Blog do escritor Ferréz

Trabalhos de Ferréz

Trabalhos de Ferréz Lançados.
Livros

Capão Pecado / 2000
Capão Pecado, seu livro de estréia, provocou o leitor ao revelar o cotidiano da periferia.
Como o próprio autor disse há cinco anos atrás: Capão é um livro de mano para mano. É ácido e violento. É um grito.
Ao contar a história de Rael - um garoto cujo sonho era ser escritor, mas o grande pecado foi ter se apaixonado pela namorada do melhor amigo - Ferréz expõe os códigos de uma das favelas mais violentas de São Paulo. E com este romance emocionante, ganhou visibilidade. Tornou-se um dos nomes mais importantes da literatura marginal, investiu na carreira de rapper e passou a colaborar para a revista Caros Amigos.


Amanhecer Esmeralda /2005
Nome mais importante da chamada literatura marginal do Brasil, o escritor paulista Ferréz faz sua estréia no gênero infanto-juvenil com o livro Amanhecer Esmeralda. Numa edição acompanhada de ilustrações belíssimas, o autor conta como o cotidiano de "Manhã", uma criança negra e moradora de uma comunidade, vai sendo modificado através de gestos de amor que melhoram a auto-estima da menina.



Manual Prático do ódio / 2003
Manual Prático do Ódio, conta a história de um grupo que planeja um assalto.
Régis, um dos protagonistas desta engenhosa trama, tem vontade de ter um sítio para curtir com a família o que há de melhor na vida. Mas ele investe tudo o que ganha em armas, tem sonhos mais complexos, e não imagina uma rotina sem muita grana na poupança e sem pelo menos ser dono de um mercado ou de um posto de gasolina.
A união com Lúcio Fé, Celso Capeta, Aninha, Mágico e Neguinho da Mancha na Mão lhe dá grandes esperanças de fazerem um bom dinheiro. Juntos eles se organizam para a "correria" certa, o golpe perfeito, aliando-se numa conspiração sem ponto de retorno ou juízo de valor.

Ninguém é inocente em São Paulo / 2006, indicado ao prêmio Jabuti, e finalista do portugal Telecon.
Ninguém É Inocente em São Paulo.. “Neste novo livro, tento mostrar essas duas caras de São Paulo: a que dorme e a que não consegue dormir”.
Usando a linguagem do gueto, o autor constrói uma narrativa carregada de realidade, crua e urgente. E escreve com conhecimento de causa. Assim como seus personagens, ele vive na pele a violência e a eterna desesperança dos que estão à margem da sociedade.
O que pode surpreender ou assustar os habitantes do outro lado da cerca imaginária que divide ricos e pobres, negros e brancos, já virou triste rotina na vida de Ferréz, de seus amigos e vizinhos.

Todos os livros lançados pela editora Objetiva.

Cd's
Coletânea 1dasul.
Us qui são representa. Vários Artistas + 3 músicas novas de Ferréz.
Cd solo de Ferréz, Participação Arnaldo Antunes, Chico César, Rattão.



Tr3f (novo projeto musical de Ferréz, Maurício DTS (Detentos do Rap) e Dj Odair (Negredo), Letras fortes e ideológicas, fazem uma analogia do cenário hip-hop atual.
tudo isso com muito balanço e bases bem produzidas por Dj Dri e por Maurício DTS.
Participações: Negredo, Ti MC, Tico, Rattão (homenagem).






Todos os Cd's lançados pela 1dasul fonográfica.


Também lançados em Vinil: coletânea 1dasul, TR3F e Detentos do Rap 10 Anos.
Os livros podem ser encontrados ou encomendados em qualquer livraria, os cd's ou qualquer produto da 1DASUL FONOGRÁFICA podem ser adquirdos em qualquer ponto da Sky Blue Music.
Já na 1DASUL, Avenida Comendador Sant'anna 138 Capão Redondo, todos esses produtos tem desconto de 40%.



Carta Resposta Movimento Punk


Carta Resposta
O Movimento Punk e a vinculação com a Violência
Aos meios de comunicação e à Sociedade


Nota preliminar: uma primeira versão desta carta, parte das discussões que ocorreram para que chegássemos nesta, que se segue abaixo, foi divulgada em algumas listas virtuais, sem que se houvesse chegado a um consenso.Assim, ressaltamos ser a presente carta o resultado das discussões e, portanto, opinião coletiva do Movimento Anarco-Punk de São Paulo. Desde o início do ano uma série de casos de violência envolvendo punks tem sido veiculada pela mídia e, neste mês de outubro, dois casos ocorridos em um curto intervalo de tempo tiveram enorme repercussão. Frente a todos estes acontecimentos, nós, do Movimento Anarco-Punk de São Paulo, vimos anecessidade de retratar, relatar e nos posicionar ante aos fatos. É preciso ressaltar primeiramente que estas ações não têm quaisquer ligações com a cultura, política e filosofia de vida proposta pelo Punk.
As idéias e ações punks sempre estiveram diretamente ligadas à mudança radical do sistema social no qual vivemos, através da música, estética, meios alternativos de difusão da informação, e das diversas formas de manifestação cultural e política do Punk através dos tempos. O movimento Punk tem uma origem de luta e resistência contra o sistema, uma quebra de valores sociais e morais; inegável também a militância e reconhecimento de punks dentro de diversos movimentos sociais, não como supostos “baderneiros”, mas como aliados dentro dos interesses revolucionários. Vide por exemplo a atuação de indivíduos punks junto ao movimento negro, homossexual, de luta por moradia, indígena, entre outros. Logo, não podemos aceitar que estes acontecimentos sejam generalizados e veiculados como verdade absoluta no que concerne ao movimento Punk como um todo. Nossa história fala por ela mesma. Nossa luta é contra o sistema, e não contra o povo! Nós, Anarco-Punks, não propagamos e nem compactuamos com a violência nem com o ganguismo. Mas, entretanto, é necessário que lembremos que vivemos natualmente em meio a uma onda de violência urbana crescente, em uma sociedade que promove o consumismo, a competição e a ganância, e que, por outro lado, provoca e legitima uma profunda desigualdade social. Ante a este quadro, em que a violência se torna fator preponderante, casos de agressão, brigas e assassinatos, entre jovens, velhos, homens, mulheres, etc., são cada vez mais freqüentes, indo muito além do que agora se atribui como um fenômeno ligado ao Punk, ou aos casos que chegam aos jornais ou entram nas estatísticas. Pessoas exterminam-se como em uma guerra e nada é feito pelos governantes parasitas burocratas acomodados, que apelam unicamente às forças policiais como meio de resolução do problema. Será preciso que lembremos de pontos básicos como educação e cultura? Até quando a sociedade irá procurar supostos responsáveis criminosos para um fenômeno da qual ela própria é, de fato, responsável? Mais uma vez afirmamos que a luta punk é a favor do povo e contra o Estado, a burguesia e os defensores deste e outros regimes totalitários: buscamos a liberdade e não a opressão!
Percebemos na forma como tais casos tem sido tratados a deturpação de nossos princípios, que com o apoio e ampla divulgação dos tendenciosos meios de comunicação de massa, vem minando os focos de luta e resistência popular Punk. Há tempos nós, Punks, somos atacados e deturpados pela mídia corporativa, e desde o início da década de 80 sentimos e resistimos a este problema. O que no início gerou uma grande queda no movimento, atualmente é utilizado como mera manchete, da forma mais barata e tendenciosa possível. A cooptação do punk pelo sistema tornou fatos terríveis como estes notícias de extremo valor para o grande circulo midiático corporativo, colocando pessoas como meras personagens secundárias. Assim, o importante é o sangue e a violência, e não o que gerou estes atos. No entanto, quando explanamos isso, não falamos de algo superficial, tal como esta mídia tem abordado estes casos. Falamos de algo muito mais profundo, como em que condições diárias estão colocados trabalhadores e trabalhadoras, estudantes, senhores e senhoras; que fatos do cotidiano levaram a estes atos? Em quais condições sociais sobrevivem? Pois nada acontece de uma hora para outra... A partir desta vinculação midiática do Punk com a violência, é perceptível também a tentativa de criminalização do Movimento Punk como um todo, como se fosse possível atribuir este tipo de violência como característica de todo um grupo. Termos como “grupo raivoso”, “ataques de punks”, ou comparações de semelhança entre o Punk com grupos fascistas como os skinheads tem pautado um discurso que, para além de deturpar nossos princípios e ideais, passam a justificar a repressão a todos os Punks. Assim, em poucos dias já se veicula a informação de que o Movimento Punk e inclusive nós, Anarco-Punks, seremos alvo de investigação policial, sem que se questione a arbitrariedade destas medidas. E assim se criminaliza, sob um discurso arbitrário, todas as manifestações culturais e políticas de caráter pacífico que o Movimento Punk produz e produzirá daqui pra frente. Não podemos compactuar com isto! As manifestações populares não podem ser enquadradas como criminosas sem que ao menos questionemos!.
Nos parece estranho ainda, quando se coloca no papel de vítima um indivíduo que, colocado como “estudante espancado”, é, na realidade, parte de um grupo neonazista que tem como prática principal, no exercício de sua intolerância, este mesmo tipo de ação violenta, direcionada homossexuais, imigrantes e outros, como foi veiculado pela imprensa o caso ocorridoem fins de outubro nas imediações do batalhão de policia militar (rota). Os fatos que tem ocorrido, com ou sem motivos plausíveis, não se justificam. Vidas não podem ter valores, não se agrega preços ou importância, são vidas, Logo, tendo em vista todos os esforços que nós, Anarco-Punks, temos empenhado dentro de nossa luta por reconhecimento da vida e dos direitos dos seres vivos, não podemos ser coniventes com atitudes que apenas deturpam nossa militância e nossos ideais. Estes não são atos punks, mas de pessoas que não tem a mínima percepção ou relação com o que é de fato a cultura punk, ao tomar atitudes totalmente opostas àquilo que buscamos, que é o respeito às diferenças, a tolerância, e um mundo igualitário entre os diferentes. Também não apoiamos quaisquer atos de intolerância, sejam eles de homofobia, racismo, machismo, sexismo, etc. Enquanto pessoas morrem nas ruas das periferias e o sangue escorre para o asfalto desta grande metrópole que é São Paulo, nós, punks, resistiremos a toda a deturpação e ataque deste sistema à nossa cultura de luta e resistência",
Não defendemos e nunca apoiaremos estes atos de violência, mas o que questionamos é a forma mentirosa como eles são divulgados, colocando vítimas como mártires e agressores como carrascos, tudo para finalizar uma “boa notícia" que mais parece uma peça de teatro. Mas com isso nós perguntamos: quantas vidas são necessárias para uma “boa notícia"? Fazemos também a mesma pergunta que foi feita pelo cineasta Michael Moore ao dono da corporação transnacional Nike, Phil Knight, “quantos milhões são necessários para satisfazer seu ego”?
Fatos como estes são, para nós, de extremo repúdio, fruto de pessoas malinformadas e vitimadas pelo parasitismo social que este sistema impõe aosindivíduos. Estamos sentidos pelas reais vítimas destes atos, pessoas pobres que assim como nós, lutam para sobreviver dentro deste sistema opressor. E ante aos fatos, o próprio Movimento Punk torna-se vítima também. Continuamos na luta por mudanças e pela revolução social e contra toda e qualquer forma de fascismo e intolerância, sejam estes institucionais ou individuais.
Sem mais, Movimento Anarco-Punk de São Paulo (MAP-SP)
map.sp@anarcopunk.org
Cx Postal 1677 CEP 01060-970 SP/SP

O que seus olhos veem?

O que seus olhos veem quando você olha pra favela? um monte de gente cansada? um monte de dona de casa voltando do trabalho? um monte de bandido? o que você seus olhos veem? enchergam sempre o mesmo peixe, mordendo sempre o mesmo anzol? veem um monte de votos? a cena tá mudando rapaz.
Nos olhos do Tico, South, Fação Central, Realidade Cruel, Gog, Racionais, Sistema Negro, D.R.R., Negredo, Detentos do Rap, Alessandro Buzo, Allan da Rosa, Robson Canto, Renato Vital, Sérgio Vaz, Anderson Macedo, Ferréz, Aice Man, Davi 1dasul, Fábio Honório, Alexandre de Maio, Mandrake, Bocada Forte, Real Hip-Hop, Maurício Dts e muitos, muitos mais, só tem espaço para ver um futuro melhor.
esse humilde post é dedicado aos verdadeiros parceiros, que estão lado a lado na caminhada, que não me deixam desanimar, pra quem nasceu com o que nasci eu to no lucro meu parceiro, e a caminhada continua.
firme e forte na estrada, se quiser deixar recado maldoso, manda logo pra revista Veja, porque aqui o espaço é humilde, mas humildade tem limite.
E eu sei que deve doer mesmo, deve dar raiva né? deixar só um kit pobreza pra cada um de nós, e agente fazer muito mais do que se imaginou, aqui num é mais um sonhador, aqui agora realizamos, porque pro filho pelo menos um berço temos que deixar, já que não tivemos um.
E os pilares estão armados, tanto na sul, leste, norte, oeste, pra depois nós subirmos a casa toda.
Não se preocupa não, continua torcendo contra, porque na real nada mais para a máquina periférica de talentos, que vários como eu, nunca tiveram que pegar num revólver para ter uma moeda.
aqui nêgo é tudo construido com a ponta da caneta, quem conhece tá ligado, mas isso num quer dizer que agente vira as costas pra outros, cada um sua caminhada, cada um sua situação.
entrei no movimento assim, assistindo as reuniões da Posse M.R.A.S (movimento radical anti sistema) e agora não quero mais parar de ler.
Estou com certeza aprendendo a cada dia, não deixar transparecer todas as idéias já é uma grande lição, o sistema tem que ficar de chapéu mesmo, atolado na própria ignorância, quando precisarem de algo sobre a perifa, se for literatura, rap, break, graffiti liga nóis, se for crime, fação criminosa ou tráfico liga a Alba Zaluar, afinal ela é especialista nisso tudo.
Komigo quem kisé, contra nóis kem pudé.
Ferréz ( e mais um montão de lokos conscientes).

Vinil na loja e no forno.

Salve povo.

Essa foto mostra o vinil duplo da coletânea 1DASUL que já está nas lojas, essa foto foi tirada na Flórida, loja especializada em vinil, e você pode perceber que em termos de hip-hop nacional não está saindo nada, pode ver o tanto de lançamento dos gringos, a luta é nossa, não deixem a cultura morrer.

O vinil da coletânea 1DASUL traz o melhor do cenário brasileiro, é um álbum duplo, com capa envernizada e você pode comprar na: Porte Ilegal: Galeria 24 de maio, na Flórida Discos na segunda galeria ou na loja 1dasul: Avenida Comendador Sant'anna 138 centro do Capão Redondo.
o Valor do álbum é de R$ 40,00 bem menor do que os R$ 120,00 que os gringos cobram.


e daqui a aguns dias chega o vinil duplo do TR3F e o vinil duplo do Detentos do Rap, especial de 10 anos, ambos lançados pela 1DASUL FONOGRÁFICA.

23a. Feira de Caxias do Sul (Rio Grande do Sul)

Salve,
Cheguei a 23a. feira de literatura de Caxias do Sul ainda pela manhã, e numa rara oportunidade pude caminhar pela feira e olhar alguns livros que tanto quero que venham fazer parte da minha coleção.
preços vistos e alguns descontos depois, já estava pronto para entrar e assistir a uma palestra formada por catadores que formaram uma biblioteca com livros achados no lixo, e ainda sobre a criação de uma biblioteca intinerante feita pelos manos e minas do Hip-Hop de Caxias.
A organização da feira me disse que o meu nome foi citado porque nas duas bibliotecas comunitárias abertas meus livros são os mais lidos.
As pessoas chegando para minha palestra, que contou com uma leitura do "Ninguém é inocente em São Paulo".

Lá no cantão estava nada menos que meu parceiro Zuenir Ventura, depois de tirarmos essa foto, fomos tomar um café e conversar sobre o que temos mais em comum, livros. Os meus livros estava sendo vendidos em 2 barracas, essa era uma delas.

Depois da palestra, fui convidado pelo Tom e pelos manos e minas do Hip-Hop para uma almoço, trocamos muitas idéias e fizemos uma parceria de distribuição na cidade, já que uma das principais reclamações é que não chega artigos da cultura na cidade.

Bom! Essa foto ai embaixo, resume tudo que foi o evento pra mim, e dá muito sentido no meu trabalho, esse mano se chama Diego, ele chegou pra mim no final da palestra e disse:
- Você num lembra de mim, mas a 7 anos assisti uma palestra sua no meu colégio em Pelotas, nunca esqueci o que você disse, e hoje estou trazendo minha filha para assistir e aprender o que eu aprendi com você.

Fala a verdade, eu preciso de um prêmio mais valioso que esse? satisfação total em poder ver o resultado, e ainda temos muito a plantar, Caxias! vou ficar com muitas saudades, pode apostar.
Ferréz

A Verdade.


E ae Ferréz...eu sou um dos 150 "sortudos" que o Luciano Hulk ajuda na sua onguizinha,um dos 150 meninos de baixa renda que ele ajuda para não serem ladrões de relógio da sua coleção...esta segunda feira ele tava desfilando pelos corredores da ong com seus assesores,enquanto os alunos e funcionarios vajulavam ele (afinal passou por um grande trauma)...nakela hora senti uma vontade de chegar nele e pedir para para autografar o artigo que vc escreveu(uma ideia boba p carai, mas era minha forma de expressar o q pensava dele)...mas me diminui na hora por saber q sou para eles um moleke de baixa renda salvo por eles e q minha opiniao no conta....afinal os dois lados ganham,ele leva premios,prestigio e dinhero e eu saio com um diploma.....PS.: o mais engraçado que na ong a gente ta fazendo um curta sobre capao pecado e ele nem sabe...ja e meio banido flar mal da globo la dentro,quem sabe daki a poko nao se possa falar do ferrez obs:c vc responde agradeço
7:33 PM
Fabricio Romano said...
Ai tio, respondo sim, humildemente sabendo que existe pessoas como você que num tá de chapéu, num tá vacilando achando que essas pessoas são os salvadores, os nossos deuses.
e mais loko é ver a sua escrita, totalmente feita de coração, lembra muito a Carolina, a nossa rainha da literatura marginal.
você é o sentido de eu num abaixar a cabeça rapaz, você sou eu, eu sou nós, e nós somos todos um só.
se alguém reclamar porque você mandou esse post, se você passar por algum problema, num esquenta que engatilho na hora outra organização pra você. é só falar.
firme e forte na missão.
Ferréz

Palestra e aula.


Salve Literários das quebras ou como dizia Plínio, das barras do catimbó.
Dia 16/terça feira tem palestra minha no Núcleo de Proteção Especial, para jovens em L.A.
no Parque Fernanda/aberto para a comunidade também.
já depois das 17:00 horas estarei na Biblioteca comunitária Êxodus, dando aula de leitura para minha turma, logo depois do Samba Rock, ministrado pela equipe Equlibrio 1nico.
No segundo andar, no espaço Nego Dú, estaremos lendo "Amanhecer Esmeralda" e vamos dar início a leitura de "O pequeno rei e o parque Real de José Roberto Torero.

abraços, Ferréz

Sobre o texto na Folha de São Paulo.

Salve
Na segunda feira, 8 de outubro de 2007, foi publicado um texto meu no Jornal Folha de S. Paulo.
Fiz o texto, a pedido do coordenador de artigos Uirá Machado, que trabalha na Folha. Ele me mandou a carta de Luciano Huck, sobre seu assalto no Jardins.
Coloquei o nome de: Pensamentos de um "correria", , e com minha mente literária e ingênua fiz uma ficção onde o ponto de vista eram dos ladrões. Quando enviei o artigo para ele, que foi escrito em 5 horas, me mostrei preocupado por ser quase um conto, e podia fugir do estilo do espaço Tendências/Debates, mas o texto foi publicado.
Até ai, eu imaginava que não era difícil de entender o que queria passar, mas esqueci de uma coisa que vivo repetindo em minhas palestras, que esse pais tem uma mania de falar muito em analfabetos funcionais, mas um analfabeto num pode funcionar. Ou ele tem interpretação de texto ou não tem, e sobre as centenas de cartas que recebi sobre meu texto de ficção, dá pra ter certeza que interpretação de texto não é o forte desses "leitores".
O texto já dá pra notar no título que é ficcional, assim como fiz o ponto de vista do ladrão, poderia ter feito o retirante nordestino (como fiz em Capão Pecado, meu primeiro livro) poderia ter feito sobre um evangélico (como fiz em Ninguém é inocente em São Paulo) ou qualquer outro personagem que quisesse.
bom, num vou me alongar, se não vão pensar que estou me explicando, e esse comunicado não tem essa finalidade, escrevi aqui no meu Blog pois as pessoas que admiram o meu trabalho e minha história de vida, e pra quem sempre tento ser um bom exemplo, saibam que apesar de todas as críticas, num volto uma vírgula do que escrevi e estou firme e forte na missão.
abaixo o texto publicado no Jornal Folha de S. Paulo.

Pensamentos de um “correria”.

Ele me olha, cumprimenta rápido e vai para a padaria. Acordou cedo, tratou de acordar o amigo que vai ser seu garupa e foi tomar café.
A mãe já está na padaria também, pedindo dinheiro para alguém para tomar mais uma dose de cachaça, ele finge não vê-la, toma seu café de um gole só e sai pra missão, que é como todos chamam fazer um assalto.
Se voltar com algo, seu filho, seus irmãos, sua mãe, sua tia, seu padrasto, todos vão gastar o dinheiro com ele, sem exigir de onde veio, sem nota fiscal, sem gerar impostos.
Quando o filho chora de fome moral não vai ajudar.
A selva de pedra criou suas leis, vidro escuro para não se ver dentro do carro, cada qual com sua vida, cada qual com seus problemas, sem tempo pra sentimentalismo.
O menino no farol não consegue pedir dinheiro, o vidro escuro não deixa mostrar nada.
O moto boy tenta se afastar dele, desconfia pois ele está com outro na garupa, lembra das 36 prestações que faltam para quitar a moto, mas tem que arriscar e acelera, só tem 20 minutos para entregar uma correspondência do outro lado da cidade, se atrasar a entrega perde o serviço, se morrer no caminho, amanhã tem outro na vaga.
Quando passa pelos dois na moto, percebe que é da sua quebrada, dá um toque no acelerador e sai da reta, sabe que os caras estão pra fazer uma fita.
Enquanto isso, muita gente em seus carros, ouvem suas músicas, falam em seus celulares e pensam que estão vivos e num pais legal.
Ele anda de vagar entre os carros, o garupa está atento, se a missão falhar, não terá homenagem póstuma, deixará uma família destroçada, porque a sua já é, e não terá uma multidão triste por sua morte. Será apenas mais um coitado com capacete velho e um 38 enferrujado jogado no chão, atrapalhando o trânsito.
Teve infância, isso teve, tudo bem que sem nada demais, mas sua mãe o levava ao circo todos os anos, só parou depois que seu novo marido a proibiu de sair de casa, ela começou a beber, a mesma bebida que os programas de televisão mostram nos seus comerciais, só que neles ninguém sofre por beber..
Teve educação, a mesma que todos da sua comunidade tiveram, quase nada que sirva para o século 21. A professora passava um monte de coisa na lousa, mas pra que estudar se pela nova lei do governo todo mundo é aprovado?
Ainda menino, quando assistia as propagandas, entendia que ou você tem ou você não é nada, sabia que era melhor viver pouco como alguém, do que morrer velho como ninguém.
Leu em alguém lugar que São Paulo está ficando indefensável, mas não sabia o que queriam dizer, defesa de quem? Parece assunto de guerra.
Não acreditava em heróis, isso não! Nunca gostou do super-homem nem de nenhum desses caras americanos, preferia respeitar os malandros mais velhos que moravam no seu bairro, o exemplo é aquele ali e pronto.
Tomava tapa na cara do seu padrasto, tomava tapa na cara dos policiais, mas nunca deu tapa na cara de nenhuma das suas vitimas. Ou matava logo ou saia fora.
Era da seguinte opinião, nunca iria num programa de auditório, se humilhar perante milhões de brasileiros, se equilibrando numa tábua para ganhar o suficiente para cobrir as dividas, isso nunca faria, um homem de verdade não pode ser medido por isso.
Ele ganhou logo cedo um kit pobreza, mas sempre pensou que apesar de morar perto do lixo, não fazia parte dele, não era lixo.
A hora estava se aproximando, tinha um braço ali vacilando. Se perguntava como alguém pode usar no braço, algo que dá pra comprar várias casas na sua quebrada. Quantas pessoas que conheceu, trabalharam a vida inteira, sendo babá de meninos mimados, fazendo a comida deles, cuidando da segurança e limpeza deles e no final ficaram velhas, morreram, e nunca puderam fazer o mesmo por seus filhos.
Estava decidido, iria vender o relógio, e ficaria de boa talvez por alguns meses.
O cara pra quem venderia, poderia usar o relógio e se sentir como o apresentador feliz que sempre está cercado de mulheres semi nuas em seu programa.
Se o assalto não desse certo, talvez cadeira de rodas, prisão ou caixão, não teria como recorrer ao seguro, nem segunda chance.
O correria, decidiu agir. Passou, parou, intimou, levou.
No final das contas todos saíram ganhando, o assaltado ficou com o que tinha de mais valioso que é sua vida, e o correria ficou com o relógio.
Não vejo motivo pra reclamação, afinal num mundo indefensável até que o rolo foi justo para ambas as partes.

Ferréz
É morador do Capão Redondo, e autor de: Capão Pecado, Manual Prático do ódio, Amanhecer esmeralda e Ninguém é inocente em São Paulo (todos pela objetiva).

Missão em Pernambuco

Deixem que diguem, que falem.
enquanto isso agente organiza a verdadeira revolução.

Pernambuco foi uma coisa fantástica, não só porque fiz duas palestras na bienal, mas porque também fiz duas palestras na Fundac (Fundação da Criança e adolescente), que é a Febem deles.
foram 2 pavilhões, com cerca de 200 crianças e adolescentes.
fiz leituras do Ninguém é inocente em São Paulo, falei de esperança contando a história da menina Manhã (amanhecer esmeralda) e terminamos fazendo um rap, todo mundo cantando junto.

Eu pedi para eles que daqui a um ano quando eu voltar, que eles me fizessem o favor de não esterem lá.
Uma parte triste foi que numa cela eu vi três manos deitados em pequenos colchões, perguntei para o único que olhava pra mim, porque ele não foi ver a palestra, ele respondeu que não estava sabendo do evento, e que iria pois ele anda tudo ali na normalidade.
Notando os outros dois que só olhavam para a parede, eu já desconfiava, mas depois um funcionário me afirmou, que eles tinham problemas mentais, de tanto consumir drogas.

O cara que me levou nas unidades chama-se Milton, depois ele me levou ao hotel e me explicou que tentou contato com outro rapper que foi a cidade também autografar um livro, mas não obteve resposta, já que as palestras não eram pagas. Eu lhe falei que nem todos que falam pelo hip-hop e pela literatura marginal estão preocupados com o lado social, e que eu faria o nescessário para dar uma tarde melhor para os meninos.
Ninguém pode imaginar, se não passou pelo mesmo, eu e o Ratão na U.E. 19 (unidade educacional) Febem de São Paulo, passamos por isso, e em Recife eu passei de novo, você ver as trancas sendo fechadas atraz de você e saber que todos ficarão lá e muito foda.
Mas como o próprio povo diz, a pena é longa mas num é perpétua.
um dos meninos chegou perto de mim e disse que não valia a pena nada daquilo, que não adiantava nada, eu lhe falei da biblioteca êxodus, lhe disse que eles podiam começar hoje e deixei o Ninguém é inocente para começar essa biblioteca.

O estado gasta tanto em repressão e nada para uma mudança efetiva, quantos milhões de corpos terão que estar nas cadeias para se a elite andar em segurança?

Já no hotel tirei uma foto da praia pra trazer de lembrança, já que dali a meia hora eu teria outra palestra na Bienal de Recife.

Tudo bem que não pisei na água, não comi camarão, nem andei em nenhum ponto turístico, mas fiz o que acredito e sai de lá muito satisfeito.
A praia só vi pela janela, mas a Dana via ter mais orgulho de um pai militante do que turista.
na Bienal, Marcelino que fez uma palestra com muitas leituras e muito bem humorada, e Nazarian atráz de regata.

agora, uma das minhas maiores alegrias, foi ver o livro do Buzo e do Vaz lá em Pernambuco, tive essa sensação em primeiro lugar, vitória. isso é muito loko, parabéns editora Global, tá apostando nos caras certo. vida longo a Literatura do gueto.


Eu, Marcelino Freire ( que fez ótimas leituras) e Santiago Nazariam (que fez uma palestra inusitada).


O público estava totalmente interessado.


também recebi vários autores independentes, entre eles ganhei um cd do Malungo com 20 poesias, e um fanzine que ele publica, conheci a poeta de porto alegre, Carolina Salcides, que estréia com seu primeiro livro independente "O vôo da borboleta nas fase da lua", falei com o poeta Valmir Jordão que publica o fanzine Curta poema, e com o pessoal do site http://www.vetorcultural.com/ que também é independente e publica tudo sobre os eventos culturais.
prometi pra eles manter contato, e vou fazer isso assim que terminar esse texto.
enquanto isso, fico com saudades de Pernambuco.
e uma ultima frase.
"...E, se o mundo terminasse de repente, restaria uma borboleta e seria o suficiente".
Paulo Ricardo Salcides - Escritor Brasileiro (1958-2001).


Apenas uns toques

Salve lokos,
desculpe a demora para escrever, mas tá muito difícil fazer tudo, mas estou tentando.
hoje fui junto com o Maurício DTS para Brasilia, assistir o novo programa do governo, chamado de Mais cultura, o avião na volta deu mó susto, começou uns barulhos estranos, mas finalmente voltamos pra quebrada.
lá trombei o Sérgio Vaz, o Pestana e o Marcelo Yuka, foi uma experiência boa, embora muito rápida, quanto ao plano vamos acompanhar pra ver se funciona e principalmente cobrar para que funcione.
dia 5 to na livraria para o lançamento do Buzo, na Nobel, Avenida Paulista.
e dia 7 to indo para Pernambuco, os manos que quiserem, podem me trombar na Bienal internacional de literatura de lá, demorou para chegar pois é tudo nosso.
Quanto aos comentários do filme do Bope e da entrevista do Brown, na boa eu num quero comentar pois o filme cada um tem sua visão, e a entrevista do Mano foi feita por ele, então só ele mesmo pra dizer o que pegou, concordo quando dizem que as perguntas foram fracas, mas esperar o que desses jornalistas? tirando o Paulo Lins, ali ninguém sabe o que significa manter um grupo como o dos Racionais e nem imaginam a nossa realidade, assunto terminado, vamos que vamos que a Revolução literária não pode parar.
Ferréz

Vô e num vô.

Salve.
Deixa eu ver...um mano que batalha muito, faz uma verdadeira revolução cultural sozinho, pondo seu bairro no mapa cultural de São Paulo, e ainda de quebra é um cara gente fina pra caralho, claro que vou, e comemorar muito esse lançamento que vai retribuir o tanto que o Buzo está fazendo pelo movimento literário. Agora deixa eu ver, um cara que vive chamando os outros de vagabundo, e um promotor que já condenou centenas de jovens que são julgados num pais que não oferece oportunidades, mas cobra os deveres...num vô, num tem nada pra me passar, e ainda chamar esse encontro bizarro de café filosófico é forçar um pouco né não?

Vixe Maria! agora forçou de vez, um livro inteirinho sobre o pagodeiro-roqueiro-repeiro-maconheiro-oportunista Md2 é demais.

deve ter um alto teor ideológico né não?


e o bate papo com o autor e com o D2, que foi chamado de debate? que tipo de debate eles terão? bom...prefiro num arriscar, vou no lançamento do Guerreira mesmo que é garantido encontrar uma pá de mano firmeza.

o resto parece piada.

Ferréz firme e forte e olha ai embaixo, que eu não estou sozinho.

foto do Oitavo aniversário da 1dasul em setembro.