeto Matador Não Identificado) do escritor paulista Ferréz, que dispara uma narrativa seca e recheada de lirismo, fazendo juz ao título de novo autor brasileiro.
Este não é um guia. Aqui, a viagem é íntima. Aqui, a linguagem e narrativa da criação é o veículo que conduz o leitor para a descoberta de um novo Brasil, por vezes surreal e visionário, mais exótico, mais urbano, ou inversamente íntimo, visceral, canibalizado.

já na França Paulo Lins escreve prefácio inédito para o Manula Prático do ódio que chega as livrarias em breve.

Trecho do prefácio.

"Manual prático do ódio não revela o que é a pobreza unida às armas e as drogas, mas o pensamento de quem nasceu dentro desse universo. E São Paulo vai apodrecendo em cada página, em cada palavra desse Romance."

Paulo Lins.