Blog do escritor Ferréz

Contagem Regressiva...

10....9....8....7....6...
contagem regressiva para o lançamento de "Ninguém é inocente em São Paulo" logo a capa do meu novo livro estará aqui no blog.
Contos e Crônicas para abalar o sistema e valorizar a Literatura Marginal.
como dizia meu eterno parceiro Alex:
Meu corpo está na guerra, mas minha alma caminha em liberdade, Literatura Marginal lado a lado com us guerreiro de verdade.
e é homenageando o Alex, o Preto Ghóez, o Paulo (Magrela's), Robson Canto, Sérgio Vaz, Alessandro Buzo, Batista, Negredo e vários parceiros que essa obra logo estará em todas as livrarias do Brasil.
estou orgulhoso por colocar um pouco de cada um dentro dessa quinta lâmina.
a quem acreditou e me ajuda na caminhada, nada mais que um brinde a mais essa vitória, o lançamento vai ser anunciado aqui em primeira mão, e vamos poder brindar juntos.
Ferréz

palestra na FLAP

Mesa de debates na Flap, como todos sabem, estou evitando palestras para terminar meus trabalhos, mas junto com uma rapa dessa eu não podia não colar, então quem quiser é só se ligar na mesa:
Allan da Rosa
Poeta, Edições Toró
- André du Rap (a confirmar)
Rapper e escritor
- Bruno Zeni
Escritor e crítico literário
- Ferréz
Escritor
- Sérgio Vaz
Escritor
- Sérgio Bianchi
Cineasta.

vai ser no Espaço dos Satyros 1 Pça Rooselt 214 Centro.
as dez da manhã, é grátis e quem quiser colar, demorô.
Agora vai ai o que é a FLAP?
Seguindo o tema Embates, com a proposta de debater visões distintas sobre
literatura e manter vivo um terreno fértil de questionamentos, a FLAP! 2006
Em ambas as cidade a programação inclui debates sobre políticas
culturais, periferias e ainda mesas de debate em esquema de arena livre,
abrindo espaço para uma reflexão sobre o presente e o futuro da literatura
(“onde estamos?” e “para onde vamos?”).
O intuito da FLAP! é, ainda, evitar uma certa acomodação de opiniões nas
mesas de discussão, quando todos parecem concordar com todos (e as
discordâncias acabam sendo relegadas ao plano da fofoca). Vamos criar um
espaço em que fiquem mais claros critérios e distintas nuances entre
posições.
Então demorou da gente se ver lá.
firme e forte.
Ferréz
(enquanto isso, Ariel Sharon que cortou a água dos palestinos por tantos meses, agora tem tubo enfiado até no....)

Xico Sá dá as boas novas.

Fonte: www.nominimo.com.br

Xico Sá

Ninguém é inocente em São Paulo

Em tempos de violência, esta Ponte Aérea orgulhosamente apresenta, como brinde de domingão, um conto inédito de Ferréz, escritor do Capão Redondo, zona sul de São Paulo, um dos melhores e mais contundentes textos da literatura contemporânea, além de raro exemplo de homem de letras que atua e mora na periferia da metrópole.
O conto abaixo faz parte do livro "Ninguém é inocente em São Paulo", que a editora Objetiva vai lançar no dia 10 de agosto.
Fábrica de fazer vilão
Para Tó, Wilsão, Arnaldo, Alê eNego Dú

Tô cansado mãe, vou dormir.
Estômago do carái, acho que é gastrite.
Cobertor fino, parece lençol, mas um dia melhora.
Os ruídos dos sons às vezes incomodam, mas na maioria ajudam.
Pelo menos sei que tem um monte de barraco cheio, monte de gente vivendo.
Ontem terminei mais uma letra, talvez o disco saia um dia, senão é melhor correr trecho.
Acorda preto.
O quê... o quê...
Acorda logo.
Mas o quê...
Vamo logo, porra.
Ai, peraí, o que tá acontecendo.
Levanta logo, preto, desce pro bar.
Mas eu...
Desce pro bar, porra.
Tô indo.
Tento pegar o chinelo, cutuco com o pé embaixo da cama, mas não acho. Todo mundo lá embaixo, o bar da minha mãe tá fechado, cinco homens, é a Dona Zica, a Rota.
É o seguinte, por que esse bar só tem preto?
Ninguém responde, vou ficar calado também, não sei por que somos pretos, não escolhi.
Vamos, porra, vamos falando, por que aqui só tem preto?
Porque... porque...
Por que o quê, macaca?
Minha mãe num é macaca.
Cala a boca, macaco, eu falo nesse caralho.
O homem se irrita, arranca a caixa de som, joga no chão.
Fala, macaca.
É que todo mundo na rua é preto.
Ah! Ouviu essa, cabo, todo mundo na rua é preto.
Por isso que essa rua só tem vagabundo, só tem nóia.
Penso em falar, sou do rap, sou guerreiro, mas não paro de olhar a pistola na mão dele.
É o seguinte, vocês vivem de quê aqui?
Do bar, moço.
Moço é a vaca preta que te pariu, eu sou senhor para você.
Sim, senhor.
Minha mãe não merece isso, 20 anos de diarista.
E você, neguinho, o que tá olhando aí, decorando minha cara para me matar, é? Você pode até tentar, mas a gente volta aqui, põe fogo em criança, queima os barracos e atira em todo mundo nessa porra.
Ai! Meu Deus.
Minha mãe começa a chorar.
Você trabalha de quê, seu macaco?
Tô desempregado.
Tá é vagabundo, levar lata de concreto nas costas não quer, né?
Ele talvez não saiba que todo mundo na minha rua é pedreiro agora, ele talvez não saiba.
Sabe o que você é?Não.Você é lixo, olha suas roupas, olha sua cara, magro que nem um preto da Etiópia, vai roubar, caralho, sai dessa.
Sou trabalhador.
Trabalhador o caralho, você é lixo, lixo.
Cai cuspe da boca dele na minha cara, eu sou lixo agora.
Eu canto rap, devia responder a ele nessas horas, falar de revolução, falar da divisão errada no país, falar do preconceito, mas...
É o seguinte, seus montes de bosta, vou apagar a luz, e vou atirar em alguém.
Mas capitão...
Cala a boca, caralho, você é da corporação, só obedece.
Sim, senhor.
Ou tem algum familiar seu aqui, algum desses pretos?
Tem não.
Ah! Mas se eles te pegam na rua, comem sua mulher, roubam seus filhos sem dó.
Certo, capitão.
Então apaga a luz.
O tiro acontece, eu abraço minha mãe, ela é magra como eu, ela treme como eu.
Todo mundo grita, depois todo mundo fica parado, o ronco da viatura fica mais distante.
Alguém acende a luz. Filho-da-puta do caralho, atirou no teto, grita alguém.

Publicado por Xico Sá no site nomínimo.com.br - 23/07/06 12:01 AM

A guerra das vítimas


De longe nem parece o mesmo povo que foi um dia massacrado covardemente pelos nazistas.
De longe nem parece.
Quando Israel resolveu atacar o Líbano para "aparentemente" recuperar seus dois soldados sequestrados, o plano já estava feito a muito tempo.
Vide as lições de casa que incluia matar jovens palestinos.
400 vidas depois, os dois soldados não são mais mencionados, e o alvo é exterminar o Hezbolah, o grupo que a nossa mídia simplismente chama de facção terrorista.
Para entender todo conflito é nescessário voltar a quem jogou Israel dentro do território palestino, quem dividiu a região e talvez "sem querer" começou tudo isso.
eles mesmos, os Ingleses, que não "pensaram"que era mais favorável por o povo israelense em território Europeu.
Agora com a guerra não declarada ao Líbano, Israel estende suas garras, sempre protegidas pelos Americanos, que não podem criticar alguém que age como eles, como disse recentimente a secretaria de estado americano, - um parada nas bombas agora nem pensar.
Enquanto isso, entre dezenas de mortos, incluindo 4 da Onu, Annan está seguro em território americano.
Mas não se enganem que não para por ai, é só questão de tempo para os outros paises se inflamarem realmente de ódio contra Israel.
Ninguém gosta de ser atacado constantemente como é o caso de Israel, mas a questão Palestina não se resolveu assim, com bombas, muito menos a questão no Libano, e muito menos quando o pensamento politico para a questão é: se ele matar um dos meus, eu mato dez dos deles.
vida não tem comparação, não tem medida, nem peso, nem valor.
mas infelizmente eles não pensam assim.
agora é só esperar pelo Irã.
ao povo do Libano meus sinceros pedidos de desculpas, por que pertenço a uma nação que não tem coragem de posicionar em nada. desculpe.
Ferréz

Lusofônica - Livro de Antologias


Salve,
Enquanto ajudava o South e o Duda a pintar a nova loja do 1dasul (graças a Jah já abrimos) Acabei de receber o livro Lusofônica - La nuova narrativa in lingua portoghese, foi uma ótima notícia, já que passei a madrugada tomando café e degustanto a antologia.
O livro traz escritores que representam a Europa, a Africa, e a América, todos nascidos em meados dos anos 70.
Representando a américa está: Moacyr Scliar, Adriana Lisboa, Ronaldo Bressane, Santiago Nazarian, Cecilia Giannetti, Daniel Pellizzari e eu.
O conto que inclui é o Pão Doce, que recentimente saiu na revista da MTV e vai sair no meu livro novo agora em agosto.
O conto tem esse título porque faz alusão ao Pão de Açúcar do Senhor Abílio.
bom, finalmente também inauguramos a nova loja, não teve festa nem nada porque o corre num deu pra isso, mas tá aberta, o tema da nova loja é Nuclear.
A nova 1DASUL adquiriu obras do Estúdio Inca, e dos grafiteiros Gel e Fhero, quem quiser conferir, é só colar, estamos na mesma avenida, só mudamos para o número 138.
abraços a todos os parceiros e parceiras que torcem pela gente.
Ferréz.

onde você estiver.

Onde vc estiver, choque, seja você.
se for pelos livros ótimo, se for pelo terror, que seja terrorismo literário.
enquanto São Paulo paga o preço da exclusão, agente só vê o que a tempos imaginava.
Não deu certo jogar os culpados num canto da cidade, reduzir sua comida, sua dignidade, tentar tirar sua criatividade.
parece que não deu muito certo.
um amigo me disse que onde o estado não chega, chega outra coisa, eu digo que quando não queremos olhar, pelo menos a certeza de sentir teremos.
São Paulo tá assim, quer olhar mas não quer ver. quer sentir mas não expressar.

Ferréz

Ferréz

Páginas Negras.

Salve,
a Revista Trip traz esse mês nas bancas, em suas famosas páginas negras, esse que voz escreve.
Depois de Chico Buarque, é a vez de um maloqueiro falar as páginas negras.
é só conferir, e ver nas fotos que eu também já fui criança.
salve a todos.
Ferréz

Inacreditável

O título é esse mesmo, dentro de alguns dias, vou postar aqui o novo projeto envolvendo a 1DASUL/Negredo/Racionais MC's.
a realização do maior evento que a Zona Sul já viu.
maiores detalhes na segunda feira.
enquanto isso o que posso adiantar é que pela primeira vez, a Zona Sul orgulhosamente vai ter um evento envolvendo somente os periféricos, sem depender de 1 real de politico nem de patrocinadores de fora.
é tudo nosso agora.
deixaram os maloqueiros avançarem, agora segura.
Ferréz