Blog do escritor Ferréz

Literatura Marginal Segundo encontro
Quais os caminhos da literatura e da periferia?

Venha participar do segundo evento, que celebra a cultura da periferia.
Performances, textos, atitude e a lua do Capão Redondo
Dia 03 de junho de 2007 (ano terrestre)
Das 18:00 as 22:00 hs.
Barraca do Saldanha, Rua Marco Basait, 75
Proximo ao supermercado Ricoy, centro do Capão Redondo
Apresentação: Ferréz
No dia o cantor Chico César estará lançando seu livro "Cantáteis" e recitando poesias.
Também já confirmaram presença o poeta Sérgio Vaz, além dos talentos da Cooperifa, os manos do Negredo apresentando as crianças da biblioteca Êxodus, Aice, Maurício Marques, Lobão e vários poetas e escritores das quebradas, com Godoy, Grisson, Sabim, Jardim Amália, Jardim das Rosas, Jardim Angêla e muito mais.
Com o oferecimento da 1DASUL, haverá sorteio de cd's do Z áfrica Brasil, Ferréz, Coletânea 1DASIL, DVD 100% favela.
e também de quits LITERATURA MARGINAL c/ as 3 revistas, livros do Chico César, Arnaldo Antunes, Revistas Rap Brasil, Revista do Brasil e chaveiros 1ds.
Aproveite seu domingo, baixe a audiência do Gugu e do Faustão e venha ser mais um braço dessa revolução para uma quebrada melhor.
Ferréz

Sarau da Cooperifa, Poesia das Ruas, Lm 2: Agende-se

Salve, semana cultural em auto nível.
Quarta feira agora: Sarau da Cooperifa, Bar do Zé batidão, quem chegou tá ligado, começa as 20:00 e por ai vai.
Quinta estica no projeto Poesia das ruas 1º SARAU RAP DO BRASIL
Projeto “Poesia das Ruas” Ritmo e Poesia A Ação Educativa em parceria com o poeta Sérgio Vaz promoverá no mês de maio o projeto Poesia das Ruas.
O Projeto Poesia das Ruas é um sarau dirigido a rimadores e rimadoras do Rap.
É um espaço para o exercício da criação poética. Sem música, MCs declamarão suas letras, compartilhando talento literário. Iniciativa do poeta Sergio Vaz, o Sarau do Rap é realizado em parceria com a Ação Educativa e vai acontecer toda última quinta-feira do mês a partir de abril. Fundador e coordenador do Sarau da Cooperifa, Vaz, pretende buscar, através da oralidade, um incentivo para a criação poética. Rap é ritmo e poesia (rythman and poetry).
DIA 31 DE MAIO (QUINTA-FEIRA) 19HS30
As inscrições para declamar começam às 19h30, podendo ter até 50 poetas declamando por noite.
Sergio Vaz promete um convidado especial em cada sessão.
Ação Educativa Rua: General Jardim, 660 – Vila Buarque - SP Abertura: Quinta-Feira 26 de Abril, às 19hs 00. Entrada: Gratuita Capacidade de lotação: 200 pessoas Acesso a deficientes físicos Mais informações: Adriana Barbosa Adriano José Telefone: (11) 3151-2333 ramal 142/ 166
e pra concluir a semana:
Domingão tem o segundo encontro Literatura Marginal no Bar do Saldanha, com presenças ilustres do gueto, e o músico e escritor Chico César recitando seu livro: Cantáteis.
Local: barraca do Saldanha
Rua Marco Basait, 75 próximo ao supermercado Ricoy, no centro do Capão redondo.
Patrocíno 1dasul, firme e forte.
Apoio: Biblioteca Êxodus, Tr3f.
A cultura da periferia em Ação.
agora num diz que a perifa tá sem rolê.
Ferréz.

1DASUL RITMOLOGIA DO GUETO

Salve,

a 1DASUL esteve presente no encontro do Amapá, a foto é do Alexandre de Maio, que fez a periferia de sampa conhecer os rios lokos do outro lado do mapa.
Também está na prensa, os 4 primeiros postais da 1DASUL, a coleção limitada de A-1 sai essa semana que vem.
os quatro desenhos são, além do logo, as três camisas e frases mais usadas na quebrada.
só pra num deixar esfriar, a coleção de jeans também sai mês que vem, tá tudo pronto, desde os botões até os zipers.
ah! já ia me esquecendo, a gráfica dos postais é no Irene, um salve pro André que vai ampliar a gráfica esse ano, a 1DASUL Agradece e fortifica a parceria.
Do gueto para o gueto, nada mais que respeito. Ferréz

Ferréz x Labortexto.

Salve,
como sempre em primeiro lugar na linha de combate, acho justo agente falar as coisas e provar.
E todo mundo sabe da treta que rolava com minha antiga editora, a Labortexto.
que lançou meu segundo livro (Capão Pecado) o primeiro foi independente.
Alguns amigos do editor João Eduardo quando me encontravam por ai, falavam que fui ingrato, que ele me deu "chance" de lançar, só que esqueciam que eu escolhi a Labortexto no meio de 18 editoras entre elas, Brasiliense, Casa Amarela, Record, etc.
Mais um detalhe, o livro já estava divulgado, pois eu tinha feito um corre monstro em todos os canais e jornais que pude alcançar.
Então, pelas conversas que tive com esse editor, o que mais me atraiu foi o fato de que era uma casa nova, um lugar que estava no início, e assim como eu, a editora tinha tudo para crescer.
Claro que o sonho virou pesadelo, e não recebendo o justo pelo livro, que aliás não parava de vender, (nos primeiros 2 meses vendeu 3.000 cópias) eu tive que fazer vários trabalhos para me sustentar, mas até ai tudo bem, nunca tive preguiça mesmo.
No decorrer do caminho, outros autores que sairam por lá, começaram a falar comigo do mesmo problema, a falta de pagamento, ou pelo menos a falta de um pagamento justo pela vendagem que estavam tendo.
eu sempre achei que o exemplo tem que partir de quem mais fala, então contratei a Crivelli e Carvalho Advogados Associados para entrar com um processo contra a Labortexto.
Pronto, parei de falar mal, parei de ficar charope por ai reclamando do que eu não tinha ganho, e fui logo pras cabeças.
nessa semana passada, me chegou a resposta, depois de tanto corre o juiz determinou a causa a meu favor, a Labortexto perdeu e eu ganhei a ação.
Claro, que dai pra receber é outros 5o0, mas o que me alegra é saber que o determinado pelo juiz foi 9.000 livros do Capão Pecado que não foram pagos, e isso diz que o livro vendeu muito mais, só isso já basta.
Para quem manja sabe que é muito difícil ganhar um processo desses, e que ele só é ganho quando apresentamos provas, foi o que fiz, com livros de escolas públicas e cartas de diretores de escolas que particulares que chegaram a comprar 800 livros por ano, além das notas ficais de venda.
agradeço aos advogados e a todos que acreditaram que o autor aqui num estava louco, e recebendo ou não, o melhor é que fica ai o exemplo.
Ferréz

Buzo, exemplo de organizador.






Cara,
foi um corre pra chegar lá, mas finalmente no sabadão eu colei no centro.
chegamos eu e o Aice, e a praça em frente a galeria tava lotada, em cima do caminhão do som, estava o Buzo comandando a parada junto com o pessoal da Conduta.
Ele logo me viu no meio da multidão e pediu pra mim subir, mas eu tava no melhor lugar oh! que é junto com o calor dos meus iguais, então fui lá na beira e dei um abraço no mano que dá uma tremenda lição nos acordadores de meio dia.
Um cara que escreve, organizar um evento bonito daquele, só vendo mesmo...deixando muito exemplo para os manos do rap.
o SNJ, o Thaíde, o Criolo Doido...prova que o Hip-Hop continua vivo e cheio de energia.
Fora o Jornal da Tarde me diz quem deu matéria? sabe o motivo? porque felicidade num dá ibope nego.
Mas agente que tá no corre na nossa mídia independente faz nossa parte, relantando os bagulhos do nosso ponto de vista mesmo. afinal a cultura é nossa.
Então pro Buzo, pra Marilda, pra Conduta e todos os artístas que participaram, parabéns, e muita energia pra todos nós.

a caminhada continua. Ferréz



Fotos tiradas do www.suburbanoconvicto.blogger.com.br

Literatura Marginal segundo encontro

Salve
tá confirmado,


Literatura Marginal Segundo encontro.
"Quais os caminhos da literatura e da periferia?"

dia 03 de junho de 2007 (ano terrestre)
das 18:00 as 22:00 hs.
Performances, textos, atitude e a lua do Capão Redondo
Apresentação: Ferréz
Escritor convidado: Chico César recitando "Cantáteis".
Local: Barraca do Saldanha
Rua Marco Basait, 75 próximo ao supermercado Ricoy.
Centro do Capão Redondo.
Patrocínio: 1dasul/Firme e Forte.
Apoio: Bblioteca Êxodus.
A cultura da Periferia em ação.

Vamu que Vamu que a favela num podi pará.

Salve Lokos, vamu que a favela num pára, chega de masturbação mental, vamos tocar o barco e num se deixar abater com as dificuldade do mundão.
Nessa virada de mês as forças positivas tão avançando muito, então os eventos não param.


Está nas quebradas o livro Punga, que reuni dois grandes pensadores da periferia, o livro é muito bem escrito, e é mais um atentado terrorista literário das Edições Toró.

Já nos eventos da quebrada...
Quermesse Da Grisson, dia 2 e 3 é a semana do Rap, vai ter Facção Central e Detentos do Rap, além dos sorteios da coletânia 1dasul.
provavelmente vai rolar os shows no sábado, dia 2.
pra quem tá longe, é só chegar no metrô Capão Redondo e subir na rua em frente, que é a Sabim, a primeira entrada é a rua Grisson.

Já no dia 3 de junho, será realizado o 2. encontro de Literatura Marginal no Saldanha, na rua Marco Basait, centro do Capão Redondo, vários poetas convidados, entre eles Chico César recitando seu livro: Cantáteis.

Também está em início os preparativos para a próxima festa 100% favela, que já é uma festa tradicional que acontece todo 7 de setembro.

e pra quem pode colar, em Brasilia vai rolar um evento histórico, o poeta do Rap grava seu primeiro DVD, é a chance de ver em grande estilo a história da música se fortalecer, logo abaixo está o convite.


Bom por enquanto é só tudo isso, e o mais legal, sem lei de incentivo e sem ajuda de politico.

Ferréz

Guilherme Russo manda sua resposta.

Salve no dia 5/10 publiquei uma matéria sobre a virada cultural.
falei de uma matéria no jornal Diário e sobre o jornalista Guilherme Russo.
bom, no texto eu falava: "tem mais no centro quem tava pra ver o show não era "0s fãs violentos do Racionais"como vomitou o pseudo jornalista Guilherme Russo.
ele me mandou uma resposta, pesso que leiam por favor:
Caro Ferréz.
Depois que entrei em contato com seus xingamentos, onteontem, li e reli a matéria que escrevi...Não encontrei a aspa que você cita nas suas ofensas a minha pessoa e ao jornal que me emprega. Por isso considero seu comentário, no mínimo, leviano.
Citando uma referência literária mútua nossa, te digo que as mensagens das entrelinhas aparecem "só para loucos". Mas as linhas têm que ser lidas de maneira plena e despida de preconceitos. e, acima de tudo, lidas.
Na medida em que você me considera "pseudo jornalista", te considero um peseudoleitor, pois a expressão citada quando do xingamento nao está no texto que escrevi. Se você tiver o exemplar com esta expressão (se é que você realmente leu isso), me mande uma cópia por favor, que daí a briga será minha com meus editores.
Se eu tivesse teu email, te mandaria o arquivo da página que escrevi, pois te considero (ou considerava) pra caralho e não quero (ou queria) que fique esta pinimba entre a gente.
Honestamente: Cê leu minha matéria? Meu email saiu publicado em cima do que escrevi. Por que você nao me xingou diretamente?
No mais, foda-se. E um abraço
Guilherme Russo
Diário de S. Paulo.
agora minha resposta.
Guilherme, vão ser poucas idéias. prometo.
Você me pergunta várias vezes se li a matéria. Comprei o jornal no dia, tá aqui na minha frente, não me menospreze a esse ponto de não ter lido, por favor.
Segundo, não expressei minha opinião (pra você xingamento) diretamente a você, porque você publicou num jornal uma matéria para milhares de leitores, então porque eu deveria dar minha opinião só pra você?
não vai ficar pinimba nenhuma, nós do Hip-hop também somos "legais".
Agora falar em ser livre de preconceito, vindo de um cara que fez uma matéria daquelas é sacanagem. Quanto ao meu comentário "no mínimo leviano"realmente coloquei as aspas no que entendi e não numa frase sua, mas agora sei que devo colocar só no que você disse, tá vendo agente aprende.Agora vou colocar uns trechos reais da matéria que você escreveu, e me diga por favor.
nas entrelinhas pra loucos ou não, você num deixou bem claro que os fãs do Racionais são violentos?
vamos ver.
"Um confronto entre os fãs e a Polícia Militar se espalhou por todo o entorno da Sé que virou um campo de guerra."
"Passada meia hora do início show, ás 5h, os fãs voltaram a subir nas fachadas. Desta vez, eles revidaram com garrafadas."
"Revoltados contra a polícia, fãs do Brown incendiaram um carro, depredaram outro, e saquearam pelo menos duas lojas. Diversos estabelecimentos tiveram as portas amassadas a chutes. Oito viaturas da PM e mais uma da GCM foram depredadas."
"Quando se afunilaram nas estreitas ruas do entorno da Sé, os fãs começaram diversos quebra quebras, tentando saquear lojas e materiais dos palcos eletrônicos."
também tem uma coluna no texto, escrita por você que traz "A confusão hora a hora" e na hora 5h38 está escrito: "Revoltados, fãs de Mano Brown iniciam quebra-quebras e saques de lojas em toda a região".

Alta cúpula


Salve

toda vez que terminava um livro, ia para a viela, olhando a água salubre do córrego e esperando alguns amigos, eu esperava ancioso o momento de contar sobre a história que tinha lido, os amigos chegavam, o papo começava e eu mal conseguia dar um resumo do que tinha lido, ninguém ligava, no máximo fingiam interesse, mas logo o time campeão da semana tomava conta do assunto, assim como o ultimo ganhador do campeonado de várzea e qualquer assunto que tivesse tido destaque na tv era mais interessante que um gordinho de óculos falando de livros.
demorou 31 anos para o autor aqui presenciar uma roda literária em plena periferia.
mas...aconteceu.
eu colei no sarau da Cooperifa essa semana, e o barato foi louco, sem assuntos de motos, carros, homicídio, policia. Ave maria nada disso.
no final do sarau, como todo bom rato de biblioteca que sabe onde estão os títulos mais escondidos, eu fui convocado a sentar na mesa do Sérgio Vaz, lá junto com Márcio, Augusto e depois com a chegada do Lobão, o papo foi mil grau.
o assunto daquela noite calorenta, cheia de abraços que interrompiam a conversa a todo momento foi, Neruda, Hesse, Paulo Lins, Dostoievski, João Antônio, Plínio Marcos.
E olhando para as luzes acessas que davam um ar bucólico para aqueles morros eu cheguei no que tanto queria.
falar e fazer literatura na comunidade, pro povo da comunidade
nada mais digno e verdadeiro.
ah! e de quebra ainda perdi o cabaço, pela primeira vez li um poema no sarau, antes eu só tinha falado letras de rap, dessa vez foi poesia mesmo.

segura.

Ferréz.

No Vaga (Ferréz)

No Vaga. (texto do livro Ninguém é inocente em São Paulo)

E aí, encontrou?
Encontrei nada.
E o negócio do purificador?
Era tudo ilusão, fiz curso de três dias e depois descobri.
Já sei, de porta em porta de novo.
É, eles falam que é fixo, mas na real é de porta em porta.
Povo pilantra.
Pilantra é pouco, até a condução eu tinha que pagar.
E chegou a fazer o dito estágio?
Fiz sim, comprei até roupa no cartão.
Isso que fode tudo.
Pior foi o Deusdete.
O que foi?
Comprou uma máquina de fralda.
Meu Deus, esse homem não aprende.
Aprende não, não chega aquela das camisas, lembra?
Lembro, sim. Fez meia dúzia de estampa e depois foi vender a máquina.
O pior dos piores é fazer os books.
É mesmo, toda mãe acha que o filho é o mais bonito.
Eles chegam a fazer até curso com as meninas.
Tudo mentira, até a filha zarolha da Lúcia entrou nessa. Já viu modelo zarolha?
Depois elas pagam mó dinheiro e ficam com as fotos guardadas.
É mesmo, porque vaga na TV, meu filho, já tá tudo prometido.
Tudo conversa fiada de televisão.
Não sei por que tem gente que ainda cai nisso.
Desespero, eu acho.
É mesmo, o povo chega até a fazer colar.
E quem compra colar na favela, Meu Deus?
Que nem as antenas parabólicas.
Quem caiu nessa?
O Zinho, lá da Rua 10, vendeu meia-dúzia, não ganhou nem o do sal.
Tô falando, depois eles anunciam que tem muita vaga.
Tem vaga para ser explorado.
É mesmo, agora amanhã eu vou ver um bom.
Qual que é?
É um plano dentário, se vender três, o emprego é seu.
Nossa! Não tem como me envolver?
Só se você quiser comprar um meu.
E quanto é?

Paulada Cultural não foi calma...mesmo sem rap.

Bom, a mídia minimizou, mas mesmo tocando Alceu, Leci e Karnak a virada também teve pancadaria, e sem nenhum grupo de rap envolvido.
mas dessa vez a polícia se comportou direito (será porque?) e deteve somente (somente) os brigões.
mas tudo bem, o importante é que o papa ex soldado nazista foi embora, se vc tiver de boa e tem tempo, saiu uma matéria sobre meu trabalho no site www.musibrasil.net entra na parte de letteratura e confere uma matéria de várias páginas que a Patrizia di Malta fez.
e pro Kassab saber desde sexta-feira tamus lotando a favela Grisson com muita música, entre pagode, rap, soul e disco. Sábado passou de 3 mil pessoas e muita paz na quebrada.
Por ultimo só pra firmar, já tá confirmado, o segundo encontro de Literatura Marginal acontece em junho, tamos dando um puta talento na barraca do Saldanha, então meus amigos literarios espero vocês em breve.
Ferréz

Escolha um lado da ponte

Já foi anunciado....
No domingo, 13, a Prefeitura realiza na Praça da Sé a "Festa da Virada". A programação começa às 15 horas, com intervenções circenses e teatrais, e se estende até às 23h30, com shows, entre outros, de Leci Brandão, Alceu Valença, Karnak, Skowa e a Máfia, Pato Fu e Moraes Moreira.
Ou seja, agora sem o rap, tudo vai rolar na mais pura paz.
para desgosto deles, agente também se mexe, e começou nessa sexta a 5o. quermesse da Grisson, na Continuação da Av. Sabim, em frente ao metrô Capão Redondo, com shows de Detentos do Rap, Facção Central, Soweto, e vários grupos locais.
Portanto, quem quiser passar a ponte, via ver Alceu e outros e quem quiser ficar desse lado pode curtir a quermesse que vai durar 30 DIAS.
E pra piorar tudo, estou me orquestrando para realizar o segundo encontro Literatura Marginal, na barraca do Saldanha, e dessa vez o evento vai ter um tema para discussão, logo mais.
Ah! e pra finalizar 7 de Setembro tem mais um super show contra o militarismo, na Rua Godoi, junto com o Negredo estamos organizando um super surpresa, ano passado teve Chico César e Racionais, esse ano...vocês não vão acreditar....
bom, vamos que vamos,
Ferréz

Paulada Cultura tá enchendo o saco...

Olha, tá foda, tanta coisa legal acontecendo, como a chegada do quase defunto Papa, e os caras só ficam perguntando do problema com o show na Centro.
Porra, é um assunto tão batido como o de dez anos atráz, então vou fazer um texto sobre isso logo e zerou o assunto.
quem se prejudica com tudo isso mais uma vez é o Hip-Hop que já está muito desgostoso com o cenário atual.
nada de shows, nada de eventos, lançamentos escassos e mal realizados.
cara! nem posters dos grupos tem mais, mas também teria pra que? o logista num coloca um nem quando é lançamento.
agora, fica todo mundo batendo na mesma tecla, violência? cara, quem acompanha shows de qualquer grupo ou gênero sabe que sempre rola uma treta, o diferencial é que estamos falando de Racionais, o grupo de rap que é mais odiado e mal visto por todo um sistema, porque teve a coragem de dizer que pobre tem valor e que não deve abaixar a cabeça pra qualquer um.
a pegada é uma só, se ficarem falando muito, se o verbo for usado de forma certa, agente para de escrever, de fazer evento cultural, de fazer rap pedindo paz, de trocar idéia com os muleques para amenizarem nas decisões, de realizar palestras, saraus, shows, debates, projetos na comunidade.
agente para de lutar par a cultura vencer e fica logo de vez na reação.
Monta logo nessa porra uma força revolucionária, um braço armado e direcionado contra o opressor e ai que tal?
Porque levar porrada a vida inteira tá foda, ou ninguém sabe que todas as cidades abraçam o que São Paulo diz? ou ninguém tem idéia de que os prefeitos e força publica geral de outras cidades acabam reproduzindo o que se faz por aqui? e assim a cultura vai perdendo, agente vai sendo proibido de fazer os trabalhos que podem ser gotas no oceano, mas são gotas que estão ai a muitos anos, porra.
Desculpe minha raiva, mas tá foda, só meio de comunicação tendencioso, safado, expondo um monte de merda, querendo provocar comoção numa semana que pouca coisa aconteceu, então é pau no rap.
Agente num vai nos seus Credicard Halls, agente num tem cachê alto, agente num tem nem gravadora porra. ficam falando do cachê de vinte e poucos mil do Racionais e esqueceram o de 500 mil do Caetano? qualquer grupo EMO bombado uma semana na MTV ganha o dobro disso. E vocês tão querendo tirar o que mais da gente? nem legitimados como música nem cultura nós somos, querem tirar mais o que?
acho que é isso mesmo, o dia que começarem a falar bem do rap e da periferia em tudo que é lugar, quer dizer que agente tá errado, pelo menos tamos errando com o povo.
porque se o povo é a voz de Deus, quem gritou na cruz - Crucifica, crucifica?
Agora me vem um governo apático, sem moral nenhuma e defende uma ação dessas? nenhuma repercussão deu a varredura que as torcidas fizeram na Paulista, mais de 500.000 reais de prejuizos, mas no outro dia ninguém tava falando mais nada, sabe porque? por que ninguém vai culpar o Corinthians nem o Palmeiras pelo que a torcida fez.
Tem mais, no centro quem tava para ver o show não era ''os fãs violentos do Racionais" como vomitou o pseudo jornalista Ghilherme Russo num jornaleco chamado Diário de S.Paulo.
eram pessoas que na maioria nunca tinham visto nenhum show do grupo, e estava curiosas sobre o rap, eram pessoas de todas as classes, cores, credos, etnias e afins, ou seja era São Paulo em sua diversidade.
Mas uma coisa fica clara, a fita num para, pode boicotar, pode oprimir, que isso só fortifica, porque pra quem nasceu sem nada, tudo que vier é lucro, inclusive a vitória por uma vida mais digna ou simplesmente a tentativa de muda-la.
agente sabe que no final nós estamos plantando um novo mundo, que viva nele quem puder.
pronto já dei minha letra desse assunto nojento, agora deixa eu voltar pra minha vida que já da muita dor de cabeça.
Ferréz

Eu Acredito em Super-Heróis.

Eh! na verdade eu sempre acreditei.
desde que tinha 6 anos de idade e achei aquele gibi jogado no banco do parque Ibirapuera.
Na verdade os heróis estão presentes em todos os momentos da minha vida.
desde a monotonia de limpar os frangos na granja do Sr. Zé onde trabalhei pela primeira vez e lia A espada selvagem de Conan, até a morte do meu tio Bel, onde vi o enfermeiro lendo O poderoso Thor.
eu voltei aquele dia sozinho lá das Clinicas, chorando e não cheguei a ser salvo por nenhum herói, mas nunca duvidei deles, porque no fundo eu sabia que o verdadeiro herói daquele dia estava dentro daquele hospital, pelo menos seu corpo estava.
era meu tio, um trabalhador que sofreu uma fatalidade e nunca mais escalou os prédios para pinta-los.
passei 8 anos fazendo as roupas da 1dasul, e também escrevendo minhas histórias, que entre um gibi e outro iam sendo publicadas.
E no meio do caminho agente acaba usando referências que muitas vezes não são nossa cara.
Na verdade, agente as vezes pensa no geral, e pensa em agradar muita gente.
dessa vez foi diferente, acho que dessa vez agente, eu e o South pensamos só nas nossas influências, e acabamos criando simples camisas, que dariam todo um universo.
então que esse universo aconteça nas ruas, sendo usado.
agora é com orgulho que apresento a coleção que sairá em junho.

nada mais minha cara e a de todos os periféricos guerreiros que agente tromba no mundão.




EU ACREDITO EM SUPER HERÓIS.


DA PERIFERIA


OS HERÓIS DO DIA-A-DIA.





essa estampa é uma das 8 novas camisas.

Nova coleção 1DASUL criação: Ferréz/1dasul / Desenhos:South/Inca Estúdios

Palestra na Itália.


Salve aos locos de bom coração,

vou postar a pedido da galera que acompanha o meu trabalho fora do país (acredite existe louco pra tudo), a palestra que a Patrizia vai realizar sobre a minha carreira e a da Carolina de Jesus no Instituto Brasil Itália.

o evento chama-se "Nova Tendência do Brasil" e acontecerá dia 25 de março, em Via borgogna, 3 Milano.

segue logo abaixo, os detalhes do evento em italiano.
Nuove Tendenze dal Brasile

Istituto Brasile-Italia
Via Borgogna, 3 Milano
tel 0276011320 fax 0276011296
www.ibrit.it
info@ibrit.it

MAGGIO 2007

Nuove Tendenze dal Brasile
Venerdì 25 ore 19,30 – "Literatura marginal, da Carolina de Jesus a Ferréz” - l'hip-hop come responsabilizzazione e veicolo di cultura nelle favelas”. Incontro a cura di Patrizia Di Malta

Palestra Amanhã


Salve, só pra lembra que amanhã tem palestra minha e do Noblat com mediação de Marcelo Rubens Paiva.

segura ai o panfleto do evento, quem quiser colar será super bem vindo.

ah! já ia me esquecendo, o evento não vai mais rolar pela internet, então quem quiser tem que ir lá mesmo para ver ao vivo.

Ferréz

Aniversário do Capão vira patifaria (de novo)

Salve rapa, quem lembra do texto que escrevi aqui ano passado sobre a festa de aniversário do Capão que foi uma patifaria só.
agora um dos organizadores também sofreu na pele, logo o cara que representa a comunidade foi boicotado também, segue o texto dele abaixo e fica provado que o poder público ou qualquer um dos seus representantes ainda nos tratam como puro gueto colonizado.
É com grande pesar que escrevo estas linhas.No último dia 28 de Abril,aconteceu a festa de aniversário de 95 anos do Capão Redondo,tudo estava caminhando bem até que o vereador,presidente da câmara municipal de São Pulo e vice-prefeito,Sr Antonio Carlos Rodrigues teve a péssima idéia de fazer um discurso eleitoreiro.
Como haviamos combinado com a organização,nenhum político convidado deveria fazer campanha eleitoral no palco,quero acreditar que o Sr. Antonio Carlos Rodrigues foi mal assessorado e acabou fazendo um discurso de campanha.
Não concordando com a atitude do vereador,peguei o microfone e reclamei,avisando ao vereador que a campanha eleitoral é só em 2008.O vereador não se pronunciou,mas seus assessores ficaram "revoltados" com meu discurso,o sr Daniel Jardim,acessor do vereador subiu ao palco em defesa do vereador,mais tarde,ainda não contente com o fato,um outro assessor do vereador entregou um bilhete para um músico que se apresentava pedindo para agradecer ao vereador pela festa que ele(o vereador) havia organizado.
Isso causou profunda revolta em todas as pessoas que ajudaram a organizar o evento,por saber que serviram de massa de manobra, por que o aniversário do Capão Redondo (o que ficou provado)não é e nunca foi uma festa para a população e sim um palanque para o vereador Antonio Carlos Rodrigues.
Ainda não acabou,quando subi ao palco para me apresentar com a minha banda (Tecora) e a percussão do Barracão dos Sonhos,me avisaram que o som seria desligado e ainda havia duas bandas pra tocar(banda Carraspana e Banda Preto Soul).
O Supervisor de Cultura resolveu por vontade própria acabar com a festa.Ano passado aconteceu fato semelhante ,na apresentação de grupos de rap( Ferréz e o Grupo Negredo),o supervisor de cultura mandava o técnico abaixar o volume do som,não queria que os rappers falassem mal da polícia.Parece que estas pessoas não conhecem a constituição,não sabem que cada um fala o que quer,mas que cada um é responsável por aquilo que fala.
Essa gente se acha acima do bem e do mal,tentando usar gente simples de periferia para implantar idéias e projetos que só interessam a si.
Mas uma coisa garantimos isso vai mudar por aqui,ano que vem o aniversário do Bairro terá outra cara.
Obrigado pela atenção.
Marcos Teles.

Politicos aprovam maioridade penal e riem do rap



Suplicy declama Rap de Racionais MCs no Plenário
27/4/2007 10:01:03
Ontem, quando da seção de votação para a redução da maioridade penal, na Comissão de Constituição e Justiça, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), numa demonstração de sensibilidade, declamou em forma de poesia a letra "Um Homem na Estrada", do grupo Racionais MCs.Sua tentativa: a de convenser seus colegas no plenário a votarem contra a redução da idade penal. Como resultado, numa demonstração de desconhecimento e lamentável desrespeito, todos cairam às gargalhadas, ridicularizando a atitude de Suplicy.Para finalizar ainda mais tristemente o momento, os senadores aprovaram, por 12 votos a 10, a reddução da maioridade penal, o que levará centenas de milhares de jovens delinqüentes às nossas prisões falidas e despreparadas. O fato é mais uma demonstração de que nossos representantes, além de pouca sensibilidade, não se aperceberam de que o maior problema do país é a falta de acesso a educação e a cultura. Ficam condenados, assim, nossos jovens a serem trancafiados em instituições de reformação prisional de adultos.
sem motivos pra dar risada, a corja ri. ri que nem hiena.
mas até quando riram do nosso povo?
FZ.

Elicí (Ferréz e Edvaldo Quirino)



Elicí

Elicí e o helicóptero levanta vôo.

Ele se levanta e toma um copo de café preto como a sua pele.
Elicí sim é criança cedo, e a precocidade na infância interfere.
Tem a vida tão corrida.
Trabalha seis dias por semana.
Entrega roupas de pessoas bacanas.
No final do dia paga as bebidas que o pai toma.
Se senta sempre sob a copa da grande árvore após o almoço.

Elicí ainda hoje eu ouço.

O galo já cantou e o relógio despertou.
Levanta e vai encarar a mais pura realidade.
Naquela manhã a mãe lhe disse:
“Filho, vai com Deus”.
Ele voltou, pegou sua mão e a beijou, pediu bênção e partiu.
Entrou no ônibus, encarou o cobrador, disse bom dia, sem resposta.
Desceu no paraíso (o paraíso dos ricos),
Pegou o metrô, desceu na Marechal, subiu a Angélica correndo.
A menina olhou, mas ele não podia parar.
Chegou um pouco atrasado, quando a patroa lhe olhava se sentia escravo.
De manhã havia muita entrega, e era sempre assim.
Quanto melhor para a patroa, pior para Elicí.
Sempre agradeceu pelo pagamento.
Entregava em casa de bacana e de prostituta.
Quando tinha entrega na casa de madame, algumas atendiam seminuas.
Perua exibicionista que lhe dava gorjeta e sorriso falso.
Um dia, um executivo parou o carro, lhe ofereceu dinheiro, Elicí mostrou o dedo.
Era meio-dia e a fome estava chegando.
Almoçou rapidamente em vinte minutos, tinha quarenta para descansar.
Na grande árvore, Elicí foi se sentar.

Elicí e o helicóptero levanta vôo.

Fecha os olhos, e começa a viajar.
Talvez um tratamento para o pai, uma bicicleta para o irmão.
Talvez tirar a mãe do sufoco, melhorar a casa.
Aquele beijo quente, daquela menina linda, e até uma moto.
Elicí com os olhos fechados não vê o pesadelo dobrar a esquina.
Um carro importado, vermelho, um casal bem-nascido se tocando.
Tanto afeto, tanta bolinação que esquece a direção.
Elicí ouve as folhas da árvore e o grito estridente dos pneus no asfalto.
Ouve o estrondo.
A notícia vai correr no jornal.
“Menino negro morre prensando ao tronco.”
A história se repete.
O resgate é acionado, socorro de gente rica é mais rápido e vem pelo alto.
O helicóptero na pista, os curiosos aplaudem.
Médicos, bombeiros, polícia e até voluntário.
Socorreram o casal endinheirado.
O helicóptero decola, e agora já era.
O menino tá morto mesmo, e morto espera.

Elicí e o helicóptero levanta vôo.
Elicí ainda hoje eu ouço.


Ferréz/Edvaldo Quirino

Ferréz é compositor, autor de 5 livros. Edvaldo Quirino é compositor e vocalista do grupo A Tropa.