Salve
entre a poesia e o rap, pouca diferença na verdade existe. quando me perguntam se ainda faço poesia, costumo afirmar que sim, só que agora em forma de rap.
ai vai dois exemplos das letras que ando escrevendo para o movimento rap.
a primeira é uma introdução ao disco do TR3f, e a segunda é o final do disco do Facção Central.
Intro Tr3f (Ferréz)
Era até uma vida normal
Ir pra escola/trabalho/Família,
rir quando podia
Mais um dia acordei e ai tudo mudou
Descobri que agente tava numa ponta das cordas
Era a parte manipulada
Vi bombas em cabul
Extermínio afegão
Massacre dos sem terra
Estudei o inimigo
Heróis estadunidenses
E descobri o porque do risco Brasil
Cheguei no meu povo morrendo atrás das grades,
Vivendo como andróides nas favelas
Então só me sobrou entre o rico e o pobre
Ser o criativo
Aqui é o Tr3f carai
Nunca feito de refém
E a minha resposta é essa
Entre a arte, o terror e o rap
Somos os três.
A paz é um pomba branca
As respostas que tenho, e que a maioria tem geralmente são ilusões
Mas vou tentar falar de paz, periferia e guerra.
A paz é uma pomba branca.
Se uma criança pobre soprar, suas asas não se mexem.
Se um detento a segurar, sentirá seu peso como se fosse chumbo.
Se uma senhora aposentada a acolher em seus braços não sentirá o calor.
Se um desempregado olhar bem em seus olhos nela não verá alegria.
Se um professor a estudar, aos seus alunos não poderá ensinar.
Se um menino ou menina desse grande Brasil periferia a olhar voando, não saberá o que ela significa.
A paz é uma pomba branca.
Que apesar de tudo ainda continua voando.
E todos a vêem,
Mas só quem merece realmente a conhece.
Paz só a quem merece.
E aos que não, Guerra.
Ferréz – texto feito para o disco Direto do Campo de Extermínio (Facção Central)